Meu amigo, hoje o negócio foi
ESPETACULAR! Por muito pouco sua amiga (medrosa!) não saiu voando da praia!
Criei coragem e fui sozinha até o final da praia para ver em que lugar o ultraleve
parava, aproveitei que tinha visto o avião na festa da Base Aérea esse ano e
usei o argumento pra me aproximar e pedir permissão para ver a aeronave de
perto. Qual não foi a minha surpresa pois lá estava um amigo que conheci em
1999 (outro dessa época ligado à coisa de avião! Olha só!)
Conheci esse amigo em uma boate, no tal ano de 99, e olhe só como são as coisas na minha vida: a boate estava lotada de gente, sou louca por avião, e eis que eu lá dançando incorporando a "essência da coisa" - as coisas do Oráculo, se aproxima de mim quem? Marquinho, o organizador dos ultraleves da praia do Atalaia! Sem saber que gosto da coisa! Conversamos muito ele arrastou a asinha pra mim e acabou que prometi voltar a vê-lo, chegando montada a cavalo no final da praia. Mas na situação abaixo não deu, é que tá cada vez mais difícil arrumar uma boa montaria na praia. Pô, Duquesa que é Duquesa tem que ter um bom cavalo!
Conheci esse amigo em uma boate, no tal ano de 99, e olhe só como são as coisas na minha vida: a boate estava lotada de gente, sou louca por avião, e eis que eu lá dançando incorporando a "essência da coisa" - as coisas do Oráculo, se aproxima de mim quem? Marquinho, o organizador dos ultraleves da praia do Atalaia! Sem saber que gosto da coisa! Conversamos muito ele arrastou a asinha pra mim e acabou que prometi voltar a vê-lo, chegando montada a cavalo no final da praia. Mas na situação abaixo não deu, é que tá cada vez mais difícil arrumar uma boa montaria na praia. Pô, Duquesa que é Duquesa tem que ter um bom cavalo!
Fui andando e apreciando a
beleza da beira do mar, com suas conchas, peixes, garças e gaivotinhas e uma
imensidão de céu e nuvens, numa sensação eterna de liberdade e uma imensidão de
areia fazendo a alegria da minha genética libanesa... Quando vou às dunas fico
igual pinto no terreiro cheio de minhocas, só alegria. Me sinto no deserto do
Saara… voltando às origens!
E foi esse mesmo Marquinho que já encontrei hoje no fim da praia, com os cabelos já acinzentados coroando a pele sempre morena do típico paraense - e ele é a tranqüilidade em pessoa. E o Marquinho é famoso como personagem daqui, o cara faz parte de um projeto de esportes ecológicos, curte essa coisa de preservação da natureza. Posso dizer que esse é, literalmente, um legítimo homem alado filho do mar. Um "maronauta" hahahahaha! Ele participa dum negócio maluco, uma espécie de “bonde do Xibé (pirão de farinha) ”, lembrava um pouco a caravana da Fundef... (nem tente entender essa última expressão, isso é coisa de Governo Federal...)
Quando cheguei o avião estava estacionado, e o tal Marquinho com as mãos sujas de óleo consertando um quadriciclo me cumprimentou com o cotovelo! Apresentou-me o outro piloto, o Raul (que estava com o avião verdinho em questão na BABE. Este Raul é que estava dando voltas sobre as barracas da praia, e haja eu lá de baixo a atentar o coitado...)
E foi esse mesmo Marquinho que já encontrei hoje no fim da praia, com os cabelos já acinzentados coroando a pele sempre morena do típico paraense - e ele é a tranqüilidade em pessoa. E o Marquinho é famoso como personagem daqui, o cara faz parte de um projeto de esportes ecológicos, curte essa coisa de preservação da natureza. Posso dizer que esse é, literalmente, um legítimo homem alado filho do mar. Um "maronauta" hahahahaha! Ele participa dum negócio maluco, uma espécie de “bonde do Xibé (pirão de farinha) ”, lembrava um pouco a caravana da Fundef... (nem tente entender essa última expressão, isso é coisa de Governo Federal...)
Quando cheguei o avião estava estacionado, e o tal Marquinho com as mãos sujas de óleo consertando um quadriciclo me cumprimentou com o cotovelo! Apresentou-me o outro piloto, o Raul (que estava com o avião verdinho em questão na BABE. Este Raul é que estava dando voltas sobre as barracas da praia, e haja eu lá de baixo a atentar o coitado...)
Virei pra ele e disse: “Tu não
vais lembrar-se de mim, mas já me conheces há mais de dez anos!!!” Nós nos
vimos na Zeppelin! (boate da capital, que por sinal também tinha certa temática
eh... aérea.) Ele olhou... me olhou... pensou, procurou pela memória...
- Pô, faz tempo isso, heim??!
- É, mas se tu não lembra,
lembro como se fosse ontem.
Voltando ao ultraleve, quando
cheguei lá estava ele: verdinho feito uma folhinha de espinafre, asinhas
abertas, jeitinho de motocicleta.
O que mais me cativou foi o
adesivo perto da base do pequeno pára-brisa que dizia: “Asas de Deus”, num
cativante reconhecimento ao verdadeiro dono do espaço aéreo freqüentado pelos
humanos. Olhei bem curiosa pra ele de perto, suas asas de lona com zíper (ZÍPER
NUMA ASA DE AVIÃO? HÃ??). Tem coisas que só a terra do Oráculo mostra para esta
pobre mortal aqui... Os banquinhos de forro de automóvel (acho uns baratos
aviõezinhos com esse tipo de banco, eu ficava cutucando com a ponta do dedo pra
ver se era macio).
Passei um tempo conversando
com o Marcos sobre as propriedades de aeronavegabilidade e segurança do
ultraleve, que na praia do Oráculo (Atalaia) possui índice de segurança
incrivelmente superior ao da aviação controlada de uma cidade grande (é que os
pilotos da praia NUNCA estão estressados...). Houve anos em que realmente
pensei em fazer um passeio e quase caio na tentação desse, mas não confio mais
nos meus nervos: sou muito despirocada pra voar...
Momentos de tensão: Estávamos
conversando eu, Marquinho, o apresentador do Carimbó da Sorte (outro dia explico
que p… é essa), e o piloto do helicóptero da Rede Globo local (que por sinal
tava era muito loko àquela hora), e o Marquinho me pega devagar pelo braço e
vai me levando:
- Vamos que você é a próxima!
- Próxima do quê?
- Cê vai voar comigo, vamos dar uma volta?
- Não, não vou voar agora não! Eh... sabe como
é, não tou preparada psicologicamente pra isso...
- Ah, não... Pára com isso. (é
a 5.890.456.023 vez que escuto isso de um amigo que voa ou que viaja
freqüentemente)
Sabe, Jim, acho que a coisa
que aeronauta mais deve detestar é gente com fobia de avião. Quer queira, quer
não queira, estamos silenciosa e implicitamente chamando vocês de malucos e
suicidas... Toda vez que falo que tenho medo, o povo das quatro listras faz uma
cara... Eu fico morta de vergonha, mas não posso fazer nada (um dia dissertarei
sobre isso, faz-se necessário lavar mais essa roupa suja na aviação).
Bom, de repente apareceram
duas clientes e pelo menos se esqueceram de mim um pouco. Fiquei vendo a
decolagem, acompanhei a órbita do bichinho... e a minha parte favorita: O
pouso. Ele pousou tão pertinho que mais dez passos e eu passava a mão na
barriga dele enquanto descia (metáfora romântica, porque se eu fizesse isso de
verdade o trem de pouso levava a minha mão embora!)
A sensação de ver um avião
pousando perto de mim é única, é como se meu corpo desaparecesse e eu me
transformasse apenas em um olhar contemplando o avião, senti o vento da praia
passar através de mim. É muito espiritual.
O Raul aterrissou com a
cliente e eu não resisti: fui fazer baliza pro ultraleve, usando os movimentos
que aprendi com os fiscais de pátio do aeroporto. E fiz direitinho! Agora
respeita o uniforme da fiscal de pátio aqui: biquíni dourado com a parte
superior com uma bela fivela dourada e rebordado de dourado no estilo
tomara-que-caia (não é piadinha pro avião!), a calça dourado escuro, um
bronzeado que realçou fortemente meus olhos verdes sobre o rosto avermelhado do
Sol. E o cabelo muito abaixo da linha da cintura, ondulado pelo vento e pelo
mar como uma sereia fugida da beira da água.
E ainda fui promovida a
portuga...! O cara do carimbó perguntou se eu era de fora do Estado, e eu
expliquei que sou daqui, mas sou branca por causa da avó portuguesa. Porra, só
faltaram me chamar de Maria, mulher de Joaquim! Passaram o resto da tarde me
chamando de portuga, e eu pensando “Ah, o Jim aqui assistindo a isso!”
Depois me distraí tentando me
comunicar com o cidadão do helicóptero, mas ele estava tão pomba-leso da cabeça
que fiquei pensando: Cacete, só não quero o helicóptero desse doido passando em
cima da minha cabeça!
Quando eu já ia embora
procurei: Cadê o Marquinho?
O cara já estava dentro do
Ultraleve, e se preparando pra levar a próxima cliente para passear. Corri até
lá e antes que ele amarrasse cinto ou fizesse outra coisa eu peguei e dei um
longo e carinhoso beijo na bochecha dele. Aí ele ficou todo derretido...
Desejou-me tudo de bom, perguntou quando eu voltava e prometi revê-lo na
Páscoa, fiquei de pensar se ia no Ultraleve com ele nessa próxima oportunidade.
Aff... Não sei, não sei... E olha que ele tem muita experiência, é mais de 15
anos curtindo aquilo ali.
Assisti a decolagem dele e
logo parti de volta pro meu carro perto da barraca onde estávamos, era bem
longe e o dia já estava acabando, mas ainda tive tempo de ver o meu amigo
sobrevoando a beira do mar e por cima do meu carro, e haja eu acenar e jogar
beijinho... E as meninas na barraca caindo na gargalhada:
- Tú és impossível! Não podes
ver um avião que tu vai atrás daqui até Belém!!!
- Hummmmmm!!! Tô “assim”
(coleguinha) com a galera do ultraleve tá?
E o dia terminou belíssimo na
cidade de Salinas, com as nuvens formando um imenso pássaro de fogo sobre o
horizonte, foi incrível.
E nesse dia mais uma vez dormi
olhando para a sua foto com seus colegas, me questionando sobre a essência da
aviação, essa coisa que flui com tanta facilidade ao meu redor.
É isso.
Um grande beijo.
M. F. A.
Abaixo, uma foto de ultraleve do mesmo modelo:
Vôo de ultraleve no Atalaia - Salinas - PA
Vídeo: plugfcm
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