Muitos intelectuais, dia sim, dia também,
achavam o que dizer contra FHC, mas depois da assunção de Lula e de Dilma ao
poder, passaram a presenteá-los com um silêncio obsequioso
Augusto Nunes
O que a História ainda está
por mostrar é o par de algemas de submissão voluntária com que tantos
intelectuais brasileiros — sim, existe a espécie, e a maioria lê muito pouco — prenderam
a si mesmos.
Numerosos deles, dia sim, dia
também, achavam o que dizer contra FHC, mas depois da assunção de Lula e de
Dilma ao poder, passaram a presenteá-los com endossos irracionais e um silêncio
obsequioso, que na Igreja é usado como punição. Como se o silêncio não fosse
aquilo que se diz naquilo que se cala.
À beira dos 70, que faço daqui
a dois anos, não publico minhas anotações, nem faço brotar minha memória ainda,
pelo desgosto da náusea, pois esses intelectuais me enganaram mais e mais tempo
do que Lula e Dilma. Só para exemplificar, lembro o cinismo da senadora Kátia
Abreu, a quem coube formalizar a farsa do fatiamento do impeachment para que
Dilma pudesse ganhar a sobrevivência “como professora”.
E o de José Dirceu pedindo
clemência ao juiz Sérgio Moro para que pudesse sustentar a filha de seis anos ganhando
a vida com o seu trabalho.
O ancião sequer se poupa de
lançar sobre a própria menina, ainda na idade da inocência, a mácula desta
infâmia, desta mentira, proferida diante de um juiz. A quem esse pessoal afinal
respeita? A ninguém? Vamos em frente.
Título e Texto: Augusto Nunes, VEJA,
25-10-2016
Colaboração: José Moletta
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