"Amália:
Saudades do Brasil" propõe apresentar a relação da fadista portuguesa com
o País.
Amália Rodrigues (1920-1999)
deslocou-se várias vezes ao Brasil, onde gravou discos pela primeira vez, e
onde criou, entre outros, o Fado Xuxu e Ai Mouraria,
ambos de Amadeu do Vale e Frederico Valério.
No início da década de 1950, a
fadista gravou um conjunto de temas de autores brasileiros como A coroa
do rei, Saudades de Itapuã, Falsa baiana e Nega
maluca.
O título da exposição remete para
uma composição de Vinicius de Moraes, Saudades do Brasil em Portugal,
composta para a voz de Amália, e que a gravou em dezembro de 1969, quando o
criador brasileiro visitou a fadista na sua casa em Lisboa, e ali realizou uma
tertúlia, em que entre outros, participaram Natália Correia, David
Mourão-Ferreira e José Carlos Ary dos Santos.
Amália Rodrigues, com o
compositor luso-francês Alain Oulman, gravou Naufrágio, da
brasileira Cecília Meirelles. Do Brasil foi buscar um outro título,
"Formiga Bossa-Nova", do português Alexandre O'Neil que Oulman também
musicou.
A fadista atuou
regularmente no Brasil, e um dos seus discos gravados ao vivo foi no Canecão,
no Rio de Janeiro. Este ano celebram-se os 40 anos do álbum Amália no
Canecão.
A exposição aborda a
relação de Amália Rodrigues com o Brasil, a importância deste país na
construção da sua presença no mundo e a influência que a artista teve e
continua a ter nas novas gerações de criadores, não só na área da música como
também nas artes visuais".
A mostra inclui cartazes, o da
estreia de Amália no Cassino de Copacabana, em 1944, as partituras de Ai
Mouraria, e ainda "inúmeros registos inéditos de som e imagem, bem
como obras dos artistas contemporâneos Vik Muniz e Francesco Vezzolli
inspiradas na diva do fado".
No âmbito da exposição e numa
parceria entre as editoras Valentim de Carvalho e Biscoito Fino, iniciar-se-á a
edição da discografia de Amália Rodrigues no Brasil.
O projeto artístico Amália:
Saudades do Brasil surge "num contexto de grande paixão pela
cultura portuguesa e pelo fado", e tem a curadoria de Frederico Santiago,
Luís Neves e Sara Cavaco, sendo organizada pela Creative Industries Programmes
em coprodução com os museus do Fado e Nacional da Dança e do Teatro, em Lisboa.
"A ligação de Amália
Rodrigues ao Brasil é quase inesgotável", afirma a organização que refere
- "foi num avião a caminho do Rio de Janeiro, em 1944, que Amália leu os
primeiros versos eruditos que viria a cantar, 'As penas', do poeta oitocentista
Fernando Caldeira". Foi também no Brasil que gravou o seu primeiro
poema, Corria atrás das cantigas, no Fado Mouraria.
"A mostra descreve a
trajetória da cantora desde a sua chegada ao Brasil em 1944, para a sua
primeira digressão internacional, até aos seus últimos recitais nos anos 1990,
passando pelos primeiros discos de sempre, em 1945, pelo filme Vendaval
maravilhoso (1949), de Leitão de Barros, sobre o poeta brasileiro
Castro Alves, pelas suas inúmeras atuações nas rádios e televisões brasileiras
- material muito extenso que nunca foi alvo de investigação -, ou até pela
participação numa telenovela da TV Record em 1971, 'Os deuses estão mortos'".
Fonte: Cidade das Artes
INFORMAÇÕES GERAIS
DATAS
04/11 a 30/11
HORÁRIOS
Terça a
domingo de 10h às 18h
LOCAL
Cidade das
Artes
SALA
Galeria
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA
Livre
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