Paulo Hasse Paixão
Não que nada disso fosse óbvio para ele na época. Roma em 44 a.C. estava mergulhada no caos . O ditador vitalício tinha acabado de ser assassinado. Um par de anos antes, o firme e teimoso defensor da república, Catão, tinha-se suicidado, estripando-se com as suas próprias mãos. Amigos e inimigos respeitáveis tinham morrido – ou sido mortos. Restavam os bandidos e os jovens.
O senado – esse símbolo estimado da Roma republicana – era uma nulidade de cobardes. Os poucos indivíduos ilustres que não tinham encontrado uma morte prematura, como o bom amigo de Cícero, Tito Pompónio Ático, tinham sabiamente escolhido ficar fora da política. Aqueles que buscavam as luzes da ribalta aprenderam a contornar os cargos tradicionais.
A
corrupção e o perigo eram as únicas recompensas que restavam aos que competiam
no cursus honorum. Dizer que a república romana tardia estava
polarizada seria um erro, pois a polarização implica um espectro político claro
para começar. Não era apenas a política que estava a ser alterada, mas até a
capacidade de interpretar a política. Poucas soluções podiam ser encontradas. E
menos ainda eram as razões para ter esperança.
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