No aniversário dos atentados terroristas,
muitos ainda insistem em tratar a vítima das agressões como responsável por uma
guerra que ainda está longe do fim
Nuno Vasconcellos
Nuno Vasconcellos, foto: Daniel Castelo Branco/Agência O Dia |
O conflito persiste no Oriente Médio e a todo instante surgem ingredientes que, embora acrescentem cenas dramáticas ao cenário de uma guerra que ainda está longe do fim, nada mais são do que a continuidade das atrocidades que tiveram início há exatamente um ano. Sim! Amanhã, dia 7 de outubro, completa-se um ano do dia em que hordas de terroristas Hamas invadiram o território israelense, estupraram mulheres, degolaram crianças, espancaram idosos até a morte e, na volta para seus covis, arrastaram 253 civis — muitos dos quais perderam a vida sob condições subumanas nesses últimos doze meses.
Foram esses os fatos que deram
início ao conflito. Muita gente, porém, fala da guerra como se eles nunca
tivessem acontecido. Ou, então, como se não fossem fortes o bastante para
justificar o desenrolar dos acontecimentos. Assim, as cenas de destruição vistas
na Faixa de Gaza e que agora se repetem no Sul do Líbano são apresentadas como
se tivesse partido da truculência de Israel a iniciativa de atacar uma
população civil desarmada e indefesa. Isso, porém, está a quilômetros e
quilômetros de distância da verdade.
Por mais tristes que sejam as mortes de civis alcançados pelos bombardeios de um lado e do outro, ninguém tem o direito de ignorar o ponto crucial! Nada disso estaria acontecendo se os terroristas não tivessem feito o que fizeram. E, mais do que isso, lançado ameaças que expuseram toda a população israelense à ameaça de novos ataques. Numa situação como esta, qualquer Estado digno desse nome tem não o direito, mas a obrigação de agir em defesa de seus cidadãos.
Na semana passada, quando o
calendário judaico marcou mais um ano novo, o conflito parecia tão modificado
em sua dimensão e em seus objetivos que muita gente passou a enxergar os
acontecimentos no Sul do Líbano como uma nova guerra. Na verdade, porém, tudo
se resume à consolidação de uma nova frente em um conflito iniciado pelos
terroristas, com os atentados do dia 7 de outubro.
A questão é que, numa região em que, a despeito da tensão permanente, as guerras costumam ser de curta duração, esta está se estendendo por um período muito longo. A título de comparação, basta lembrar que o conflito de 1967 ficou conhecido pelo tempo de sua duração: Guerra dos Seis Dias. A guerra de 1973 foi iniciada por um ataque egípcio no feriado judaico do Dia do Perdão, ou Yom Kippur, no dia 6 de outubro daquele ano e foi encerrada com a rendição dos agressores vinte dias depois. Com exceção da Guerra de Independência, que se estendeu por mais ou menos um ano a partir da declaração de independência de 19 de maio de 1948, o território israelense nunca esteve durante tanto tempo em um conflito declarado, como está agora.
Ninguém aqui está ignorando que o Oriente Médio é uma das regiões mais conflagradas do mundo. E que, mesmo nos períodos de paz, Israel sempre se mantém alerta e preparado para reagir às agressões dos inimigos que o cercam. Também não está se esquecendo dos 10 anos em que o exército israelense manteve mobilizado em posições no Sul do Líbano — durante a Guerra Civil Libanesa, que se estendeu de 1975 a 1985. O que está sendo dito é que, desde 1948, Israel nunca esteve tanto tempo como alvo de hostilidades como está agora.
FORÇA E BRUTALIDADE
Por mais impacto que causem,
as cenas de destruição vistas agora no Sul do Líbano eram mais do que
esperadas. Todos sabiam que a guerra iniciada pelo Hamas chegaria ao Hezbollah
mais cedo ou mais tarde. Sendo assim, ninguém que dedica um mínimo de atenção
ao que se passa no Oriente Médio pode manifestar alegar surpresa diante das
cenas de destruição causadas pelos ataques das forças israelenses a posições do
grupo terrorista Hezbollah no Sul de Beirute. Era evidente que as provocações e
as ameaças sistemáticas por parte dos terroristas, que agem a partir do
território libanês sem jamais terem sido importunados pelo governo local,
acabariam gerando a provocando a reação das Forças de Defesa de Israel (IDF, na
sigla em inglês). Também era evidente que, quando o golpe viesse, seria marcado
pela força e pela brutalidade.
Também não é o caso de se
espantar com a entrada oficial do Irã no conflito. Na verdade prática, o
governo de Teerã já estava em guerra muito antes do primeiro foguete ser
disparado pelos terroristas do Hezbollah contra o território de Israel, em
solidariedade ao Hamas, dias depois dos atentados do ano passado. Nunca foi
segredo para ninguém que o país persa está por trás de ter disparado. Facções
terroristas como o Hezbollah, que atua no sul do Líbano, e o Hamas, que age na
Faixa der Gaza e na Cisjordânia — e que, exatamente como os grupos que apoia,
nunca considerou a menor possibilidade de um acordo de paz com Israel. O que
ele deseja é uma guerra que cause o extermínio do inimigo. Dure o tempo que
durar, cause o número de vítimas que causar!
Sendo assim, com tudo o que
aconteceu nos últimos dias, depois que mais de 200 mísseis e foguetes iranianos
foram disparados contra Israel num espaço de poucas horas, foi a remoção do véu
que cobria as atitudes dos aiatolás que mandam no Irã e, que sempre
manifestaram e nunca esconderam a intenção de destruir o Estado de Israel e de
eliminar o povo judeu da face da terra. Se não fosse por essa ideia fixa, não
haveria o menor sentido na decisão de o país assumir como o Irã assumiu como
suas as dores dos ataques israelenses, que foram dirigidos não ao seu
território, mas ao do Líbano. De um país que nem seu vizinho é, e que tinham
como alvo um grupo terrorista que sequer não existe à luz do direito
internacional — mas que o Irã trata como aliado.
O “líder-supremo” iraniano,
aiatolá Ali Khamenei, disse no dia seguinte aos ataques que a atitude foi
“legal” e “legítima”. Em outras palavras, ele afirmou que todos os meios se
justificam quando o que está em causa é a destruição do “lobo vampiro” encarnado
pelo Estado de Israel. A questão é que, a cada dia que passa, fica mais
evidente que, quando um conflito alcança as dimensões do atual, as declarações
e os discursos inflados, por mais eloquentes que sejam, deixam de produzir
efeitos. O que conta são as atitudes.
Nesse capítulo, tudo indica
que o Irã prefere terceirizar aos grupos terroristas as hostilidades contra
Israel do que mostrar a cara e agir com os próprios meios para destruir o
inimigo. Afinal, os aiatolás têm muito o que fazer dentro de casa. Para impor
seu reinado de terror perante o próprio povo, eles precisam seguir chicoteando
mulheres que não se cobrem com o véu islâmico e atirando as pessoas LGBTQIA+ do
alto dos edifícios —como nunca deixaram e nem deixarão de fazer se não forem
contidos.
PERSONA NON GRATA
Tudo o que o disparo dos 200
mísseis e as declarações de Khamenei conseguiram, portanto, foi tornar oficial
a participação do Irã num conflito do qual, até aqui, ele era uma espécie de
“sócio oculto”: tinha interesse evidente nos resultados, mas não assumia suas
responsabilidades pelas ações talvez por medo da reação do principal aliado de
Israel, os Estados Unidos.
A reação israelense à agressão
recebida ainda não veio, mas certamente virá tão cedo. Quando ela acontecer, no
entanto, , será “precisa e dolorosa”, como fez questão de deixar claro o
diplomata israelense Danny Damon, que participou como convidado da reunião do
Conselho de Segurança das Nações Unidas na quarta-feira passada. “As
consequências que o Irã enfrentará serrão maiores do que qualquer uma já
imaginada”.
O embaixador do Irã na ONU,
Amir Saied Iravani, por sua vez, disse que o ataque a Israel foi “uma ação de
proporcional autodefesa” — um argumento que não faz o menor sentido quando se
observa a sequência dos acontecimentos. É, no mínimo, precipitado. Pelo menos
até o momento, Israel não apontou sua artilharia na direção do território
iraniano. Mesmo assim, o Irã se achou no direito de dar início às hostilidades
— talvez motivado pela certeza de que sua atitude jamais receberia, como não
recebeu, a condenação pelos organismos internacionais.
O papel dos organismos
internacionais, por sinal, tem sido um dos aspectos mais lamentáveis dessa
história. Nada do que eles fazem é capaz de produzir qualquer efeito prático. E
isso não se deve, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se cansa de
apregoar, ao fato de o mundo ter mudado enquanto o Conselho de Segurança (o
principal órgão decisório da instituição) manteve o mesmíssimo formato que
tinha quando a ONU foi criada, logo depois da Segunda Guerra Mundial. O
problema é que, quando se trata do direito internacional, as decisões não podem
ser tomadas, como Lula e outros líderes parecem defender, apenas com base na
quantidade de países que apoiam um determinado ponto de vista. O que deve ser
avaliado, no final das contas, é o efeito de cada decisão sobre o equilíbrio
mundial.
Seja como for, o fato é que a
ONU tem assumido posições que refletem mais as preferências ideológicas da
maioria de seus integrantes. A organização, nesse sentido, se mostra incapaz de
manter a neutralidade necessária para responder aos desafios que enfrenta.
Com sua estrutura, suas ações
e sua utilidade sob críticas constantes, de todos os lados, a ONU, além de não
oferecer uma resposta satisfatória ao se mostrar incapaz de encontrar uma
solução para os conflitos mais agudos que acontecem ao redor do mundo, não
consegue esconder sua preferência por um dos lados da disputa do conflito no
Oriente Médio.
Tem sido assim, por exemplo,
na guerra provocada pela invasão da Rússia à Ucrânia. Tem sido assim, da mesma
forma, no atual conflito do Oriente Médio. Tanto isso é verdade, que a
organização manteve o mais absoluto silêncio logo depois do Irã ter aberto fogo
contra a primeira reação da organização aos ataques do Irã a Israel. Foi o mais
absoluto silêncio. O secretário-geral Antônio Guterres [foto], que nunca perdeu uma
oportunidade de censurar as ações ofensivas das IDF contra seus inimigos e que
chegou a justificar os atentados terroristas de 7 de outubro como consequência
de 56 anos de “opressão” do povo palestino por Israel, só decidiu se manifestar
depois que o governo israelense denunciou sua parcialidade e o considerou
declarou “persona non grata”.
MÁSCARAS CAINDO
Mesmo diante de tudo isso, a
semana acabou chegando ao fim mais ou menos como começou. Com Israel fechando
os ouvidos para as críticas que sempre recebe e nunca levam em conta seu
direito de se defender. E reservou-se o direito de agir para atingir os cabeças,
se defender dos inimigos e conduzindo ataques que, como já ficou claro, visam
atingir a cabeça dos grupos terroristas que o ameaçam. Desde o aumento da
violência Sul do Líbano, sete chefões do grupo terrorista Hezbollah já tombaram
por ataques israelenses.
Algumas das operações, foram
marcadas pela tecnologia. É o caso da destruição dos pagers utilizados pelos
terroristas para se comunicar sem o risco de serem rastreados pela rede
convencional de telefonia celular — nunca assumidos oficialmente por Israel. A
maioria, porém, se vale de projéteis de alto poder destrutivo que causam danos
não só aos alvos propriamente ditos, mas, também, a tudo o que está em volta
deles.
A lista de terroristas mortos
inclui o nome de Hassan Nasrallah, o Número 1 do Hezbollah que, financiado pelo
Irã e acoitado pelo governo de Beirute, nunca teve dificuldades para comandar
as ações contra Israel desde o Sul do Líbano. E mesmo se tratando de uma
organização que não responde a ninguém quem quer que seja nem está sujeito a
qualquer tipo de escrutínio por parte dos organismos internacionais, o grupo
Hezbollah é visto por Guterres e por uma série de países governos — entre os
quais, inclusive o do Brasil — como se estivesse na mesma situação de países
que merecem ser tratados de igual para igual com representações diplomáticas
nas capitais mais importantes do mundo, e que dispõem de instituições sólidas,
promovem eleições periódicas e asseguram a liberdade de manifestação a seus
cidadãos. Esse como é o caso de Israel.
Seja como for, o aumento da
violência visto nas últimas semanas — e que já acrescentou mais de duas mil
mortes à extensa lista de vítimas de um conflito que não tem hora para acabar —
já era mais do que previsível. E se há algo que pode ser dito diante da reação
israelense aos ataques sistemáticos feitos pelos terroristas nos últimos meses
é que a resposta ao Hezbollah demorou para ser posta em prática, veio com um
ano de atraso. Isso mesmo: o que está acontecendo agora no Sul do Líbano, é
sempre bom insistir nessa tecla, não é um novo conflito! Trata-se apenas da
nada mais do que a sequência de um enredo que, em sua versão mais recente,
começou a ser escrito no dia 7 de outubro de 2023.
Isso mesmo! A recente onda de
violência no Sul do Líbano não deve ser vista como uma novidade apartada de
toda a tragédia que vem acontecendo no Oriente Médio nos últimos meses. Ela
teve início com os atentados terroristas — brutais, covardes, desumanos e
extremamente violentos — cometidos por terroristas do grupo Hamas e que amanhã,
segunda-feira, completam seu primeiro aniversário.
É muito importante que isso
fique claro e não perder isso de vista: Israel não é o agressor. É, pelo
contrário, um agredido que faz uso do legítimo direito de defesa. Também é
preciso não perder a noção da sequência dos acontecimentos. Embora tenha chegado
a Beirute e outras localidades, como Bint Jbeil, uma cidade de mais ou menos 30
mil habitantes no Sul do Líbano, não se trata de uma nova guerra. A prioridade
israelense foi atacar as posições do Hamas na tentativa de recuperar os reféns
levados pelos terroristas. E, ao mesmo tempo, destruir a infraestrutura e os
armamentos do Hamas. E como foi prometido desde o primeiro momento, eliminar as
lideranças terroristas.
De lá para cá, o que mais se
viu foram máscaras caindo e deixando descobertos os rostos de líderes que, a
pretexto de defender os direitos das populações palestinas atingidas pelos
ataques lançados em resposta às agressões terroristas, são incapazes de esconder
seu apoio aos métodos utilizados pelos grupos que têm como único objetivo a
destruição do Estado de Israel e do povo judeu. A impressão que se tem é que,
para os países identificados com a esquerda mundial, Israel não tem o direito
de reagir. Sua reação diante dos atentados deveria ser se calar ou, então,
oferecer a outra face e aceitar as agressões como se os terroristas estivessem
exercendo um direito legítimo ao cometar as atrocidades que cometeram.
FORÇA DESCOMUNAL
A repulsa causada pelas
agressões e pelos relatos de crianças degoladas, mulheres estupradas, velhos
agredidos até a morte e jovens arrancados de uma festa e arrastados como reféns
para os covis dos terroristas logo foi substituída pela condenação ao uso da
força por parte dos soldados israelenses, que aos exércitos que reagiram aos
terroristas com o apoio estão entre os mais bem treinados e do armamento
militar mais sofisticado do mundo. E não demorou muito para que o
secretário-geral da ONU, o português Antônio Guterres, logo o país agredido
passasse a ser tratado como o grande causador da violência e para que um
um processo de amnésia coletiva contagiasse a imprensa de todo o mundo.
Em pouco tempo, ninguém mais
parecia se lembrar dos reféns que agonizavam nas masmorras dos terroristas nem
se lembrava mais das mulheres estupradas e violentadas diante de seus filhos.
Nem dos filhos estripados diante dos pais. Ninguém, da mesma forma, denunciava
o uso dos civis palestinos como escudos humanos pelos terroristas.
Criticava-se, também é
importante insistir nesse ponto, o emprego de uma força descomunal que, a
pretexto de atacar os terroristas, tinha como alvo o povo palestino.
Denunciavam-se as ações israelenses sem se falar em nenhum momento que os
terroristas nunca deixaram de disparar seus foguetes contra civis israelenses.
Falava-se do número excessivo de mortos pelo lado palestino sem mencionar em um
único momento que as hostilidades teriam cessado caso os reféns arrancados à
força de seu país e que sobreviveram a meses de maus tratos tivessem sido
devolvidos a suas famílias.
O conflito não precisava ter
chegado ao ponto em que chegou. Bastava, para isso, que os terroristas tivessem
libertado os reféns. Não precisava, sequer, ter se iniciado. Bastava, para
isso, que os “ativistas” do Hamas não tivessem invadido Israel nem cometido as
atrocidades que cometeram. A consequência mais lamentável de tudo, além da
perda descomunal de vidas, foi a inviabilização de qualquer possibilidade, nas
próximas décadas, de instalação de um Estado palestino na região. Alto que, de
forma alguma, parece preocupar os terroristas que não escondem de ninguém que
não querem construir um Estado, mas destruir a democracia que Israel ergueu na
região.
Tudo o que parecia importar
era a morte dos civis palestinos atingidos pelos ataques israelenses — muitos
deles usados como escudos humanos diante de um inimigo mais forte, mais bem
treinado e mais bem armado que reagiu a agressão com a força de que dispunha.
O inimigo, a princípio, era o
Hamas e os ataques israelenses tinham como alvo seus esconderijos na Faixa de
Gaza e na Cisjordânia. Desde o início, porém, os terroristas do Hezbollah —
financiados pelo Irã e acoitados no Sul do Líbano — se puseram a disparar
foguetes contra algumas posições israelenses. A maioria dos disparos foi
contido pelo sistema de defesa conhecido como Domo de Ferro e nada provocou
além de danos materiais de pequena proporção.
Na visão dos “analistas” que falam sobre a guerra na TV sem conseguir disfarçar seu antissemitismo e sua simpatia pelos terroristas, entrada do Hezbollah no conflito colocaria as bem treinadas tropas das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) diante de um inimigo muito mais poderoso do que o Hamas. E, ao longo de um ano inteiro, a possibilidade desse grupo entrar na guerra era visto por esses “analistas” como um risco capaz de causar danos terríveis a Israel.
P.S.: hoje acontece em todo o país as eleições municipais — tema
que, este ano, não mereceu muita atenção por parte da coluna. Falar pouco sobre
o assunto não significa, naturalmente, sugerir que a escolha dos prefeitos e
dos vereadores não seja importante. Significa apenas que, num momento como o
atual, às vezes se calar a respeito de um tema importante é uma forma de
manifestar o descontentamento com alguns pontos do processo. Desejo ao eleitor
um voto tranquilo e consciente e espero que todos os que forem eleitos no dia
de hoje cumpram seu dever sempre tendo em vista que há muito o que fazer para
que a política passe a ser usada em benefício da sociedade.
Título e Texto: Nuno
Vasconcellos, O Dia, 6-10-2024, 6h35
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