quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Copa do mundo/Jogos olímpicos


Peter Rosenfeld
Por decisão de alguns poucos irresponsáveis, mas com o apoio de um grupo grande de puxa-sacos e similares, o Brasil assumiu, no triste governo do Sr. da Silva, a responsabilidade de sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
O primeiro dos eventos será realizado em umas tantas Capitais brasileiras; o segundo será no Estado do Rio de Janeiro.
Como é sabido por todos os brasileiros responsáveis, mas ignorado pela massa de irresponsáveis, esses eventos, principalmente a Copa do Mundo, obriga cada uma das cidades escolhidas como “sedes” a realizar muitas obras visando a cumprir algumas das necessidades que surgem: estádios adequados, conforme normas e determinações da FIFA, hotéis e restaurantes em quantidade e qualidade necessárias, mobilidade urbana implicando em tudo que é tipo de problema, e por aí vai. Ah, não é de esquecer que cada cidade-sede deverá ter um aeroporto condizente com as exigências.
A primeira pergunta que surge é: vale a pena investir (ainda não usei o verbo “gastar”...) milhões de reais para poder sediar algumas (muito poucas) partidas de futebol? A segunda pergunta, que é uma continuação da primeira, é "os estádios serão utilizados uma vez terminada a Copa?"
A resposta à primeira pergunta é um sonoro não!
Basta que se analisem as utilizações da grande maioria dos estádios brasileiros para concluir que, de maneira geral, estamos muito bem servidos!
Nossos estádios, com poucas exceções, atendem perfeitamente às necessidades “normais” de qualquer jogo dos campeonatos estadual ou nacional, sendo de notar que, em muitas das cidades, a frequência normal é relativamente pequena.
Qual foi a quantidade máxima de assistentes nos jogos do campeonato brasileiro? Em vários deles, esses máximos são ridiculamente pequenos, exceto, talvez, em partidas finais de campeonatos locais ou do nacional.
E nenhum torcedor de verdade, em qualquer cidade brasileira, deixará de assistir a uma final de campeonato local em que seu time do coração esteja envolvido.
Nas cidades maiores já há estádios adequados às suas necessidades normais; onde esse não era o caso, os clubes providenciavam as construções adequadas.
Vejam-se cidades como Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e, principalmente o Rio de Janeiro (perdão se omiti alguma...); perfeitamente aparelhadas para qualquer partida do Campeonato Brasileiro e para eventuais partidas de torneios Sul-americanos.
Mas, para a FIFA, as exigências são bem diferentes e em todas as cidades houve necessidade de fazer alguma coisa (até poderia dizer muita coisa!).
Muitos milhões de reais estão sendo gastos (exagero dizer que estão sendo “investidos”) para satisfazer exigências absurdas da FIFA.
E muitos milhões de reais estão sendo gastos para satisfazer a fome de dinheiro de alguns tantos corruptos.
E certamente, uma vez encerrada a Copa, teremos uns tantos estádios que serão ocupados por poucos gatos-pingados quando da realização de jogos de campeonatos locais ou mesmo nacionais (como acontece presentemente).
Que me perdoem os leitores fanáticos por futebol: o Brasil necessita (e necessitava quando o País se candidatou a sediar a Copa) muito mais de hospitais, clínicas, escolas, estradas decentes, do que de estádios de futebol.
E o mais triste de tudo é que, além disso, a corrupção endêmica que grassa no País aumenta brutalmente o custo disso tudo.
E o então Presidente da República, cercado por assessores inúteis, ou até cúmplices, vibrando com a “conquista” em Zurique! Que triste espetáculo!
Jogos olímpicos 2016
Sabemos todos que o Rio de Janeiro é umas das poucas cidades do mundo (se não a única) em que todos, verdadeiramente todos os eventos esportivos, todas as modalidades de esportes, podem ser realizados.
É evidente que essa é uma vantagem muito importante, que diminui significativamente o custo do evento.
Mas é um tremendo fator multiplicador de problemas, pois u’a multidão de pessoas estará se movimentando de um lado para o outro na cidade, em todos os horários, nos diversos locais em que os estádios ou as arenas ou as outras facilidades todas estão localizadas.
Felizmente a cidade ainda dispunha de muitas e grandes áreas disponíveis.
Mas terá que investir pesadamente em mobilidade urbana, que é (sempre foi) deficiente.
O metrô ainda é incipiente; e o trânsito de superfície não está a altura (sei de gente que, se trabalha em outro bairro que não a Barra da Tijuca, onde mora, circula em horários malucos para evitar o trânsito impossível!).
A pergunta principal que me faço é: o que a cidade fará para adequadamente usar tudo o que for construído em função dos Jogos Olímpicos? Saberá tirar proveito ou todas as facilidades virarão fantasmas? (O antigo autódromo é um bom exemplo do que quero dizer!).
Também importante é: de onde sairá todo o dinheiro necessário para construir o que for preciso?
Há ou haverá patrocinadores em quantidade ($$) suficiente?
Como um “cariúcho” enrustido, espero que os governos (federal, estadual e municipal) se entendam a fim de que os atletas que virão ao Rio para o evento tenham a melhor das impressões da Cidade Maravilhosa (será que ainda merece o título?).
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 16 de janeiro de 2013

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