Há mais de 15 anos que a
economia portuguesa não criava tantos empregos num trimestre
Nuno Carregueiro
É preciso recuar a 1998 para encontrar um trimestre comparável ao período entre Abril e Junho deste ano. O número de empregos criados até supera o registado no período que ficou marcado pelo arranque da Expo 98.
As estatísticas do emprego
referentes ao segundo trimestre deste ano, reveladas pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) esta quarta-feira, representam uma clara inversão de
tendência face aos relatórios trimestrais anteriores.
Para encontrar um trimestre
comparável como o que terminou em Junho é preciso recuar a 1998, precisamente
no segundo trimestre, altura em que arrancou a Expo 98 (22 de Maio).
Segundo revelou o INE, a taxa
de desemprego em Portugal desceu de 17,7% no primeiro trimestre deste ano para
16,4% no segundo trimestre. Uma queda de 1,3 pontos percentuais que só é
igualada pelo verificado no segundo trimestre de 1998. Nessa altura a taxa de
desemprego recuou de 5,8% para 4,5%.
A conjuntura era então
totalmente diferente da actual. Com o forte impulso da Expo 98, a economia
portuguesa vivia um período de forte crescimento, atingindo uma das taxas de
desemprego mais baixas de sempre.
No segundo trimestre desse
ano, a população desempregada desceu 65 mil, para 230,8 mil pessoas. Desde
então, uma queda superior só no segundo trimestre deste ano, de acordo com a
análise do Negócios à base de dados do INE. A população desempregada recuou 66,2
mil pessoas face aos três meses anteriores, para 886 mil. Apesar da redução, o
número de desempregados é hoje quase quatro vezes superior ao verificado em
1998.
Criação de emprego no segundo trimestre não anula perda dos três meses
anteriores
Um dos números mais positivos revelados esta quarta-feira pelo INE está contudo no número de empregos criados, que nem em 1998 encontra paralelo.
No segundo trimestre deste ano
a população empregada aumentou em 72,4 mil, atingindo 4,5 milhões de pessoas.
Trata-se do número mais elevado desde 1998, o primeiro ano em que o INE
disponibiliza dados históricos sobre o emprego.
No segundo trimestre de 1998
foram criados 69 mil empregos, com a população empregada a atingir 4,867
milhões de pessoas.
Apesar do bom registo do
segundo trimestre deste ano, que reflecte a recuperação da economia portuguesa
e o efeito sazonal (o segundo trimestre é habitualmente favorável à criação de
emprego), este aumento serve apenas para atenuar a forte destruição de emprego
que tem penalizado a economia portuguesa nos últimos dois anos.
A criação de empregos no
segundo trimestre nem consegue anular os postos de trabalho perdidos nos
primeiros três meses do ano (98,6 mil). Nos dois anos até ao final do primeiro
trimestre deste ano a economia portuguesa destruiu mais de 430 mil postos de
trabalho.
Ainda assim, os números
divulgados pelo INE vêem juntar-se a outros que levaram os economistas
(Católica e Montepio) a estimar que a economia portuguesa terá regressado ao
crescimento no segundo trimestre deste ano, pondo fim a uma recessão que dura
desde o início de 2010.
Outras estatísticas, reveladas
por outras fontes que não o INE, também apontam para uma recuperação da
economia portuguesa, com um forte crescimento no número de empresas criadas e
descida nas insolvências.
Título e Texto: Nuno Carregueiro, Jornal de Negócios, 07 Agosto 2013, 14h25
Taxa de desemprego cai mais do que o esperado para 16,4%
A taxa de desemprego desceu
para 16,4%, um recuo superior ao esperado, no segundo trimestre do ano e que
corresponde ao nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2012. Esta é
também a primeira vez em dois anos que a taxa de desemprego diminui. A taxa de
desemprego jovem desceu para 37,1%.
Sara Antunes
A taxa de desemprego desceu,
no segundo trimestre do ano, para 16,4%. Este nível corresponde a uma descida
significativa face ao trimestre anterior, altura em que a taxa se fixou num
recorde histórico de 17,7%, de acordo com o INE. Tipicamente, o segundo trimestre
do ano é melhor do que os primeiros três meses, sobretudo devido à aproximação
do Verão, uma época do ano mais forte no turismo.
Os economistas consultados
pela Reuters previam uma descida para entre 17,4% e 17,6%.
A taxa de desemprego fixou-se
assim nos 16,4%, o nível mais baixo desde o terceiro trimestre do ano passado,
altura em que a taxa se situou em 15,8%. Esta é também a primeira descida do
desemprego desde o segundo trimestre de 2011, o que significa que é a primeira
vez em dois anos que há um recuo na taxa de desemprego.
(…)
Título e Texto: Sara Antunes, Jornal de Negócios, 07-8-2013
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