domingo, 8 de junho de 2014

Os perdedores

José Manuel
Estamos a "horas" deste evento despropositado ao momento de uma nação como a nossa, como o que agora ocorre e, cada vez mais que nos aproximamos do início deste evento, fica claro, cristalino, que o oba-oba, atrasado e centenário, mais uma vez vai tomando conta do povo deste imenso e pobre país.

Movimentos como os de junho de 2013, se esvanecem e caem no esquecimento, como tudo o que sempre acontece por aqui.
Apenas alguns movimentos grevistas, aproveitando a ocasião, continuam, mas nota-se que o clima do oba-oba, começa a predominar, fazendo com que até esses movimentos percam a força necessária.

No momento e a quatro dias do início da copa do mundo de futebol, que só gera dividendos para a Fifa, para multinacionais, para os jogadores e cartolas, começamos a notar pelas cidades, um número exageradamente grande de portas comerciais fechadas, fruto dos irremediáveis e anunciados "pibinhos", da evasão extraordinária e não controlada de divisas nos gastos dos brasileiros no exterior, e na indústria parada, seja por falta de compradores dos seus produtos, ou pela perda de competitividade internacional que os assola.
Essas portas fechadas e as indústrias paradas significam a perda de postos de trabalho que no momento já estão em alguns milhares, levando a economia deste país cada vez a um caos previsível.

Indiscutivelmente e não precisa ser um "expert" em economia, todos serão perdedores: o país, os trabalhadores, os empresários, os industriais e, inclusive, nós do AERUS que não soubemos nos portar com o vigor necessário frente a uma União que não protege seus cidadãos, e um Judiciário altamente conivente com essa orientação.

Por falar em Judiciário, existem hoje oficialmente 80 milhões de processos tramitando pelo judiciário Brasileiro, mas entre o mês de junho e julho, esse mesmo judiciário já comunicou recessos inúmeros e intercalados, causando a paralisação dessa engrenagem e consequentemente um prejuízo enorme a vários setores, e obviamente ao nosso do AERUS, em nome de uma simples bola de futebol.

A conta deverá ser amarga para os brasileiros e a vitória da sua seleção, se houver, será efêmera, pois ser "hexa" em oba-oba, não traz vantagem alguma aos seus cidadãos e ao desenvolvimento do país que já está em último lugar em relação aos seus parceiros "Brics", (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul).

O ano de 2014, pode-se considerar tecnicamente perdido no setor produtivo e a conta a ser paga, ou não, independente de quem ganhar as eleições de outubro será altíssima para o país anestesiado por falsas promessas, por um oba-oba claramente desnecessário e um governo que insiste em manter uma alta parcela da população, subsidiada por sonhos mirabolantes que sempre acabam morrendo na praia.

Nós do AERUS, mesmo com sentenças a favor já divulgadas, estamos reféns da União e desse Judiciário, covardes, nos mantendo em uma expectativa sórdida, mas ao mesmo tempo coniventes neste oba-oba imperdoável.

É claro que somos desde já duplamente perdedores, como cidadãos membros desta sociedade iludida, e como vencedores na justiça.

No momento ainda nos arrastamos pelos aeroportos como bois que não têm a menor noção da sua força.
Futuramente, talvez nos arrastemos pelas calçadas, como sem tetos e com um pires nas mãos.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 08-06-2014

Um comentário:

  1. Estou lendo várias mensagens ou troca de mensagens sobre a motivação dos (des) interessados nos protestos pelo "acordo"! Ora, colegas, eu cheguei a conclusão que protesto em SDU e AIRJ já era. No SDU todos já conhecem a nossa estória e, para as autoridades ficar ali é como deixar as crianças se divertindo no parquinho! Fazer protesto no AIRJ é trabalhoso devido a dificuldade para se deslocar em ida e volta, impossibilidade de estacionar carro, etc. O custo benefício é irrisório; é a causa de não aparecer número apreciável de candidatos. A minha particular opinião continua sendo que uma panfletagem em inglês junto aos hotéis irá causar uma má impressão ( do governo) junto aos visitantes estrangeiros e certamente será noticiado como um fato inusitado ao fazer queixa para os nossos hóspedes! É uma sugestão para ser avaliada sob a probabilidade estratégica. Abraço, Alberto José

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