quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Há o que fazer pela Uruguaiana?

Para Rogério Amorim, Eduardo Paes comete sincericídio ao admitir que não tem o que fazer em Segurança Pública e isso se reflete no Camelô-Shopping da Uruguaiana


Recentemente o prefeito Eduardo Paes criou o bordão que define brilhantemente seu governo. Ao comentar sobre questões de Segurança Pública, ele admitiu que a Prefeitura “não tem o que fazer”. Eu achei o sincericídio do prefeito no mínimo justo com a população, que terá assim a oportunidade clara de se livrar dele nas eleições do ano que vem. Mas acho que ele poderia continuar falando. E dizer logo que não tem o que fazer pelo BRT (que ele deveria ter entregado em 2016), que não tem o que fazer pela Saúde, que não tem o que fazer pela Guarda Municipal (corporação que ele mesmo a cada dia rebaixa mais) e que não tem o que fazer pela Educação e seus cavalos taradões. Dentro da Educação, ele também não tem o que fazer pelos mediadores escolares que não estão sendo contratados pelo Ferreirinha CPX, deixando sem assistência algumas milhares de crianças com diversas condições limitadoras; já fiz dezenas de requerimentos de informações de pais que me procuram pedindo socorro, mas pelo jeito o Ferreirinha “não tem o que fazer”.

Em suma, Eduardo Paes não tem o que fazer. Talvez se ele tivesse o que fazer evitaria vídeos constrangedores como aquele em que anuncia a Cinelândia para a torcida do Fluminense e o espaço da Sapucaí, nobre, de carnaval, para a torcida do Boca Juniors – clube de um país onde o racismo é frequente nas partidas contra times brasileiros.

Vamos supor que Eduardo Paes resolvesse ter o que fazer – que tal melhorar a cidade? Eu faço a primeira sugestão: comece pelo Centro, esse Centro que ele diz estar “revitalizando” e que permanece em degradação completa. O tal “quadrilátero” da Cinelândia se torna um mendigódromo e o Porto Maravilha é cada vez mais deserto. E agora temos a novidade: um Camelô-Shopping, que é a ocupação escancarada, sem meio-termo, da Rua Uruguaiana. Uma lona azul cobre toda a área por onde deveriam passar pedestres, protegendo do sol e da chuva uma espécie de filial Centro da famosa Feira de Acari. Material de procedência bem duvidosa sendo vendida sem recolhimento de impostos, tudo atrapalhando a passagem dos pedestres e também a visualização dos comerciantes que geram empregos e pagam taxas incríveis da Prefeitura.

Além de tudo, trata-se de um problema de Segurança Pública (ah, mas isso ele já disse que não tem o que fazer), pois é evidente que ali pode haver produtos de contrabando ou roubo.

Qual será a resposta do prefeito ao novo Acaródromo da Uruguaiana? “Não tem o que fazer?”. Talvez esse seja o caso de trocar o verbo “ter” pelo verbo “saber”. Sim, o nosso prefeito já não sabe mais o que fazer pelo Rio de Janeiro.

Qual será a resposta do prefeito ao novo Acaródromo da Uruguaiana? “Não tem o que fazer?”. Talvez esse seja o caso de trocar o verbo “ter” pelo verbo “saber”. Sim, o nosso prefeito já não sabe mais o que fazer pelo Rio de Janeiro.

Título e Texto: Rogério Amorim, Vereador do Rio pelo PL e neurocirurgião do Hospital Universitário Gaffreé e Guinle, Diário do Rio, 2-11-2023

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