Aparecido Raimundo de Souza
Baterei palmas e gritarei vivas em praça pública e também diante do Senado, da Câmara, do STF e obviamente de outras pocilgas candanguenses, quando, mesmo norte, a nossa medicina e um tal de CRM (Conselho Regedor de Malandros) se posicionar ao lado da população carente e tirar de circulação os Asclépios feitos nas coxas e debaixo das colchas.
Consequentemente darei o braço a torcer, quando, igualmente, os nossos medicinais feitos nas barbas das colas por debaixo dos bancos das universidades e os graduados nas mais de trocentas especialidades chegarem ao patamar de atenderem os pobres e necessitados, da mesma maneira que cheiram os “cus” de políticos e ladrões que afanam nossos mirrados salários.
Me autoflagelarei ou me automutilarei quando esses picaretas renomados, travestidos de branco e estetoscópio em torno do cachaço, atenderem, sem distinção de raça, sexo, cor, bolso furado ou com grana, o seu Luiz Estácio da “Favela da Rocinha,” no Rio de Janeiro —, por exemplo —, ou a dona Vandeca Boquinha de Veludo, com Aids, moradora “da Cracolândia,” em São Paulo, com o mesmo alinho e presteza, sem se achar que é intocável ou filho do deus Apolo com a mortal Corônis.
Vou me penitenciar se esses “papas com carteirinha do CRM” tidos como especialistas darem o merecido valor e respeito atendendo os ricos e os pobres, os Manés e as Maricotas com igual lisura e honestidade, sem fazer cara de nojo ou de bicha, ou achar que vão ganhar o céu e tocar harpa no coro do Caçulinha sob a batuta de maestro Arthur Moreira Lima.
Rasgarei as pregas do meu cagador, quando um desvalido qualquer —, morador de rua —, ou jogado às traças vivendo na casa do caralho, for atendido no Sírio-libanês (motivado por ter mandado para a barriga uma canja de galinha com a língua solta) com a mesma eficiência que um político sujo e nojento, por conta de um tombinho na moleira, tendo ao lado dele os melhores médicos pagos com os trocadinhos que estavam reservados para a compra do pão e do leite diário das nossas crianças.
Acreditarei, de alma em festa, saltarei de alegria acenderei rojões e darei um saco de línguas de sogras às crianças, quando tais figuras vestidas de “anjos” fizerem com as nossas doenças, caras e corpos o que um simples programa de computador que nunca sentou a “bunda do rabo” num banco de faculdade de medicina deixar as nossas feiuras iguais às que estamos vendo nas imagens desse vídeo que hora juntamos com o presente texto.
Até lá, senhoras e senhores, e me perdoem os esculápios que vivem metidos em hospitais, hotéis repletos de estrelas, notadamente aqueles “dotores” que fingem clinicar nas falidas redes públicas do SUS (Sistema Único Sucateado, ou Sistema Unificado de Sustos) pelo amor de Deus, rogo que me perdoem. De coração.
Até que veja diante de meus esbugalhos um quadro diferente, só me resta rir e rir muito, bem ainda chalacear, zombar, gracejar, bufonear até escangalhar os colhões que provocam em nossos músculos faciais, as risadas e as gargalhadas mais estapafúrdicas. Aliás, por falar nisso, vamos rir? Kikikikkkikikikikikikikikikikikikikikikikikikikikikikikiki...
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, 16-12-2024
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Quando pequenas “Microfrases” dão o recado sem precisar escrever muito
Texto muito reflexivo, mostrando a real situação do nosso país num dos setores mais necessários para a população que não tem nem como sobreviver num país que é governado por criaturas invencíveis a pobreza.
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