Cesar Maia
1. Entra pesquisa e sai pesquisa, de antigos e novos institutos de
pesquisa, e os números pouco flutuam.
2. Bolsonaro mantém seus 20% ou pouco menos, que não mudam há
meses. O segundo grupo, da mesma forma: Marina, Ciro Gomes e Alckmin que
oscilam entre 7% e 10%, em geral, com Marina na frente, seguida por Ciro Gomes
e Alckmin. Alvaro Dias continua estancado em 5%, concentrados no sul.
3. A única novidade é a inclusão do nome de Haddad, do PT,
precedido de "candidato do Lula". Sem isso, ele está no grupo de
baixo, com 2%. Com essa inclusão, ele tem quase 10%. Essa transferência não vem
dos demais candidatos, mas dos que não marcam nenhum candidato, que passam de
cerca de 35% para 30%. Essa informação o eleitor terá progressivamente em
campanha.
4. Com isso, o segundo grupo, dos 10%, passa a ter mais um nome:
Marina, Ciro Gomes, Haddad e Alckmin.
5. Para este segundo grupo só vale atirar em Bolsonaro se houver a
expectativa de que eleitores de Bolsonaro possam passar a serem eleitores de um
dos outros do segundo grupo. Essa hipótese é improvável para os eleitores de
Haddad e Marina. Os demais vão contar
com a cobertura do noticiário que, pelas características e história de
Bolsonaro, devem afetar a intenção de voto em Bolsonaro. Ou já afetaram, dada a
sua estabilização em pouco menos de 20%.
6. Haddad terá que contar exclusivamente com o impacto do apoio de
Lula, que será cada vez mais aberto. Ou seja, da transferência do Não Voto para
ele, ou, muito marginalmente, de Ciro Gomes e Marina.
7. A disputa dentro do segundo grupo explica a maior flexibilidade
política/ideológica dos candidatos do segundo grupo -excluindo Haddad- pelo
apoio dos partidos e políticos, de centro e centro-direita.
8. A diferença entre estes, do segundo grupo, está dentro do que os
institutos chamam de empate técnico. Isso leva todos eles a lutarem pelo
"voto útil", ou seja, "já que o meu preferido tem menos chance,
então vou optar por outro".
9. O voto útil pode ser ajudado pelas pesquisas, na medida em que
as diferenças no segundo grupo cresçam. Mas -e de qualquer forma- deve ser
induzido pela campanha dos demais. E não se trata de bater no adversário cujo
eleitor possa decidir transferir seu voto. Isso, às vezes, fixa mais o voto.
10. A comunicação pelo voto útil deve ser direta, ou seja, sem
bater, mostrar que as chances de um candidato são diminutas e, por isso,
pragmaticamente, o eleitor deveria fazer o voto útil, mudando a sua intenção de
voto.
11. Já sem a Copa do Mundo, as eleições passarão a concentrar a
atenção dos eleitores. Aguardemos as pesquisas de agosto.
Título e Texto: Cesar Maia, 9-7-2018
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