Vasco deixou de assumir a liderança do
Carioca ao empatar com o Sampaio Corrêa e vai decidir seu futuro em dois
clássicos
Altair Alves
O Vasco perdeu na noite desta segunda-feira sua última chance de somar gordura antes da sequência de clássicos que vai decidir seu futuro no Campeonato Carioca. Com o empate sem gols diante do Sampaio Corrêa, o time de Fábio Carille continua em terceiro lugar, com 14 pontos, mas vai precisar pontuar contra Flamengo e Botafogo nas duas últimas rodadas se quiser ficar entre os quatro primeiros colocados ao fim da Taça Guanabara.
![]() |
Foto: Jhonathan Jefferson/Sampaio Correia |
Essa foi a terceira partida
sem vitória do Vasco, que vem de derrota para o Fluminense e de empate com o
Volta Redonda. Como o momento não é bom, a equipe ouviu vaias e viu os nervos
esquentarem no Estádio Lourival Gomes, no distrito de Saquarema, a cerca de 90
quilômetros da capital.
Ao fim da partida, João Victor
discutiu com torcedores posicionados na grade próximo ao vestiário da equipe
visitante (veja no vídeo abaixo). Carille, em alguns momentos do jogo, subiu o
tom das cobranças e mostrou-se incomodado com a falta de velocidade na saída de
bola. A equipe precisa voltar a apresentar bom futebol e, acima de tudo, voltar
a vencer para acalmar os ânimos.
João Victor discutiu com torcedores após o fim do jogo contra o Sampaio Corrêa. pic.twitter.com/Jq3CYoJVZV
— NewsColina (@newscolina) February 11, 2025
Em Saquarema, diante de uma
equipe que sabidamente se fecharia atrás para apostar nos contra-ataques, o
Vasco não conseguiu encontrar antídoto para a retranca e sofreu na parte da
criação. Teve o domínio da partida, mais posse de bola, mas não conseguiu converter
a vantagem em oportunidades de gol – no final das contas, Léo Jardim trabalhou
tanto quanto o goleiro Zé Carlos.
Em que pese as ausências de Coutinho e Paulinho, jogadores fundamentais no esquema de Carille, o Vasco não foi capaz de apresentar soluções além de finalizações de fora da área e tentativas de cruzamento para Vegetti. Hugo Moura e Zuccarello foram os escolhidos para começarem jogando: Hugo ficou devendo e foi o principal alvo das queixas do treinador, e o jovem meia produziu pouco em sua estreia como titular no profissional.
Para cada lance que o Vasco
conseguia arrancar um suspiro da torcida que fosse, o Sampaio Corrêa (que não é
quarto colocado, com 13 pontos, à toa) assustava num contra-ataque. De resto, a
partida foi ruim, sem emoção e sonolenta. Apesar da latente necessidade de
reforços, em especial no ataque, o Vasco pode e deve produzir mais do que isso.
Vasco domina, mas não
machuca
Diferentemente das duas
rodadas passadas, o Vasco teve do domínio nesta segunda-feira e ditou o ritmo
contra o Sampaio Corrêa, que nitidamente não fez questão de jogar, estacionou o
caminhão na frente da área e apostou nas transições verticais. O time de
Carille terminou o jogo com 58% de posse de bola, mas em alguns momentos quase
bateu os 70%.
No entanto, a superioridade
não era traduzida em chances. A equipe, ciente de que o meio de campo estava
povoado, investiu em jogadas pelos cantos, onde Paulo Henrique e Lucas Piton
projetavam-se encontravam espaço – por outro lado, deixavam o corredor livre
para Max e Rafael Pernão atacarem. O Vasco dominou, mas em nenhum momento
sentiu-se seguro.
Diante de uma equipe bem
fechada, a bola longa por vezes mostrou-se uma alternativa: Piton e Paulo
Henrique incomodaram a defesa adversária nesse sentido. Mas os lances
dificilmente eram concluídos. A primeira chance mais clara saiu apenas aos 21
minutos, com Zuccarello ariscando de fora da área. Paulo Henrique e Jair também
arriscaram de longe e assustaram.
Em determinado momento, dada a
necessidade do Vasco de impor o ritmo da partida, Carille se irritou na área
técnica com a lentidão da saída da equipe e direcionou sua insatisfação em
especial para Hugo Moura.
“Achei o jogo lento para mexer
a linha defensiva para agredir o adversário. Entendemos a situação do campo,
mas a gente tinha que ser um pouquinho mais agressivo para buscar a vitória”,
reconheceu o treinador na coletiva.
Praticamente no último lance
do primeiro tempo, Léo Jardim precisou fazer grande defesa numa escapada de
Alexandre pela direita do ataque do Sampaio, sublinhando a atuação fraca e
insuficiente do Vasco até aquele momento. Depois do intervalo, não mudou muita
coisa.
Sem opções relevantes para
mexer do meio para frente, Carille colocou Alegria e Mateus Carvalho em campo –
o volante entrou desatento, concedeu chances ao adversário ao sofrer desarmes
no meio de campo e teve atuação desastrosa. Aos 26, o jovem Zuccarello deu
lugar a Jean David 0 foi do chileno a melhor chance do Vasco na partida
inteira, num chute de canhota de longe que obrigou Zé Carlos a fazer defesa
milagrosa.
Diante do tamanho da
expectativa depositada em suas costas toda vez que vai a campo, Payet teve mais
uma atuação decepcionante e não conseguiu fazer a diferença para o Vasco diante
do Sampaio Corrêa. Ele ficou em campo do início ao fim, tentou lances diferentes,
mas em alguns momentos sumiu da partida e não decidiu como se espera de um
camisa 10.
Título e Texto: Altair Alves, Vasco Notícias, 11-2-2025
Relacionados:
Empate do Vasco escancara carências do elenco e falta de planejamento
Vasco chega a 3 jogos sem vitória e amplia má fase no Carioca
Torcedores do Vasco ficam na bronca com Carille após empate no Carioca
Felipe insatisfeito e silêncio de jogadores marcam empate do Vasco
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-