É comum hoje em dia defender
teses sobre futebol dando números. Eu gosto de números, os uso, mas no futebol
ainda os entendo como biquíni: mostram tudo menos o que interessa.
Cristiano pode ter 120 mil
gols, ou 600. O que faz dele um dos maiores de todos os tempos não é
matemático. Você só sabe que se trata do melhor do mundo quando olha para ele.
Não, não! Sem viadagem. Me
refiro a postura do sujeito. A confiança, a forma com que chama para si a
responsabilidade e a alergia que ele tem a ser coadjuvante em grandes jogos.
O craque normalmente, em algum
momento, se encosta no fato de ser craque. Talvez por ter se feito muito mais
do que nascido craque, Cristiano não se acomoda. Ele atua num limite irritante
o tempo todo e nem mesmo o peso de ser cobrado como o dono do time lhe afasta
de ser, de fato, o dono do time.
É impressionante. Jogos como
os de hoje deixam a gente sem saída ao tentar encontrar "poréns" que
o desqualifiquem da lista de maiores de todos os tempos.
E por mais que os números
comprovem isso, eu diria que os números são os que menos me impressionam. Não
há dado estatístico capaz de medir o que significa um sujeito pegar uma bola
aos 40 do segundo tempo, morto, após ter feito 2 gols, e cavar uma falta,
cobra-la com perfeição e resolver mais um jogo.
Desta vez não era o Getafe. É
a Espanha e numa Copa. Nos clubes a gente faz ídolos. Nas seleções se determina
quem são os super-heróis.
Abraços,
Título e Texto: Rica Perrone, Facebook, 15-6-2018
— Carlos Ponce de León (@Carlos_Ponz) 16 de junho de 2018
"Nos gramados russos, Cristiano já fez de pênalti, de falta, com a bola rolando e de cabeça. Não existe, no mundo, finalizador mais completo do que o camisa 7. Mas se Portugal mantiver o futebol jogado nesta quarta-feira (20 de junho), nem isso pode ser o bastante."
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