quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Eleições 2020: saiba como emitir certidões expedidas pelo TSE

Documentos podem ser obtidos no portal do Tribunal Superior Eleitoral 

TSE, foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Karine Melo

O eleitor não precisa sair de casa para solicitar a emissão de qualquer uma das certidões expedidas pela Justiça Eleitoral. Todas podem ser emitidas pelo Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Basta acessar o menu “Certidões”, disponível na aba “Eleitor” da página inicial do site

Quitação eleitoral

No caso da certidão de quitação eleitoral, que comprova que o eleitor está em dia com a Justiça Eleitoral, a emissão do documento pelo site eleitoral somente será possível se não houver divergência entre os dados informados e aqueles registrados no cadastro eleitoral e não existir restrição no histórico de sua inscrição, como, por exemplo, ausência não justificada às eleições. Caso a certidão não seja emitida, o eleitor poderá solicitá-la em qualquer cartório ou posto de atendimento eleitoral para regularizar sua situação. 

Sem a certidão de quitação eleitoral, o eleitor fica impedido de se inscrever em concurso público, tomar posse na função, receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, territórios, do Distrito Federal ou dos municípios, obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, obter passaporte ou carteira de identidade, renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda, entre outros impedimentos. 

Crimes eleitorais

Outra certidão expedida pela Justiça Eleitoral e que pode ser encontrada no Portal do TSE é a de crimes eleitorais . O documento atesta a existência ou inexistência de um ou mais registros de condenação criminal eleitoral decorrente de decisão judicial transitada em julgado - contra a qual não cabe mais recurso - no histórico do eleitor. 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

[Foco no fosso] A fantasma não foi queimada

Haroldo Barboza 

Em setembro de 2019, uma equipe especializada em segurança, reportou a grande possibilidade de ocorrer um incêndio no hospital de Bonsucesso, no Rio de Janeiro. 

Por omissão, incompetência (ou ambas) e recursos reduzidos, os gestores do complexo não planejaram nenhuma atitude corretiva (*) para o problema em potencial. Por um dos seguintes motivos: 
1) não leram o relatório; 
2) leram, mas não entenderam; 
3) entenderam bem, mas, eles e seus familiares não usam tais instalações. 

(*) = Se nas quedas das barragens em Minas e incêndio na boate Kiss (RS) os processos tendem a caducar sem responsáveis penalizados, o mesmo pode ser praticado dentro de uma espelunca que deveria salvar vidas. 

Em outubro de 2020 ocorreu o “acidente” previsto pela equipe de análise de riscos. Com oito vítimas fatais nos dias subsequentes ao desastre. Por sorte (e luta dos sempre valorosos bombeiros), mais da metade do complexo foi poupada. 

No entanto, surge a notícia que o hospital ficará sem atender o público por tempo indeterminado! 

Aí, nos vem à mente os tais oito hospitais de “campanha” (só para a covid?) que sugaram verbas federais e a seguir foram “desativados”. Se, pelo menos, dois continuassem ativos, neste momento serviriam como by-pass, enquanto a restauração do afetado fosse processada. 

Contos loucos dos moucos (XLV) – EUA

Era terça-feira, dia 3 de novembro de 2020. Dia de eleições nos Estados Unidos da América. Eleições para presidente, para o senado e para a câmara dos representantes, além de eleições estaduais.

O dia, ou melhor, a tarde estava ensolarada, apesar de um vento forte e bem frio. 

Enojado com os títulos ofensivos das notícias, matérias, artigos, reportagens da imprensa portuguesa referentes a Donald Trump, desligou os equipamentos da redação da revista “Cão que fuma”, fechou a porta e foi para a sala. 

Está lá até agora assistindo ao documentário “Por que Olavo tem razão?”.


Anteriores:
(XLIV) – Papillon
Contos loucos dos moucos (XLIII) – Manifestação
(XLII) – Os buracos na vitrine
Contos loucos dos moucos (XLI) – O mar
(XL) – Chuva

[Diário de uma caminhada] «Governo Sombra»: três histéricos barricados contra Ventura. Desapareçam!


Gabriel Mithá Ribeiro 

Não vejo o Governo Sombra, da SIC-Notícias, e apenas por distração passo os olhos pelo que os debatedores do programa escrevem na imprensa. Por recomendação e dever de ofício, vi a parte do programa emitido a 31 de outubro de 2020 na qual Pedro Mexia, Ricardo Araújo Pereira e João Miguel Tavares destrataram André Ventura e o CHEGA. 

A recomendação que recebi tinha anexa a citação de um artigo de João Miguel Tavares, no jornal Público, com a mesma data: 

«Aquilo que penso de André Ventura está dito e redito: é um oportunista que acredita em muito pouca coisa para além do seu próprio sucesso político. O Chega é um projeto unipessoal sem qualquer consistência ideológica (tendo em conta a área de onde vem, talvez seja melhor assim), que vai para onde o vento sopra em cada momento, misturando acusações acertadas quanto à decadência da Terceira República e ao anquilosamento do sistema político, com gritaria idiota sobre emigrantes, ciganos, pedófilos e criminosos, desmentida pelos números e pelo bom senso. (…) Sim, André Ventura é bastante deplorável (…).»  

Como é que três sujeitos discutem e julgam quem quer que seja em espaços institucionais onde a democracia supostamente se exerce sem ter em conta as razões dos visados? Qualquer pessoa com o mínimo sentido de justiça sabe que corre em rédea solta na nossa imprensa um atropelo moral abjeto, a quebra sistemática da mais elementar regra de civismo, escorraçar do acesso à opinião pública sensibilidades sociais legitimamente instituídas para destratá-las sem contraditório, atitude ufanamente exposta à opinião pública na comunicação social. 

Ainda hei de perceber o que é isso de critério jornalístico, uma vez que nada legitima a parte do programa do Governo Sombra a que assisti. 

Como um dos participantes do trio de debatedores, por cima, é comunista com o qual os outros dois há muito convivem sem o distanciamento higiénico que impõem a André Ventura, tudo mais abjeto, se é que é possível. No tempo de Shakespeare, uma morte era motivo para uma alma autodestruir-se atormentada. No templo dos comunistas, cada morte cimenta convicções. Cem milhões de cadáveres fazem da cabeça de Ricardo Araújo Pereira acumulado de betão ornamentado por piadolas que entretêm os outros dois parolos, mais o moderador, que nesse ambiente julgam possuir legitimidade para opinarem sobre André Ventura e o CHEGA. Na selva mental ditatorial em que vegetam sim, numa democracia jamais. 

Mortes com coronavírus caem 30% no Brasil, segundo OMS

Número de brasileiros infectados no mesmo período também foi menor 

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Artur Piva

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mortes com coronavírus no Brasil registraram queda de 30% entre outubro e setembro. No mês passado, cerca de 17 mil brasileiros morreram, e 30 dias antes haviam morrido mais de 21 mil — a diferença exata foi de 4.685 óbitos. O resultado deixou o país na 23ª posição do ranking com as vítimas por milhão de habitante de cada nação do planeta registradas no último mês. 

A quantidade de pacientes infectados no mesmo período também foi menor. A OMS registra que quase 750 mil brasileiros testaram positivo para doença em outubro; em setembro, o número se aproximou de 900 mil. 

Título e Texto: Artur Piva, revista Oeste, 3-11-2020, 6h40 

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Coronavírus: os 20 países com mais casos confirmados no mês de outubro

Brasil aparece fora do ranking, já que ficou na 38ª posição

Foto: Eduardo Valente/ISHOOT/Estadão Conteúdo

Artur Piva 

Oeste fez um ranking com 20 países com mais de um milhão de habitantes para mostrar quais dessas nações registraram, proporcionalmente, o maior número de novos casos confirmados de coronavírus em outubro. 

O Brasil aparece fora dele, já que ficou na 38ª posição. 

Os dados usados sobre a evolução da doença no décimo mês do ano são os registrados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, a população, a estimada pela Organização das Nações Unidas para 2020. 

Título e Texto: Artur Piva, revista Oeste, 2-11-2020, 22h40 

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Coronavírus: confira os 20 países com mais vítimas por milhão em outubro

Brasil aparece fora do ranking, já que ficou na 23ª posição


Artur Piva 

Oeste fez um ranking com 20 países para mostrar em qual nação do mundo o vírus chinês fez mais vítimas por milhão de habitantes em outubro. O Brasil aparece fora dele, já que ficou na posição 23. 

Os dados usados sobre a evolução da doença no décimo mês do ano são os registrados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, a população, a estimada pela Organização das Nações Unidas para 2020. 

Título e Texto: Artur Piva, revista Oeste, 2-11-2020, 18h 

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O arrogante

Nelson Teixeira 

A arrogância nos leva a ter atitudes egoístas, e muitas vezes machuca a quem recebe e o arrogante nem percebe, ou se percebe não se dá conta do grande mal que está fazendo ao outro e a ele próprio. 

O Arrogante jamais admite seu erro; falta-lhe a humildade acima de tudo. 

Somente a humildade pode curar a arrogância. Porque é através dela que manifestamos a nossa mudança, enquanto alunos que somos… 

Utilizar-se da arrogância no dia a dia, não fortalece os nossos vínculos com o próximo, ao contrário, nos distancia cada vez mais. 

Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 3-11-2020

[Aparecido rasga o verbo] Ciclo temporal

Aparecido Raimundo de Souza

O SUJEITO CHEGA NO PORTAL do prédio do Bastião Pomarola e bate duas vezes:
— O de casa...
Bastião Pomarola, do lado de dentro, pelo interfone, indaga: 
— O de fora... Quem vem lá? 
O recém-aparecido, torna a bater, desta vez imprimindo mais força aos nós dos dedos: 
— O de casa, sou eu. Vem aqui para batermos um papinho. 

Bastião Pomarola sem ter como vasculhar o lado externo da rua e também da calçada, em vista do seu circuito interno de câmeras de monitoramento não estarem, por azar, funcionando, fica a ver navios, sem condições de diagnosticar quem está à sua procura. Volta a questionar: — O de fora... Por favor, se identifique...

O forasteiro não dá a mínima. Apenas continua batendo e pressionando o botão do interfone. Grita:
— O de casa, vem cá.
Bastião Pomarola se posta cabreiro. Na verdade, sente medo de abrir. Volta a interrogar, aflito:
— O de fora. Diga de uma vez. Quem vem dai?

O desconhecido, todavia, não abre a guarda e insiste em continuar batendo e mantendo a boca encostada no aparelho. Imprimindo mais força à sua voz, gruda feito pulga no cachorro, à entrada do prédio: 
— O de casa. Quem é que está ai do lado de dentro? É você, Bastião?

Bastião Pomarola, uma ficha policial quilométrica nas costas, está temeroso. Nem pensa em abrir. Se for a polícia... Tenta, descobrir de quem é aquela voz. Sua mente rodopia, dá saltos e mais saltos. As mãos tremem, o coração acelera, as pernas bambeiam:
— O de fora, insisto. Quem é que bate à minha beira?

O anônimo parece disposto a não sair da sua armadura defensiva:
— O de casa. Libera a entrada. O aqui de fora necessita lhe falar. Abre, por gentileza. Assunto de seu particular interesse.

Bastião Pomarola, agora suando em bicas, tenta ganhar prazo, imprimindo delongas ao tempo. Quanto mais, enrolar, melhor. Dá uma geral em torno de si mesmo e esquematiza como escapulir de dentro da sua própria fortaleza composta de quatro andares, sem fazer barulho. Insiste na pergunta:
— O de fora, o aqui de dentro quer saber do que se trata. Dá pra adiantar o assunto?

O incógnito segue no secreto, sem abrir a guarda. Para infernizar Bastião Pomarola e objetivando desequilibrar seu resto de coragem, segue pressionando o botãozinho do intercomunicador e batendo sem lhe dar maiores explicações:
— O de dentro, por favor, meu amigo, abra. O aqui de fora carece lhe falar com certa urgência. Vamos, amigo. Libera o acesso. Papo reto!

Bastião Pomarola começa a se preocupar, de fato, com o alienígena que não sabe de que planeta veio, além de não lhe poder distinguir os traços do rosto:
— O de fora... Me dá seu nome.
— O de dentro, meu nome não importa. Abra. Venha apertar a minha mão. Faz tempo que não nos vemos...

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A falta que faz um De Gaulle

J.R. Guzzo 

Ficaram gravadas para sempre na história da França as poucas palavras do célebre “Apelo do 18 de Junho”, no qual o então general e depois presidente Charles de Gaulle convoca “Todos os Franceses”, em 1941, a se juntar a ele na luta contra as tropas da Alemanha nazista que haviam invadido o país – e obtido do governo francês uma infame capitulação, acompanhada logo depois da decisão de colaborar com o inimigo. “Governantes de circunstância podem ter capitulado, cedendo ao pânico, esquecendo a honra e entregando o país à servidão”, escreveu De Gaulle. “Entretanto, nada está perdido”. A França, dizia o líder da Resistência, tinha perdido uma batalha, e não a guerra; se reagisse à agressão, iria ganhar no final. Ele estava com a razão, como se viu. 

Se estivesse vivo hoje, bem que De Gaulle poderia repetir sua oração – mas, provavelmente, só a primeira frase. Talvez não dê mais para dizer que “nada está perdido”. Os governantes de ocasião estão aí, sua rendição ao pânico está aí, a entrega do país está aí. Já o “nada está perdido” parece um desfecho cada vez mais duvidoso. Diante de um inimigo interno equivalente hoje ao que foi o invasor nazista ontem – o terrorismo, o ódio e as exigências de submissão feitas pelas organizações islâmicas extremistas – o governo do presidente Emmanuel Macron, como fizeram os seus antecessores, baixa a cabeça. Aceita a submissão, como exigem os terroristas que matam senhoras de idade dentro das igrejas católicas ou professores de ginásio à saída da escola. 

Essa capitulação se manifesta através da atitude, adotada pelo governo e a elite francesa em geral, de recusar-se a combater o inimigo – como os colaboracionistas de 80 anos atrás se recusavam a combater o invasor alemão. Em vez disso, acham que tem de “dialogar”, “compreender”, “tolerar”. Consideram-se culpados pelos crimes cometidos pelos assassinos que se apresentam como “soldados do Islã”; eles seriam, na visão predominante nas altas esferas da França, vítimas das cruzadas do século XII, do “colonialismo” e sabe lá Deus de quantos outros delitos praticados em tempos remotos. Em vez de expulsar os marginais do seu convívio, ou pelo menos impedir que continuem entrando no país, acham que devem pedir desculpas aos “povos islâmicos”. Agir assim, dizem os atuais “governantes de circunstância”, é respeitar “a democracia”. E agir em defesa da sua população, da liberdade religiosa, dos valores nacionais e do direito dos franceses a não serem assassinados? Isso é ser “fascista”. 

O que esperar das eleições americanas

Entrevista que concedi ao programa "Fábio Sousa com você", da Fonte TV em Goiânia.

Rodrigo Constantino, 2-11-2020 

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[Versos de través] Verdes são os campos

Luís de Camões










Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,

De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;

Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.


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Honras ao Poeta
Buscando (eu) escritor
REPENtenTRIX (R10) Esportes
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Brasil ultrapassa a marca de 5 milhões de recuperados da covid-19

É o que registra a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos 

Anderson Scardoelli 

Mais de 5 milhões de brasileiros que travaram luta contra a covid-19 venceram a doença. É o que mostram os dados apresentados na tarde deste domingo, 1º de novembro, pela Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. 

Foto: Márcia Ximenes/HGF

De acordo com os dados, o Brasil registra, agora, 5.022.338 pessoas recuperadas do novo coronavírus. Segundo o ranking da instituição, esse número faz o país ser o segundo em números absolutos de recuperados, atrás somente da Índia. A nação asiática tem mais de 7,4 milhões de recuperados. 

Os Estados Unidos e a Rússia são os outros dois países em que a quantidade de recuperados chega à casa do milhão. Eles registram 3,6 milhões e 1,2 milhão de curados da doença viral, respectivamente. 

Título e Texto: Anderson Scardoelli, revista Oeste, 1-11-2020, 23h12

Militar índio na Amazônia conta sua experiência no Exército

Soldado é da etnia karipuna 

Fábio Massalli 

Membro da etnia karipuna, Tiago Forte [foto] é soldado e serve desde 2015 na Companhia Especial de Fronteira Clevelândia do Norte, em Oiapoque, no Pará. Ele é piloto de embarcação do Exército, conduzindo barcos e lanchas em missões no Rio Oiapoque e afluentes. 

Foto: Fábio Massalli/Agência Brasil

A etnia karipuna é da própria região do Oiapoque. Ele disse que, de sua família, metade mora na Terra Indígena de Santa Isabel e a outra metade em Oiapoque. 

Tiago teve inspiração na família para entrar no Exército. “Eu quis servir para aprender, ter um conhecimento a mais e também me espelhando em meu tio, que já servia aqui no quartel. Desde 2002 ele servia. Para mim foi um orgulho estar servindo também”, disse. “Aqui em Clevelândia do Norte foi onde eu adquiri muito conhecimento. Para mim, como indígena é uma honra estar servindo ao meu país.” 

O soldado contou que outras pessoas de sua aldeia já serviram o Exército. “Sempre existiu essa troca”, afirmou. “Um soldado indígena é um orgulho que se leva para dentro da comunidade por servir o Exército.”  

Tiago explicou que um indígena que serve ao Exército demonstra mais respeito, sabe liderar sua comunidade e correr atrás dos objetivos. Para ele, a relação entre o Exército e os povos indígenas é das melhores possíveis pelo fato de os “povos das aldeias” servirem a uma das Forças Armadas. 

Tradição indígena

De uniforme, parado sob o sol enquanto dava entrevista às margens do Rio Oiapoque, Tiago falava baixo, demonstrando estar um pouco deslocado de seu cotidiano enquanto conversava com a imprensa. Ele explicou que não vê muita diferença entre aprender a tradição indígena, que foi passada pelo seu povo, e a cultura militar. 

[Atualidade em xeque] As bestas do apocalipse

José Manuel 

A cada 50/70 anos essas bestas com séquitos de anões ascendentes do mal, se entronizam entre nós, entre as sociedades humanas estabilizadas e em paz, trazendo a guerra, a peste, a fome e a morte. 

Para não ir muito fundo ao passado, no primeiro terço do século 20, se instalaram predominantemente na Europa, mas com uma filial na Ásia. 

A tríade macabra com nacionalidades alemã, italiana e japonesa, quase arrebentou com a raça humana, deixando um rastro de destruição, milhões de cadáveres espalhados pelo planeta e sofrimentos ímpares. 

Após dois cogumelos brilhantes, arrasadores e várias nações em situação crítica de sobrevivência, a humanidade conseguiu pôr termo a essa orgia macabra, sem, no entanto, conseguir erradicar o mal de todo, logo surgindo uma nova besta russa rodeada de anões cubanos, romenos, iugoslavos, chineses, vietnamitas e norte-coreanos. 

Essa besta feroz e seu séquito de anões, infernizaram o planeta até quase ao término do século 20. 

O mais interessante é que os países geradores dessas bestas, são aqueles em que os Estados Unidos investiram e tiraram da pobreza e da fome, bilhões de seres humanos escravizados. 

E as bestas de agora, novamente se voltam contra aqueles que os ajudaram, que os tiraram da fome extrema, em especial o caso da China com um bilhão de famintos, a besta mais perigosa neste momento. 

As novas bestas que irão com certeza provocar um colapso mundial a qualquer momento continuam, claro, sendo a Rússia, a China e os anões apadrinhados Irã, Turquia e Venezuela. 

[Aparecido rasga o verbo] O Louro José, de repente, emudeceu...

Aparecido Raimundo de Souza 

DIFÍCIL DE ACREDITAR, mas é verdade. O Louro José, que alegrava as nossas vidas, sai de cena. Definitivamente se afasta do nosso meio, do nosso convívio, para não nos trazer mais aqueles bons momentos que confortavam o nosso cotidiano. Deixa, com isto, a todos nós, estupefatos, pasmados, assombrados e perplexos. As crianças que amavam o Louro José, ficarão igualmente mais tristes, amarguradas e angustiadas. Na mesma ausência dorida, não veremos mais a Ana Maria Braga se abrindo, inteira, alegre e sorridente, a conversar ‘altos papos’ com ele no seu ‘Mais você’. 

Reparem, caríssimos amados,  como são as coisas. A vida, de repente, interrompe os nossos sonhos, as nossas alegrias, os nossos devaneios, e até as nossas ambições, deixando em seu lugar um buraco enorme, intransponível que nada, nem ninguém conseguirá preencher. É a felicidade inteira e absoluta que se evapora, que se dissipa, que voa no verde de um Papagaio que o Brasil inteiro amava. Não só o Brasil, o mundo. 

Com o Louro José, se vai também o seu maior criador e intérprete. O ator Tom Veiga. Ele nos deixa sem aviso prévio, sem um adeus, ou um até breve. Parte para sempre, numa viagem sem volta e sem retorno, na flor dos 47 anos. As senhoras e os senhores devem se lembrar que, durante 24 janeiros ininterruptos, ele alegrou as nossas manhãs na telinha da Globo, ao lado da Ana Maria Braga. 

Tom Veiga foi casado por três vezes.  A derradeira, numa união considerada pela mídia, como meteórica, esta com a empresária Cybelle Hermínio Costa, de 31 anos. Em face do trabalho dele, o enlace não prosperou, em decorrência de precisar trocar a Cidade Maravilhosa, onde morava, num condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, por São Paulo, onde Ana Maria grava seus programas nos estúdios da emissora paulista. 

Menino do sorriso solto, versátil, talentoso, criativo, genial, inteligente, dono de um humor apurado e elegante, Tom Veiga nos deu de presente um legado importante: a alegria imensurável que transmitiu aos nossos filhos e netos, sobretudo, nos deixa dentro do coração, o DNA do amor em sua melhor forma de expressão, abraçado a um símbolo que povoou nosso imaginário de maneira imorredoura, bem ainda nos presenteou com uma tranquilidade perene, com uma honestidade acima de qualquer suspeita, além, claro, da sua maturidade imperecível e resistente. 

[Diário de uma caminhada] O ensino, por Roger Scruton

«Um estudo sobre crianças de escola levado a cabo nos anos 80 revelou que as escolhas de carreira prioritárias eram as do ensino, da finança e da medicina. As crianças da altura, assim parece, tinham por objetivo serem socialmente úteis e socialmente respeitadas. Um estudo semelhante encomendado pelo canal Watch da estação televisiva Sky, em 2009, indicou estrela desportiva, estrela ‘pop’ e ator como as três carreiras prioritárias: carreiras que chegam por um golpe de sorte imprevisível e que projetam os holofotes sobre aquele que as procura sem que seja necessariamente útil ou respeitado aos olhos dos outros. (…) 

A desqualificação da sociedade surgiu em parte porque o sistema educativo se alterou para responder à oferta, e não à procura do seu produto. O aumento de licenciaturas da treta e da competência saloia foi ampliado pela disponibilidade de financiamento estatal a quem consegue reivindicar uma renda no processo educativo. As vítimas são os estudantes, levados a pensar que uma licenciatura em Comunicação Social é o caminho para conseguir trabalho na comunicação social ou uma licenciatura em Ciências para a Paz é o caminho para emendar o mundo. A necessidade de um sistema mais livre de ensino superior é grande em todo o mundo ocidental, um sistema que ofereça, aos estudantes, qualificações que venham a ser-lhes úteis e em que os professores tenham de provar a sua competência. (…) 

[Instituições] fora do controlo do Estado e exclusivamente dependentes do financiamento de quem esteja disposto a comprar o produto. Este movimento de rutura de um monopólio estatal particularmente tenaz encontrará evidentemente resistência.» 

Roger Scruton (2018/2014), Como ser um conservador, trad. Maria João Madeira, Lisboa, Guerra & Paz, pp.195-197.

Título e Texto: Gabriel Mithá Ribeiro, 2-11-2020 

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Açores: a miséria moral chamada PSD
Divinos boçais: revolte-se contra a violência mental esquerdista. CHEGA!
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O conto do vigário chinês 

domingo, 1 de novembro de 2020

A barbaridade tratada como problema ‘cultural’

J.R. Guzzo 

A França está colhendo o que plantou em matéria de terrorismo. Não é, naturalmente, a única nação da Europa que sofre com os assassinatos cometidos por delinquentes que são apresentados ao público como “muçulmanos fanáticos”. Mas é a que mais está sofrendo – e caiu nessa situação em consequência direta da opção que seu governo e suas elites tomaram diante da barbaridade imposta aos franceses. As forças políticas e sociais que mandam na França decidiram tratar esses horrores como um problema “cultural” – uma inconveniência que vem “da história”, como resultado natural das injustiças que os muçulmanos sofreram no tempo das Cruzadas, 900 anos atrás, ou das épocas em que foram “colonizados”, ou em outros episódios do passado remoto. Por conta disso, têm de ser vistos com “compreensão”, dentro de uma “perspectiva histórica ampla”, quando degolam senhoras que tinham ido rezar na igreja, ou professores à saída das aulas. Querem parecer civilizadas; acabam sendo apenas covardes, e convidando outros homicidas a fazerem a mesma coisa.

Os assassinos não são tratados com delicadeza e muito menos são soltos pelo ministro Marco Aurélio lá deles: ao contrário, em geral levam chumbo grosso da polícia logo no primeiro minuto de confronto e, se são presos, não têm direito à proteção do ministro Fachin para as suas visitas íntimas; aliás, não há visitas íntimas. Não se trata de impunidade, portanto. O veneno está na atitude básica diante do horror – as autoridades, do presidente da República para baixo, a maior parte da mídia e mais muita gente boa estão certas de que a chave mestra para desfazer a calamidade é o diálogo, o entendimento das teologias não cristãs, o conhecimento do Corão, a aceitação da “diversidade” e, no fim das contas, a expiação de pecados cometidos séculos atrás. 

A imensa maioria dos muçulmanos, na verdade, não está sentindo falta de nada disso; não quer pedidos de desculpas, nem se acha vítima, nem cobra o acerto de contas incorridas no ano de 1095. Quem usa tudo isso como argumento para matar pessoas indefesas (eles nunca atacam quem pode se defender) são marginais, desajustados mentais e sociopatas que têm prazer em derramar sangue – e inventam motivos religiosos e políticos para fazer isso. Quando matam a velhinha na igreja, não estão sendo “islâmicos”, como acha Macron; estão sendo apenas criminosos. O “islamismo” não tem nada a ver com isso. O que tem tudo a ver, isso sim, é a atitude de aceitar agressões estúpidas à vida e à liberdade de pensamento em nome de uma sociedade “plural”. 

O presente e o futuro de uma reinvenção social iniciada

Nunca ceda à vitimização, inimiga visceral da autorresponsabilidade de cada sujeito individual ou coletivo. Apenas a autorresponsabilidade constitui o primado moral da condição humana. 

Gabriel Mithá Ribeiro 

A moral individual vive fundida na moral social. A tradição remonta aos Dez Mandamentos, do Antigo Testamento, quando foi tipificada magistralmente em poucas, simples e intemporais proibições escritas, por isso resistentes ao desgaste do tempo: Não matarás!…Não furtarás!… 

Com mais de três milénios, a tradição continua no âmago da civilização ocidental na qual o poder supremo da moral sempre determinou o sucesso ou o fracasso das sociedades. Tal poder nasce da clarificação de interditos, o que não podemos fazer nem tolerar que outros façam, cuja quebra deve implicar consequências punitivas que oscilam entre a censura social e a penalização judicial. Uma sociedade justa é aquela que não tolera a quebra dos interditos protetores da condição humana e da vida coletiva. 

Uma vez assegurada a ordem moral, torna-se possível viver em sociedades livres, democráticas e prósperas porque capazes de serem tolerantes, plurais, férteis, dinâmicas nos mais variados domínios sem resvalarem para falhanços sucessivos, desordem, tensões, violência, autodestruição, anomia. 

Como o tempo histórico que vivemos é o do falhanço moral espelhado em crises endémicas sucessivas, as gerações vivas têm o dever de refundar a moral social ou a ordem moral coletiva fazendo germinar a semente lançada, em Portugal, pela profunda renovação política e partidária em curso. 

Os dez mandamentos da sociedade inteligente, justa e próspera

1Nunca ceda à vitimização, inimiga visceral da autorresponsabilidade de cada sujeito individual ou coletivo. Apenas a autorresponsabilidade constitui o primado moral da condição humana. 

2 Nunca quebre a hierarquia entre a autorresponsabilidade e a solidariedade. Ambas são fundamentais, todavia, a subversão dessa ordem, colocar a solidariedade antes da autorresponsabilidade, sobrecarrega as atitudes e comportamentos responsáveis e premeia as atitudes e comportamentos parasitas. A prazo, os últimos ganham ascendência sobre os primeiros em prejuízo do destino dos povos e da segurança do mundo. 

3 Nunca confunda a sociedade (aberta a todos, o espaço por excelência da democracia onde tudo pode ser reinventado por qualquer indivíduo, e sem observância de hierarquias) com as suas instituições (reservadas apenas aos seus membros para que cumpram a sua missão social específica protegidos de frivolidades e intromissões abusivas, em especial as vindas do campo político, sendo a hierarquia, a autoridade e a ordem internas indispensáveis ao bom funcionamento das instituições). A tensão entre a sociedade aberta (igualitária) e a instituição fechada (hierarquizada) constitui a garantia simultânea da vitalidade da democracia e da qualidade da vida coletiva. 

Quem vai ajoelhar diante das vítimas do terrorismo islâmico?

Será que o Papa telefonará a agradecer ao bispo que em França ajoelhe empunhando um cartaz onde se lê A vida dos Cristãos Conta, durante os minutos em que Simone, Nadine e Vincent agonizaram? 

Helena Matos 

No início, a cada atentado proliferavam os Je suis. Depois, os atentados passaram a incidentes e os Je suis tornaram-se ninguém. A emoção deu lugar ao medo. Agora chegou a barbárie. No desacerto crônico que mantêm com a cronologia alheia, os terroristas islâmicos atacam agora nas catedrais. Ignoram que a Igreja passou a ONG e as catedrais a destino turístico. 

O Ocidente simbolizado pelas catedrais já não acredita sequer em si mesmo e é até com estupefação que constata que, neste ano de 2020, algumas pessoas, numa manhã de outubro rezavam dentro da catedral de Nice. Ainda se estivessem numa ação de promoção do diálogo inter-religioso, dessas em cuja escassez o bispo do Porto encontra a explicação para as ações do terrorista de Nice, compreendia-se essa necessidade de recolhimento. Mas simplesmente a rezar, às 9 horas da manhã, numa catedral católica… que embaraço! 

Em junho, o Papa Francisco telefonou ao bispo de El Paso, Mark Seitz, para lhe agradecer por este ter feito uma homenagem a George Floyd juntamente com alguns padres da sua diocese.  

Será que o Papa Francisco telefonará a agradecer a algum bispo que em França ajoelhe, empunhando um cartaz onde se leia “A vida dos cristãos conta”, durante os minutos que Simone, Nadine e Vincent demoraram a morrer? Ou isso seria de imediato apontado como populismo e exploração própria de extremistas? Aliás, começamos logo por não saber quantos minutos estiveram a tentar respirar Nadine DevillersVincent Loquès e Simone Barreto Silva [foto]. Os seus próprios nomes e rostos mal são conhecidos à exceção dos de Simone Barreto Silva: o facto de, já ferida, ter procurado refúgio num restaurante onde pediu “Digam aos meus filhos que gosto deles” levou a que não ficasse anônima, como aconteceu a Nadine que acabou sumariamente descrita como “uma fiel de 60 anos”. 

Contudo, Simone era negra, mas para que a sua morte gerasse indignação e cartazes onde se dissesse que a sua vida importava, Simone deveria ter sido degolada por um europeu cristão e branco e não por um tunisino muçulmano. Para mais, Simone estava numa igreja católica. Não era migrante nem refugiada. Era essa coisa fora de moda chamada emigrante. Em França procurou trabalho. Tomava conta de idosos. 

A despersonificação é uma das regras que paulatinamente nos foi imposta quando os autores dos atentados contam com a compreensão da esquerda: os atentados praticados em nome do Islão passaram a incidentes em que as vítimas morrem em consequência de esfaqueamentos. Realizados por quem? Pelas facas, claro. Pois se das vítimas destes atentados pouco se sabe, dos terroristas ainda menos, tanto mais que em muitos casos foram imediatamente apresentados como desequilibrados ou lobos solitários. 

Por que Olavo tem razão? Documentário completo (oficial)


SINOPSE

É um curta Documentário, feito em forma de capítulos baseados em artigos, entrevistas, aulas do COF e muito mais, que mostra como Olavo de Carvalho, desde a década de 90, já abordava e alertava sobre assuntos que hoje tomam conta do nosso debate do dia dia, provando como um homem, difamado e ridicularizado por décadas, sempre esteve anos à frente de todos. 


ELENCO
IDEALIZAÇÃO: BLACK-DOG

NARRAÇÃO: KODHAK

ROTEIRO: BLACK-DOG

CORREÇÃO DE ROTEIRO: KODHAK

APOIO: LEONARDO CUNHA

EDIÇÃO AUDIOVISUAL: BLACK-DOG ===================================================================

PROJETO INICIADO EM 05/01/2020

FINALIZADO EM 12/10/2020 ===================================================================

CURTA DOCUMENTÁRIO FEITO 100% SEM VERBA PÚBLICA.

PARA QUE POSSA ACONTECER MAIS PROJETOS COMO ESSE, AJUDE: apoia.se/blackgogz

Música: Bully

Artista: Hook

Licenciado para o YouTube por Create Music Group, Inc. (em nome de 1281943 Records DK); Create Music Publishing


[Diário de uma caminhada] O casamento, por Roger Scruton


«O casamento é o modo pelo qual as famílias começam e as obrigações assumidas pelas partes têm um alcance que vai muito além do contrato firmado entre elas para incluir pessoas que ainda não nasceram e que dependerão da solidez do vínculo entre os seus pais. (…)

Também nas sociedades tribais, as pessoas acedem a uma nova condição pelo casamento. A tribo inteira envolve-se na validação do laço entre marido e mulher, e o casamento é o reconhecimento cerimonial de que as partes estão a dedicar-se não apenas uma à outra, mas à descendência resultante da sua união e ao futuro da tribo. Os ritos de casamento celebram simultaneamente a união sexual e a diferença sexual, conferindo ao casal de noivos a obrigação sagrada da fecundidade em nome do futuro coletivo e também a de gerar filhos que serão membros complacentes da sociedade. 

Já não vivemos, evidentemente, em tribos, e as antigas adaptações devem, por seu turno, adaptar-se às novas condições. Mesmo para nós, o casamento é, porém, o modo primordial de transferência do capital social de uma geração para a geração seguinte. Mesmo para nós, o casamento define um caminho de sacrifício e dedicação. Mesmo para nós, gerar filhos e preparar a vida de família estão no âmago do vínculo conjugal. (…) 

Isto não significa que só as pessoas férteis devem casar, ou que não possa haver casamentos que terminem em divórcio. Significa que o casamento é construído à volta de uma norma que é invocada, ainda que à distância, em todas as variações exigidas pela nossa natureza e fragilidade. Removendo esta norma, a instituição degradar-se-á como uma tenda a que é retirado o mastro central. Deixará de ser um vínculo entre gerações cujo objetivo é criar filhos, passando a ser um contrato de coabitação, tão temporário e anulável como qualquer outro negócio. (…) 

[As danações de Carina] O que sabemos sobre o nosso Hino Nacional?!

Carina Bratt 

Amigas, me digam com sinceridade: o que vocês sabem sobre a história do Hino Nacional Brasileiro? Tipo, assim, como ele nasceu? Quem foram seus autores? O mais importante. Respondam rápido: se precisassem cantá-lo, na íntegra, compreenderiam a letra, sem tropeçarem em algumas palavras consideradas difíceis? Pelo sim, pelo não, vamos contar um pouquinho da sua história. No meu tempo de escola, a gente aprendia tudo sobre a bandeira e os símbolos nacionais, bem como o Hino Nacional e como venerá-lo, nas aulas de Educação Moral e Cívica do professor Alcides Siqueira Baltazar. As escolas modernas acabaram com a nobre cadeira. 

Logo, pelo andar da carruagem, dentro em pouco, Brasil sem memória, deverão dar um fim definitivo na linda e encantadora poesia do maestro Francisco Manoel da Silva. É questão de tempo. Vamos lá.  Existe um catatau de controvérsias acerca dos motivos que teriam inspirado o compositor a elaborar a música, um deles, a pedido de políticos da época. O historiador jornalista e escritor Arlindo Vianna, fez publicar, no Jornal Sul de Minas, antigo noticioso de Itajubá, o seguinte: ‘Francisco Manoel da Silva escreveu a música do Hino Nacional, aos 27 anos de idade. Não há relatos honestos sobre o que o levou a compor. O maestro nasceu no Rio de Janeiro em 21 de fevereiro de 1795 onde veio a óbito em dezembro de 1865, tão logo ingressara na casa dos setuagenários’. 

A melodia é bem mais antiga do que a letra. Dataria, a poesia, de 1831 ou 1841. Alguns autores igualmente divergem, como é o caso de Faria Antonio S. Michaele em seu ‘Manual de Conversação da Lingua Tupi’. Segundo ele, na página 341, encontramos um capítulo onde esclarece que a letra se tornou conhecida em 1808.  Aprovou-a o Congresso Nacional, em 1912. É de autoria de Joaquim Osório Duque Estrada, sobrinho do Marques do Herval (Marechal Manoel Luiz Osório), uma das figuras mais destacadas e expressivas da nossa história militar. Joaquim Osório Duque Estrada, poeta, advogado e crítico literário, nasceu aos 29 de abril de 1870 em Paty do Alferes, Minas Gerais, e faleceu em 5 de fevereiro de 1927, no Rio de Janeiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número 17.