José Mendonça da Cruz
Uma maioria relativa de
portugueses, ajudada pelo descaso dos abstencionistas, a apatia da direita, e
um número indeterminado de ovinos confiou aos socialistas a gestão da coisa
pública. Os socialistas passaram, portanto, a crer-se donos disto tudo, e vê-se
que consideram que não há nada que os trave.
Nos momentos de serenidade e
boa disposição, fazem como um ministro que manda povoações mudarem-se de sítio
para evitar cheias provocadas pela incúria e a incompetência; ou como o
secretário de Estado que, para remediar o caos e a espera nos hospitais
públicos recomenda que se sirva chá e bolos a quem espera; ou, então, como a
inenarrável patroa desse secretário, mandam criar um gabinete ou um observatório
qualquer para darem mais uns lugares aos amigos, e fingirem que assim resolvem
problemas como o da violência contra o pessoal dos hospitais.
Nos momentos de irritação e
destempero, chamam nomes aos empresários que resgataram o país do fosso de onde
eles o meteram, como o trauliteiro Santos Silva; ou, como o senhorito Fernando
Medina [foto], resmungam contra quem critica a apropriação de dinheiro alheio
(da Segurança Social, desta vez) para investimentos úteis como propaganda, mas
medíocres e irresponsáveis financeiramente; ou dizem uma patetice diária com um
esgar sorridente, e depois, na calma dos gabinetes, põem fim a todas as PPPs
hospitalares que garantem bom serviço aos utentes com poupanças para o Estado,
para as entregarem a clientes e primos. Se
os criticam, exaltam-se contra tudo e todos, de reizinho na barriga.
Chefia-os, nas boas e nas más
horas, um homem que esta semana na Assembleia da República se espantou com
sugestões de baixar os impostos para reanimar a economia, por as considerar
«pensamento mágico». Portugal vai sendo ultrapassado por países que praticam,
exatamente, esse «pensamento mágico», ou seja, uma governação não socialista, e
resvala firme e consistentemente para a situação de país mais pobre da Europa.
Mas por cá estamos assim; gostam deste caminho e deste destino uma maioria
relativa de portugueses, o descaso dos abstencionistas, a apatia da direita e
um número indeterminado de ovinos.
Título e Texto: José
Mendonça da Cruz, Corta-fitas,
18-1-2020
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