sábado, 16 de junho de 2012

Porque um país é rico (2)


Assim o é, Otacílio. A Eliana, me parece, teve a virtude de sintetizar - quase sem perda do(s) conteúdo(s) essencial(ais) – duas ensinantes obras recentes que tenho sobre o tema: "A Riqueza do Homem", de Peter Jay (1999), e "A Riqueza e a Pobreza das Nações", de David Landes (2000).

A Geografia, por certo, exerce influência - "Bandeirantes e Pioneiros", de Vianna Moog -, mas pode ser "domada", que o digam, entre outros, hoje, Israel, Japão e até mesmo os escandinavos. As Instituições, sim, são fundamentais! São as instituições que criam os valores culturais de uma nação; até 1800, todos eram pobres, para mais ou para menos. E por que a partir de 1820 a Inglaterra deslanchou? Porque nela, reuniu-se, numa feliz coincidência, todos os requisitos necessários para que os homens pudessem desenvolver, livremente, os seus instintos naturais de curiosidade, engenhosidade e competitividade; então, estavam garantidos o direito à propriedade e ao pleno usufruto dos lucros; na verdade, não houve uma única causa, nem duas, mas o que ocorreu foi que, uma vez estabelecido o ambiente adequado, o resto veio por conseqüência, espontaneamente, em decorrência da tal propensão natural do ser humano a progredir desde que lhe sejam dadas as mínimas chances para isso.

Na Inglaterra da época, havia um governo moderado, que garantia a estabilidade econômica, estimulava a livre concorrência, assegurava o fiel cumprimento dos contratos, promovia a dita igualdade de oportunidades e não tinha pretensões de apropriar-se das riquezas de seus súditos; mais tarde, nos USA, a mesma coisa e de forma aperfeiçoada; embora ainda não inteiramente, a China e a Índia já estão percebendo isso e, a Coréia do Sul antecipou-se a ambas. A Polônia, como uma "fênix", mudando as instituições, está renascendo das cinzas de destruição deixadas pelo ex-império soviético que, com a economia centralizada estatalmente, suprimia os citados "instintos naturais".

De outra face, por estas bandas, com exceção dos Governos Castelo Branco e Médici, inventaram os falsos canalhas: neoliberalismo e globalização. Depois, as caducas estatizações voltaram à toda (embora amenizadas com FHC) e, com a "Cidadã" ulissiana, tudo piorou. Mas os verdadeiros canalhas foram paridos aqui dentro, a saber: Estado impenitentemente dirigista; 93º terceiro lugar em liberdade econômica (entre 124, estamos entre o Marrocos e Gabão); 40 mecanismos de intervenção que sancionam monopólios; inflação em 30 anos de 1,143 quatrilhão; educação básica uma das piores do planeta; seguridade social com ambições suecas mas com recursos moçambicanos; sociologia da corrupção institucionalizada e impune; sistema fiscal punitivo e voraz; Carta Magna risível, com 331 artigos (247+74) e que só aludem a "direitos", "garantias", "controles", "ficalização" e, somente duas vezes em "eficiência" e, uma só vez em "produtividade". Em síntese, vez que o tema vai longe, eis aí as nossas "Instituições"! Infelizmente, digo isso em relação aos brasileiros (as) conscientes e corretos, o "ovo da serpente" já está maduro, pronto para explodir. - Abraço
Benê

Meu caro Benê,  
Seus escritos sempre me deixam de queixo caído e este excedeu-se. Estou mil por cento de acordo, até com os pontos e vírgulas.  

Acabei de lhe enviar um texto que produzi há instantes versando sobre o mesmo assunto. Cada vez me convenço mais de que a pobreza é decorrente de dois defeitos sérios dos seres humanos: a incompetência e a preguiça. E o povo brasileiro, de modo geral, é preguiçoso e incompetente. Não é necessário pensar muito para descobrir qual será o seu destino.  

O problema maior é que países assim terminam por se transformar em problemas para os que lutam e trabalham pelo progresso e evolução da humanidade como um todo. Ao final, o que produzem são guerras profiláticas pois a ninguém é permitido parar o progresso da humanidade que presta. O Brasil, em particular, é muito importante para o resto da humanidade que presta. A Amazônia, por exemplo, é hoje uma das regiões mais importantes do planeta e o mundo todo está de olho nela. Talvez o Brasil tome vergonha na cara no dia em que perdê-la. Pois vai perdê-la um dia.  

Sabe, Benê, o Brasil não tem lideranças, tem vagabundos liderando outros vagabundos. Tenho muita pena da minoria consciente da qual você faz parte.  
É sempre muito gratificante receber seus escritos.
Um forte abraço,
Otacílio 

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Um comentário:

  1. Pessoas Boas deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O mestre e o samurai":

    Concordo com vc em tudo, menos a respeito onde diz que essa nação nunca será uma grande nação, pois o estrago do DNA se sai na base da oração e sim sairá. Mas o resto cara, ta perfeito. Vou até copiar para guardar as suas palavras que nada mais são se não que a mais pura verdade. Parabéns! Até que enfim li palavras de alguém que não pensa como brasileiros.

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