José Manuel
Assim como o holocausto Judeu,
não devemos jamais esquecer esta data.
Ela tem que ser lembrada a
cada ano, para que as gerações futuras, filhos dos nossos filhos, nunca mais
esqueçam o que foi feito a seus pais e avós.
Para que eles nunca mais caiam
em contos do vigário, jamais coloquem suas economias em projetos do governo e,
principalmente, que aprendam a votar, sabendo que o seu futuro depende daqueles
que no governo forem colocados.
A esta altura, e com todos os
escândalos a que somos brindados a cada novo dia, não há mais dúvida de
que este holocausto foi especialmente concebido pelo poder vigente.
Ao quebrar uma empresa do
porte e tecnologia avançada, como a VARIG, em favor de suas ações corruptas,
colocando em seu lugar empresas apadrinhadas por essa mesma corrupção, eles
sabiam que estavam iniciando um processo de holocausto para mais de 20.000
seres humanos. Sabiam, mas colocaram os seus bolsos e a sua sanha
pelo dinheiro e poder, à frente de pessoas idosas e doentes.
O que não contavam era com a
reação desses idosos e doentes. E perderam. E vão perder mais ainda, pois
iremos até às últimas para mostrar ao povo deste país, o que nos fizeram, o que
continuam fazendo, até não sobrar pedra sobre pedra, de seus castelos
construídos com o dinheiro do povo, com o roubo explícito, e das suas mentes
corruptas e endemoniadas.
Em 31-05-2013 escrevia eu para alertar de que estávamos vivendo condições similares ao
holocausto:
Os assistidos do Aerus e aqueles que tiveram as suas esperanças
surripiadas e nada receberam até hoje, vivem momentos dramáticos e situação
análoga ao holocausto Judeu (1938/1945).
Análoga porque a extensão do tempo de duração é a mesma, 7 anos,
(2006/2013), as perdas são as mesmas, a dignidade roubada é a mesma, a
violência aos direitos humanos é a mesma, a indigência é a mesma e felizmente a
única discrepância está no número de mortes e na falta dos pijamas.
A hipócrita diferença é que não nos colocaram em campos de
concentração. Não foi necessário, foram espertos!
Estão fazendo com que vivenciemos os nossos campos de concentração
particulares, sem responsabilidades terceiras. Isentos.
O fantasma cruel de Dachau, Treblinka, Auschwitz está cada dia que
passa mais presente em nossas vidas, na forma das doenças que não podemos
curar, na alimentação que não podemos usufruir, nas noites que não podemos
dormir, na vida que não podemos desfrutar, nos entes queridos que se foram e na
morte que nos ronda assustadoramente.
Nossos campos não têm câmaras de gás, até porque o descaso, a
indiferença, as manobras sub-reptícias ao longo destes 7 anos, a injustiça
flagrante, a irresponsabilidade cometida contra nós, se torna simbolicamente
pior.
Pelo menos nas câmaras a morte é rápida e só se sofre uma vez.
Em nossos campos as nossas mortes são precedidas por um silêncio
exasperante, um sofrimento homeopático, mórbido, desumano, horroroso!
É DEVER DE TODOS LEVAR ISTO
AO CONHECIMENTO INTERNACIONAL, PARA QUE TODOS TOMEM CONHECIMENTO DE QUE
HOLOCAUSTO NÃO EXISTIU APENAS NA ALEMANHA.
O BRASIL ATUAL
O PROPORCIONA A SEU BEL-PRAZER E CONTINUA A NÃO
SER RESPONSABILIZADO POR UMA CORTE INTERNACIONAL.
PORTANTO, A
RESPONSABILIDADE ESTÁ A NOSSO CARGO, EM ACABAR DE UMA VEZ POR TODAS COM ESTES
CRIMES CONTRA SERES HUMANOS, IDOSOS E INDEFESOS.
Título e Texto: José
Manuel, ex-tripulante Varig, 06-04-2014
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