quarta-feira, 2 de maio de 2012

O merceeiro e a revolução

Alberto de Freitas
O Bloco de Esquerda considera que o 1º de Maio foi humilhado. Mas será que o Bloco se considera representante de tal efeméride? Tal como o 25 de Abril e os seus “proprietários”; a democracia portuguesa e os “donos”; O Serviço Nacional de Saúde e os “pais”; A Constituição e os “criadores”…?
Afinal, a esquerda portuguesa é pela propriedade privada. Fruto, talvez da superioridade moral apregoada por Álvaro Cunhal, consideram-se os legítimos representantes dos ideais humanos.
Para o BE o Pingo Doce está para o povo português, como a empregada do Sofitel para Dominique Strauss-Kahn: não consegue resistir. Tal como o pressuposto que a Igreja não quer economia a funcionar ao Domingo, para aumentar a assistência à missa, o BE quer tornar os festejos do 1º de Maio a única opção do povo português.
A democracia tem este inconveniente: permite o livre arbítrio.
Muitos consideram uma provocação. Mas deviam era considerar provocatória, a ideia que um grupo merceeiro, poderia afetar os festejos do 1º de Maio.
E se realmente afetou, o problema não está nos merceeiros mas no 1º de Maio. Para todos os que creem no significado e “força” de tal dia, deveriam exigir a convicção dos participantes e não por ausência de alternativas.
Quem humilha o 1º de Maio é quem está convencido que o 1º de Maio foi humilhado.
Título e Texto: Alberto de Freitas

Catarina Martins diz que a acção de campanha da Jerónimo Martins "humilhou trabalhadores e consumidores". Foto: Público
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