Alberto José
Em 1972, eu estava trabalhando
na Primeira Classe do B-707 quando um dos passageiros me chamou e elogiou o
serviço. Disse que eu tinha sido extremamente atencioso e pediu o meu nome e o
meu endereço para me mandar uma "lembrança".
Meses depois, eu já havia
esquecido a promessa do passageiro, quando um mensageiro de uma grande empresa
bateu à minha porta e entregou um convite para um churrasco da Presidência da
Varig! Eu cheguei a argumentar que talvez fosse engano, etc. mas ele confirmou
o meu nome e disse que o diretor havia recomendado a entrega pessoalmente.
Também falou que, na recepção o meu nome estaria junto ao nome da empresa.
No dia marcado, vesti um terno
completo, bem caprichado e fui para o prédio da VARIG, onde me levaram até à
cobertura e lá apresentei o meu convite que, como combinado, estava vinculado à
diretoria da empresa.
Adentrei aquele salão repleto
de diretores e clientes selecionados, adornado com magnífica decoração e muitas
mesas contendo mulheres lindas e todas as bebidas e iguarias que foram
importadas e/ou preparadas pelo serviço de bordo.
Garções uniformizados se
abasteciam na imensa churrasqueira onde "mestres assadores gaúchos"
se esmeravam no preparo das carnes, tendo como fundo a magnífica paisagem da
baía e do Pão de Açúcar.
Comissárias de Bordo da RAI
(Rede Aérea Internacional), especialmente selecionadas e uniformizadas,
desfilavam com bandejas cheias de brindes (relógios, chaveiros, isqueiros,
etc.) que eram avidamente recolhidos pelos convidados.
A todo momento, espoucavam as
rolhas das garrafas de champanha francês sendo abertas. As garrafas de Royal Salute e Johnnie Walker eram abertas e repostas sem cessar.
O buffet, onde havia uma
imensa travessa de caviar iraniano “Beluga Malossol” era reabastecido
continuamente devido à grande procura.
Como, felizmente, ninguém me
conhecia, eu, discretamente, parava junto a grupos de diretores e ouvia coisas
estarrecedoras. O mais inocente era a "paquera" dirigida às vistosas
acompanhantes dos outros pares que adentravam o salão.
O presidente, Erik de
Carvalho, desfilava seguido por um séquito de bajuladores. Entre um discurso e
outro, houve sorteio de passagens internacionais - com espaço positivo - e eram
servidas carnes nobres vindas da churrasqueira (e dos pampas) e bebidas finas.
Naquele ambiente animado,
muita "gente importante" desligava o "yaw damper" e entrava
em parafuso.
Várias vezes, fui assediado
por belas convidadas que tentavam saber qual era o meu cargo na empresa
indicada no meu convite.
Realmente, era uma festa digna
das Mil e Uma Noites!
Na saída, com uma linda bolsa
da Varig cheia de brindes, ainda me deram "de lembrança" uma garrafa
de Perrier Jouet Belle Époque e uma garrafa de Royal Salute, como fizeram para
a maioria dos convidados.
Que festa!... Como foi bom
participar da festa do "primeiro escalão"!
Título e Texto: Alberto José, 3-8-2016
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