Marcos Luiz Garcia
Uma das coisas difíceis de compreender é, sem dúvida, a assimilação de uma parte da opinião pública às modas objetivamente irracionais, grotescas e feias.
Será que as pessoas
compreendidas nessa parcela fazem uma observação séria, uma análise profunda e
um julgamento objetivo de tais modas antes de incorporá-las aos seus hábitos?
Não parece.
O que aconteceu para que
pudesse ser aceita e se generalizasse uma moda que afronta rombudamente a
razão, que fere por completo os predicados da beleza, como a estética, a
integridade e a harmonia?
Tornou-se comum, andando de
terno pela rua, ser olhado de cima para baixo, como se fosse um cavernícola,
por pessoas que ostentam ufanamente calças rasgadas, compradas em lojas de
grife.
Nem sequer as temperaturas
baixas e o vento frio as impedem de usar tais calças, apesar de terem o
tronco agasalhado; e quanto mais rasgadas forem as calças, mais envaidecidas as
pessoas que as usam. Que lógica tem isso? Perguntadas, elas não sabem o que
responder. Usam-nas por usá-las, e está acabado. Nem os moradores de rua são
vistos, até agora, com tais roupas.
Repare-se que no público
ninguém critica; seria politicamente incorreto. Quem consegue induzir o público
a agir assim?
No entanto, atores e atrizes
famosos e muito bem pagos – a nova elite desse mundo decadente – ostentam com
orgulho verdadeiras loucuras, que são copiadas com uma fidelidade fanática por
incontáveis pessoas.
Até a grande mídia trata e
promove com a maior naturalidade as modas mais estranhas, mais subjugadoras,
mais extravagantes. Por quê?
Quem gera isso? Quem consegue
aliciar de tal maneira as mentes a ponto de despertar nesse público uma
verdadeira ufania da loucura?
Chegaremos a ver carros zero
quilômetro todos furados saindo das lojas? Móveis cheios de buracos expostos
nas vitrines? Chapéus, sapatos e maletas rasgados à venda nos shoppings?
Coisas loucas, hábitos
“escravizadores”, comportamentos irracionais estão conquistando incontáveis
mentes. No fundo, a liberdade humana está sendo rapinada com métodos
inteligentíssimos.
Qual é o objetivo de tais
conquistadores? Fazerem loucos voluntários? Induzir a humanidade à loucura?!
Sabemos que o pior cego é
aquele que não quer ver. É verdade. Mas talvez não seja errado afirmar que o
pior louco é aquele que deseja ser.
Título, Imagens e Texto: Marcos Luiz Garcia, ABIM,
30-11-2018
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