André Abrantes Amaral
No estado norte-americano do
Wisconsin, o governador Scott Walker, eleito em 2010 para um mandato de quatro anos, encontrou um estado
falido, corrompido, que estava a servir interesses pessoais e corporativos,
alegadamente tidos por públicos. Scott Walker, querendo devolver o estado ao
povo, combateu os sindicatos, acabando com o pagamento obrigatório das quotas
por parte dos trabalhadores e pondo termo a alguns privilégios dos funcionários
públicos que, além de porem em causa o princípio da igualdade com que o Estado
deve tratar os cidadãos, implicava que este cobrasse demasiados impostos ao
sector privado para manter o público.
Como se calcula, Walker foi
imediatamente posto em causa por um sector da população pouco habituado a ser
questionado. O confronto político intensificou-se com a submissão do governador
a um novo escrutínio em pleno mandato que, e pela primeira vez venceu. A
maioria dos cidadãos do Wisconsin, que esteve calada, fez-se ouvir e mostrou
gostar de políticos que defendem soluções difíceis. Walker referiu ser nos
tempos de crise que as pessoas deixam de pensar nelas e se preocupam com o
futuro dos filhos e dos netos. No meio da crise da dívida que atravessamos,
Walker diz-nos tudo o que devemos fazer: exigir quem na política nos defenda
das pessoas que vivem no Estado. Na verdade, foi por não termos sido exigentes
que não há em Portugal um político que seja que não nos veja como um mero meio
de encher os cofres públicos.
Título e Texto: André Abrantes Amaral, jornal “i”, 12-06-2012
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