Cesar Maia
Maharbal ou Maárbal, desenho daqui
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1. O governo Dilma está sob cerco do Congresso e da Opinião
Pública. Cada emenda constitucional e lei aprovada é uma batalha perdida. O
governo desintegra e como barata tonta vai anunciando novas táticas: o vice
Temer fala em pacto nacional, ministros falam em reforma ministerial, vazam que
Lula pode ser ministro, informam que virá uma reestruturação da base aliada,
etc.
2. Enquanto isso a oposição parlamentar, política e social, afirma
o cerco ao governo e, pelos canais mais diversos, diversifica suas táticas:
esperar as decisões do TSE e TCU sobre contas de campanha e de governo,
mobilizar pelas redes sociais, chamar novas eleições, impedir ou contar com a
renúncia de Dilma e formar um governo de coalizão nacional na forma que fez
Itamar, pautas bombas no parlamento, votar o impedimento com as iniciativas já
apresentadas, etc.
3. Com o cerco montado, o tempo vai passando. Alguns acham que esse
sangramento levará o governo ao colapso e a formação de um novo governo dessa
ou daquela maneira, com renúncia ou impedimento. O tempo passa e corre a favor
de Dilma. Vai conseguindo solidariedade interna pela falta de alternativa para
o PT. O programa eleitoral do PT - ao contrário do que se pensava - não defendeu
o partido, mas o governo Dilma e a herança de Lula.
4. Nas batalhas que Aníbal vencia desde Cartago, atravessando o
mediterrâneo, conquistando a hispânica, a Galia e a itálica, os soldados se
motivavam com os saques. Mas no cerco, esta motivação vai sendo eliminada. Roma
fecha os portões e reorganiza as suas forças. A oposição não tem o que
distribuir aos soldados durante o cerco, Dilma tem. E os soldados (os
parlamentares, prefeitos e governadores) querem saber onde farão os
"saques" durante o cerco.
5. A oposição vai ficando ansiosa e os conflitos internos surgem,
conflitos de opinião, de análise e de táticas.
6. O grande general e estrategista – Aníbal - 200 aC, após derrotar
os exércitos romanos, rumou para Roma. Mas querendo conquistar aliados, liberta
aliados italianos e inicia o cerco. Isso permite que sobreviventes informem ao
senado romano sobre a situação. O senado manda fechar os portões de Roma e
protege e reorganiza seus exércitos.
7. Aníbal perdeu a chance de concluir seu intento e atacar
diretamente Roma. Esse erro acabaria por selar sua derrota no final da guerra. Maárbal, seu comandante
da cavalaria númida, instou-o a marchar sobre Roma, mas ele o recusou, ao que
Maárbal lhe replicou: "Seguramente nenhum homem tem sido abençoado com
todos os dons de Deus. Você, Aníbal, sabe como ganhar uma vitória; você não
sabe como usá-la."
Título e Texto: Cesar Maia,
12-8-2015
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