Maria Lucia Victor Barbosa
Observando o que acontece com
o PT fica-se a pensar na possibilidade desse partido não ter construído sozinho
suas estratégias para alcançar o poder e lá permanecer. Afinal, parece não
haver mentes brilhantes na grei petista.
Tampouco Lula da Silva é um
gênio do jogo político ou um estadista como exageram alguns. Sem dúvida, foi
escolhido pela cúpula petista e algo acima por sua retórica verborrágica que
faz dele um enganador bem-sucedido. Além disso, Lula se ajustou hipoteticamente
à ideologia marxista como uma espécie de proletário. Ajudou sua origem simples
e o fato de ter passado rapidamente pelas lides metalúrgicas. Construiu-se,
então, a imagem do homem comum tão bem aceita pela massa por transmitir aquela
agradável sensação de identidade: ele é um de nós que chegou lá.
Habilmente a propaganda
consumou o culto da personalidade que ampliou o poder de enganação do “pobre
operário”, contra o qual toda crítica foi tomada como preconceito e heresia.
Lula da Silva consagrou o detestável politicamente correto que inibiu os que
poderiam arranhar seu santo nome.
Com medo de sua popularidade
qualquer oposição, partidária ou institucional, calou-se diante de seus
desmandos, de suas gafes, de seu linguajar chulo e insultante à língua
portuguesa. E essa aceitação incondicional, mais a propaganda de fazer inveja a
Goebells deram aos “mandarins” petistas e a Lula da Silva a força que parecia
os tornar invioláveis.
No entanto, se Lula foi hábil
como orador de porta de fábrica, perito como politiqueiro, nunca administrou o
país. Seu negócio foi jogar futebol, comer churrasco e fazer viagens dignas de
um emir. Em suma, Lula é um falsário e uma fraude construída não só pelo PT,
mas por uma organização internacional, o Foro de São Paulo, fundado por Lula,
Fidel Castro e outros do figurino esquerdista. O objetivo do Foro é promover a integração da América
Latina e formar a Pátria Grande Comunista através de partidos, entidades de
classe, ONGs, movimentos sociais.
Na quarta tentativa o PT
chegou ao poder mais alto da República. Não foi preciso dar um tiro sequer.
Lula vestiu Prada, mudou o discurso, deslumbrou a hoje achincalhada classe média
composta por intelectuais, estudantes, professores, artistas, religiosos,
profissionais liberais, jornalistas, funcionários públicos, que fizeram de sua
ideologia uma religião, do PT uma seita e sentiram-se guerreiros imortais da
luta de classes. Lula prometeu tirar os pobres da pobreza. Aos ricos garantiu
mais lucros.
Ao tomar posse a nova classe
dirigente deu continuidade a politica macroeconômica do governo anterior, antes
criticado de modo estridente, inclusive, aos berros de fora FHC. Não foi dado calote
no FMI nem se rompeu com os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, utilizou-se a
política econômica antes xingada de entreguista e neoliberal.
Por outro lado, avançou a
centralização do PT que dominou o Legislativo, o Judiciário e significativa
parcela dos meios de comunicação. Na mesma linha intervencionista e autoritária
houve várias tentativas de censurar a imprensa, como as Comissões de Redação, a
criação da ANCINAV (Agência Nacional de Cinema e Áudio Visual) e a instituição
do CFJ (Conselho Federal de Jornalismo). Agora o governo petista fala em
regulação da mídia e Rousseff apontou a necessidade de punir os “crimes”
cometidos na Internet.
Mas se o Foro de São Paulo é comunista, como poderia dar certo se esse
sistema fracassou em todo mundo? Quer melhor exemplo de fracasso econômico e
social do que o da Venezuela, Bolívia, Argentina?
Quanto a Lula da Silva, se
surfou por 12 anos na demagogia encontrou o fim de todo malandro: foi engolido
por sua esperteza. Isso se deu quando ele elegeu o “poste” Rousseff. Nos quatro
anos em que continuou como presidente de fato, ele e sua criatura que não
consegue juntar uma frase com outra, detonaram a economia Brasileira, enquanto
a corrupção desenfreada atingia seu auge com o escândalo do petrolão.
O PT tenta resistir, fala em
hegemonia do partido, propõe tirar verbas da imprensa não domesticada,
proclama-se inocente. Entretanto, não há governo que resista quando a economia
vai mal. Em pânico, os dirigentes petistas percebem que até Lula da Silva não é
mais o mesmo. Rousseff, a incompetente, totalmente desacreditada é descartável
e já foi substituída por seu vice Michel Temer (PMDB), mas sem Lula o PT acaba,
pois quem poderá substituí-lo em 2018? Mercadante? Haddad? Marco Aurélio
Garcia? Rui Falcão? Impossível.
Então, quem sabe se por
inspiração do Foro de São Paulo, Lula da Silva já sonha com a criação de uma
Frente Ampla, que esconderia o PT desmoralizado e englobaria partidos de
esquerda, ONGs, ditos movimentos sociais, enfim, tudo que compõe a tranqueira
esquerdista do Brasil. Os candidatos não sairiam pelo PT, mas da Frente Ampla
do Atraso. Uma ideia engenhosa. Resta saber se vai dar certo.
Título e Texto: Maria
Lucia Victor Barbosa, Socióloga, 10-4-2015
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Texto excelente!
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