Adolfo Mesquita Nunes
Os socialistas vendem estratégias
falhadas como soluções de futuro
Mito nº 1: Os socialistas têm a receita para o crescimento económico
Se os socialistas têm a
receita para o crescimento económico é pena que, estando quase
ininterruptamente no governo desde 1995 até 2011, nunca a tenham colocado em
prática.
Na verdade, o governo de José
Sócrates deixou o PIB potencial da economia nacional a crescer 0% ao ano. Sim,
esse valor foi atingido durante uma crise internacional, mas uma análise mais
fina da herança socialista mostra que o crescimento económico médio de Portugal
entre 2000 e 2008, e portanto antes da crise internacional, foi o segundo mais
baixo de toda a OCDE. Ou a noção de crescimento económico dos socialistas é
diferente da minha ou o resultado das suas políticas, mesmo num momento de
prosperidade, foi o agravamento da distância que nos separava dos países mais
ricos.
E não foi por falta de esforço
que o país não cresceu. Durante a longa governação socialista foram aprovados e
executados dezenas e dezenas de planos e programas e pacotes de crescimento
económico, sustentados por dinheiro retirado à economia real, cujo resultado foi,
afinal de contas, irrelevante. Exemplos, apenas alguns: plano estratégico do
sector têxtil, plano tecnológico da educação, plano de grandes investimentos e
infra-estruturas, plano estratégico para a indústria de molde e ferramentas
especiais, Programa de modernização do comércio e etc… numa lista infindável.
Interessa falar da herança
socialista? Apenas na exacta medida em que os socialistas tentam vender
estratégias falhadas como soluções de futuro e se escusam a explicar de que
forma uma economia que não cresce há anos e anos pode começar a crescer com um simples
estalar de dedos ou com a simples aprovação de mais um plano ou mais um
programa ou mais um pacote.
Mito nº 2: Injectar dinheiro na economia é o caminho
Que não existe dinheiro
público, que o único dinheiro que o Estado tem vem directa ou indirectamente
das famílias, é algo que todos já damos como adquirido. Mas se assim é, o que é
que significa "injectar dinheiro na economia"?
Significa tão simplesmente que
há quem ache que o Estado deve ir à economia real – às famílias e às empresas –
buscar dinheiro, através de impostos e outros mecanismos estaduais, para, com
magnanimidade, devolver à economia.
Ora, se o dinheiro já estava
na economia, se as famílias e as empresas já lhe estavam a dar melhor uso, a
expressão "injectar dinheiro na economia" é um eufemismo para a mui
socialista política, baseada no endividamento e na despesa pública, que fundou
todos os programas e planos e pacotes de crescimento a que fiz referência e que
trouxe Portugal ao estado em que actualmente se encontra. Quando os socialistas
falam em injectar dinheiro na economia falam em novos aeroportos de Beja, em
novas SCUT, em novas plataformas logísticas, em novos poços sem fundo a onerar
as gerações futuras.
Se uma política orçamental
expansionista gerasse crescimento de longo prazo, Portugal não teria conhecido
tão medíocres taxas de crescimento durante tantos anos. Mais, quando o nível de
endividamento já anda pelos 110% do PIB, como actualmente sucede, essa política
nem a curto prazo consegue gerar crescimento e transforma-se num convite ao
descalabro.
Quer isto dizer que o Estado
não pode fazer nada para promover o crescimento? Não. Há muito coisa que o
Estado pode e deve fazer. A primeira das quais passa por não desviar todos os
recursos privados para a esfera pública, impedindo as famílias e as empresas
de, respondendo aos desafios do presente, porem, cada um à sua forma, a
economia a crescer.
Título e Texto: Adolfo Mesquita Nunes, Jurista e
deputado do CDS-PP, jornal “i”,
08-06-2012
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