sexta-feira, 8 de junho de 2012

Os mitos socialistas do momento (1)

Adolfo Mesquita Nunes
Os socialistas vendem estratégias falhadas como soluções de futuro


Mito nº 1: Os socialistas têm a receita para o crescimento económico
Se os socialistas têm a receita para o crescimento económico é pena que, estando quase ininterruptamente no governo desde 1995 até 2011, nunca a tenham colocado em prática.
Na verdade, o governo de José Sócrates deixou o PIB potencial da economia nacional a crescer 0% ao ano. Sim, esse valor foi atingido durante uma crise internacional, mas uma análise mais fina da herança socialista mostra que o crescimento económico médio de Portugal entre 2000 e 2008, e portanto antes da crise internacional, foi o segundo mais baixo de toda a OCDE. Ou a noção de crescimento económico dos socialistas é diferente da minha ou o resultado das suas políticas, mesmo num momento de prosperidade, foi o agravamento da distância que nos separava dos países mais ricos.
E não foi por falta de esforço que o país não cresceu. Durante a longa governação socialista foram aprovados e executados dezenas e dezenas de planos e programas e pacotes de crescimento económico, sustentados por dinheiro retirado à economia real, cujo resultado foi, afinal de contas, irrelevante. Exemplos, apenas alguns: plano estratégico do sector têxtil, plano tecnológico da educação, plano de grandes investimentos e infra-estruturas, plano estratégico para a indústria de molde e ferramentas especiais, Programa de modernização do comércio e etc… numa lista infindável.
Interessa falar da herança socialista? Apenas na exacta medida em que os socialistas tentam vender estratégias falhadas como soluções de futuro e se escusam a explicar de que forma uma economia que não cresce há anos e anos pode começar a crescer com um simples estalar de dedos ou com a simples aprovação de mais um plano ou mais um programa ou mais um pacote.

Mito nº 2: Injectar dinheiro na economia é o caminho
Que não existe dinheiro público, que o único dinheiro que o Estado tem vem directa ou indirectamente das famílias, é algo que todos já damos como adquirido. Mas se assim é, o que é que significa "injectar dinheiro na economia"?
Significa tão simplesmente que há quem ache que o Estado deve ir à economia real – às famílias e às empresas – buscar dinheiro, através de impostos e outros mecanismos estaduais, para, com magnanimidade, devolver à economia.
Ora, se o dinheiro já estava na economia, se as famílias e as empresas já lhe estavam a dar melhor uso, a expressão "injectar dinheiro na economia" é um eufemismo para a mui socialista política, baseada no endividamento e na despesa pública, que fundou todos os programas e planos e pacotes de crescimento a que fiz referência e que trouxe Portugal ao estado em que actualmente se encontra. Quando os socialistas falam em injectar dinheiro na economia falam em novos aeroportos de Beja, em novas SCUT, em novas plataformas logísticas, em novos poços sem fundo a onerar as gerações futuras.
Se uma política orçamental expansionista gerasse crescimento de longo prazo, Portugal não teria conhecido tão medíocres taxas de crescimento durante tantos anos. Mais, quando o nível de endividamento já anda pelos 110% do PIB, como actualmente sucede, essa política nem a curto prazo consegue gerar crescimento e transforma-se num convite ao descalabro.
Quer isto dizer que o Estado não pode fazer nada para promover o crescimento? Não. Há muito coisa que o Estado pode e deve fazer. A primeira das quais passa por não desviar todos os recursos privados para a esfera pública, impedindo as famílias e as empresas de, respondendo aos desafios do presente, porem, cada um à sua forma, a economia a crescer.
Título e Texto: Adolfo Mesquita Nunes, Jurista e deputado do CDS-PP, jornal “i”, 08-06-2012

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