Isabel Stilwell
Conhecemos muito mal as nossas
cidades. Fazemos sempre o mesmo percurso, com pequenas variantes, e raramente
nos aventuramos nos bairros que não têm uma actividade comercial ou são eixos
de passagem. Sabemos dar indicações aos turistas com que nos cruzamos, do
miradouro mais bonito a visitar, ou sugerir um museu ou monumento, mas se
puxarmos pela memória a última vez que lá fomos foi há décadas. Orgulhamo-nos
dos Descobrimentos, dos nossos navegadores, guerreiros e soldados, mas há
quanto tempo não visitamos, com olhos de ver, os locais emblemáticos em que em
cada pedra está um bocadinho da História? Muitos de nós vivemos nos arredores
da cidade onde trabalhamos e acabamos por não a visitar, nem a dar a conhecer
aos nossos filhos, porque aos fins-de-semana nos queremos pôr a milhas, e
quantas vezes damos por nós a percorrer os corredores de grandes espaços
comerciais, fechados e sem luz natural, em lugar de aproveitar para escalar a
encosta de Alfama, subir ao Castelo de S. Jorge ou, no Porto, descer à Ribeira,
visitar a Sé, ou fazer um passeio junto da Alfândega. Perdemos conhecimento, e
nem sequer damos pelo grau de excelência que os nossos centros históricos hoje
têm, pela qualidade das exposições e museus, nem do imenso privilégio que é
viver onde vivemos. Por isso deixo a proposta, que fiz a mim mesma por estes
dias. Fazer de turista em família, com amigos e crianças de todas as idades.
De
máquina fotográfica ao pescoço, chapéu na cabeça, e sapatos que permitam
grandes passeios. Primeiro é preciso estudar o guia da cidade e escolher os
sítios a conhecer, ler sobre eles antes de partir à descoberta, como fazemos
sempre que vamos lá fora, navegar na Net para descobrir onde almoçar, e sim,
até voltar a comer um pastel de nata em Belém, ou um jesuíta na Rua de Sta.
Catarina. Se tiver possibilidades, o ideal mesmo era ficar num dos muitos
hostels, localizados em sítios fabulosos, com qualidade, e a um preço
aceitável. Porque, afinal, se tantos nos visitam, é porque vale mesmo a pena.
Título e Texto: Isabel
Stilwell, Destak,
02-05-2012
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