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Ilustração: R Borges |
Almir Papalardo
Os aposentados se quedam… Já
chegaram á triste conclusão que jamais conseguirão tocar a consciência de
políticos empedernidos, congressistas que tiveram a coragem, numa infeliz e
covarde sessão plenária, de aprovarem o desvínculo do reajuste previdenciário
versus reajuste do salário mínimo.
E até hoje, apesar da forte
pressão exercida pelos aposentados, nestes últimos quatro anos, a Câmara dos
Deputados não se digna a analisar o problema que vem roubando os direitos de
segurados do RGPS. Sofrem os aposentados que por força de suas contribuições
maiores ao INSS, conquistaram o direito de receber vários salários mínimos,
nada de extravagante entretanto, porque o teto máximo de pagamento para
aposentadorias é de aproximadamente seis salários mínimos.
Não existe por isso o perigo
das aposentadorias dispararem nos seus valores. E agora, assistem indefesos,
que ano após ano, o número de seus salários mínimos é diminuído impiedosamente,
deixando-lhes em sérias dificuldades financeiras e comprometendo sua saúde
mental.
Em vista disto, sem esperanças
de reverter a injusta situação adversa, propõem, ao Executivo e Legislativo,
voltarem a contribuir para a Previdência Social, acabando de vez com este
duvidoso e cruciante déficit, que juram existir no fechamento das contas daquela
Autarquia.
Em troca, voltariam a receber
num prazo de três ou quatro anos, o mesmo número de salários mínimos que
recebiam por ocasião do seu afastamento do mercado de trabalho. Teriam ainda a
garantia da criação de um mecanismo que impedisse novas defasagens no seu
benefício. Isto seria fácil se fosse abolido o esdrúxulo e desconexo sistema de
dois percentuais diferentes na atualização das aposentadorias, usado até hoje
como uma falsa solução salvadora. Um único percentual de reajuste seria aplicado
então para todos os segurados: o mesmo índice dado ao salário mínimo.
Assim sendo, a arapuca armada
através da Previdência Social cessaria seu efeito covarde e nocivo, estancando
de vez esta perseguição a um terço de previdenciários, que se atreveram a ganhar
mais de um salário mínimo, enquanto os outros correspondendo a dois terços,
ganham apenas o piso. Mas, aí volto a frisar: Tudo construído conforme os
antigos valores das contribuições.
Passado o impacto inicial da
implantação, tudo se normalizaria, ganhando os aposentados, o governo e próprio
Brasil, encerrando uma novela interminável, tudo certinho, caminhando o país
nos trilhos da decência, da moral e da justiça, na sua previdência social.
O governo poderia pesquisar a
opinião dos aposentados, a custo zero, através da rede bancária, responsável
pelo pagamento das aposentadorias.
Quanto ao aposentado que
recebe apenas 01 salário mínimo, se o governo quisesse manter um critério único
quanto ao sistema, ou seja, todos contribuírem, é lógico que não concordaria
com um desconto nos seus proventos. Isto seria de fácil solução, se o Congresso
copiasse o exemplo empregado nos descontos do antigo IPMF, quando era creditado
o valor do mesmo nos salários dos agraciados.
Título e Texto: Almir
Papalardo, 13-11-2011
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Obrigado, Valdecy!
ResponderExcluirEditei um post:
Previdência social no Brasil - uma tragédia eficaz e um atentado ao direito à vida dos trabalhadores