Cesar Maia
1. O processo eleitoral brasileiro, com eleições municipais e
estaduais/federais de 2 e 2 anos, produz uma corrente de conexões. Essa
corrente tanto pode ser positiva como negativa. É positiva quando existem
pré-candidaturas naturais a governador. É negativa quando, após as eleições
municipais, não existem candidaturas naturais a governador.
2. O caso do Estado do Rio, apontando para 2018, é de uma evidente
corrente negativa para governador. Partindo dos partidos que já informaram que
terão candidatos a presidente, como o PMDB, PT, PSDB, REDE, PDT, PV e PSOL, a
projeção dos mesmos para suas candidaturas a governador mostra espaços
completamente vazios.
3. Todos os candidatos a presidente terão que apresentar os
candidatos a govenador de seus partidos no terceiro colégio eleitoral – quase
segundo – certamente segundo pela expressão da disputa no Rio.
4. Enquanto nomes partidários, nenhum deles têm candidatura
natural. O nome do prefeito do Rio, do PMDB, natural até uns meses atrás, hoje
enfrenta os problemas da derrota na capital e muito mais que isso, enfrenta a
dúvida sobre de que forma a desintegração do governo estadual do PMDB afetará a
fragilidade de uma candidatura sua.
5. Falta um ano e nove meses até a convenção de 2018 que escolherá
os candidatos a governador. Partindo de espaços partidários, digamos, vazios, é
muito pouco tempo. É provável que o PSOL, a REDE, o PV e o PDT tenham
anticandidatos a governador para dar lastro na TV e número a seus candidatos a
presidente. Quem serão? Nem seus partidos sabem. E os nomes mais fortes para
deputado não vão para o sacrifício num quadro de transição política como o
brasileiro.
6. O PMDB enfrenta o desgaste do governo estadual, o que fragiliza
potencialmente o atual prefeito da capital. Há como descolá-lo do governo
estadual? Como se comportará o governo estadual após o segundo turno e o
retorno do governador do PMDB?
7. O PT terá que ter candidato a governador. Pelo menos para usar o
amplo tempo de TV que tem, reforçando seu candidato a presidente. Quem será?
Lula, superando as questões judiciais até pelo tempo até a convenção de 2018,
assumirá o bom combate mesmo sabendo das dificuldades eleitorais?
8. E o PSDB? Seus deputados – e presidentes regional e municipal da
capital – não irão para o sacrifício. Vão defender seus mandatos. Até porque a
incerteza de quem será o candidato a presidente vai dificultar compromissos
prévios deles. O PSDB vai buscar um nome forte fora do partido, como já o fez
para a eleição de 2016 na capital?
9. É improvável que o deputado Bolsonaro confirme sua candidatura a
presidente. Se o fizer também precisará de um candidato a governador para dar
piso. Mas não é improvável que decida recuar e ser candidato a governador, o
que significaria a ocupação de um espaço conservador e competitivo.
10. Se (sempre) as pré-campanhas começavam de fato um ano antes da
eleição, agora no Estado do Rio terão que começar 2 anos antes, para fora e
para dentro do partido.
Título e Texto: Cesar Maia, 19-10-2016
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