Por decisão de alguns poucos
irresponsáveis, mas com o apoio de um grupo grande de puxa-sacos e similares, o
Brasil assumiu, no triste governo do Sr. da Silva, a responsabilidade de sediar
a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
O primeiro dos eventos será
realizado em umas tantas Capitais brasileiras; o segundo será no Estado do Rio
de Janeiro.
Como é sabido por todos os
brasileiros responsáveis, mas ignorado pela massa de irresponsáveis, esses
eventos, principalmente a Copa do Mundo, obriga cada uma das cidades escolhidas
como “sedes” a realizar muitas obras visando a cumprir algumas das
necessidades que surgem: estádios adequados, conforme normas e determinações da
FIFA, hotéis e restaurantes em quantidade e qualidade necessárias, mobilidade
urbana implicando em tudo que é tipo de problema, e por aí vai. Ah, não é de
esquecer que cada cidade-sede deverá ter um aeroporto condizente com as
exigências.
A primeira pergunta que surge
é: vale a pena investir (ainda não usei o verbo “gastar”...) milhões de reais
para poder sediar algumas (muito poucas) partidas de futebol? A segunda
pergunta, que é uma continuação da primeira, é "os estádios serão utilizados
uma vez terminada a Copa?"
A resposta à primeira pergunta
é um sonoro não!
Basta que se analisem as
utilizações da grande maioria dos estádios brasileiros para concluir que, de
maneira geral, estamos muito bem servidos!
Nossos estádios, com poucas
exceções, atendem perfeitamente às necessidades “normais” de qualquer jogo dos
campeonatos estadual ou nacional, sendo de notar que, em muitas das cidades, a
frequência normal é relativamente pequena.
Qual foi a quantidade máxima
de assistentes nos jogos do campeonato brasileiro? Em vários deles, esses
máximos são ridiculamente pequenos, exceto, talvez, em partidas finais de
campeonatos locais ou do nacional.
E nenhum torcedor de verdade,
em qualquer cidade brasileira, deixará de assistir a uma final de campeonato
local em que seu time do coração esteja envolvido.
Nas cidades maiores já há
estádios adequados às suas necessidades normais; onde esse não era o caso, os
clubes providenciavam as construções adequadas.
Vejam-se cidades como Porto
Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e, principalmente o Rio de Janeiro
(perdão se omiti alguma...); perfeitamente aparelhadas para qualquer partida do
Campeonato Brasileiro e para eventuais partidas de torneios Sul-americanos.
Mas, para a FIFA, as
exigências são bem diferentes e em todas as cidades houve necessidade de fazer
alguma coisa (até poderia dizer muita coisa!).
Muitos milhões de reais estão
sendo gastos (exagero dizer que estão sendo “investidos”) para satisfazer
exigências absurdas da FIFA.
E muitos milhões de reais
estão sendo gastos para satisfazer a fome de dinheiro de alguns tantos corruptos.
E certamente, uma vez
encerrada a Copa, teremos uns tantos estádios que serão ocupados por poucos gatos-pingados
quando da realização de jogos de campeonatos locais ou mesmo nacionais (como
acontece presentemente).
Que me perdoem os leitores
fanáticos por futebol: o Brasil necessita (e necessitava quando o País se
candidatou a sediar a Copa) muito mais de hospitais, clínicas, escolas,
estradas decentes, do que de estádios de futebol.
E o mais triste de tudo é que,
além disso, a corrupção endêmica que grassa no País aumenta brutalmente o custo
disso tudo.
E o então Presidente da
República, cercado por assessores inúteis, ou até cúmplices, vibrando com a
“conquista” em Zurique! Que triste espetáculo!
Jogos olímpicos 2016
Sabemos todos que o Rio de
Janeiro é umas das poucas cidades do mundo (se não a única) em que todos,
verdadeiramente todos os eventos esportivos, todas as modalidades de esportes,
podem ser realizados.
É evidente que essa é uma
vantagem muito importante, que diminui significativamente o custo do evento.
Mas é um tremendo fator
multiplicador de problemas, pois u’a multidão de pessoas estará se movimentando
de um lado para o outro na cidade, em todos os horários, nos diversos locais em
que os estádios ou as arenas ou as outras facilidades todas estão localizadas.
Felizmente a cidade ainda
dispunha de muitas e grandes áreas disponíveis.
Mas terá que investir
pesadamente em mobilidade urbana, que é (sempre foi) deficiente.
O metrô ainda é incipiente; e
o trânsito de superfície não está a altura (sei de gente que, se trabalha em
outro bairro que não a Barra da Tijuca, onde mora, circula em horários malucos
para evitar o trânsito impossível!).
A pergunta principal que me
faço é: o que a cidade fará para adequadamente usar tudo o que for construído
em função dos Jogos Olímpicos? Saberá tirar proveito ou todas as facilidades
virarão fantasmas? (O antigo autódromo é um bom exemplo do que quero dizer!).
Também importante é: de onde
sairá todo o dinheiro necessário para construir o que for preciso?
Há ou haverá patrocinadores em
quantidade ($$) suficiente?
Como um “cariúcho” enrustido,
espero que os governos (federal, estadual e municipal) se entendam a fim de que
os atletas que virão ao Rio para o evento tenham a melhor das impressões da
Cidade Maravilhosa (será que ainda merece o título?).
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 16 de janeiro de 2013
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