A Justiça declarou ilegal a
absurda greve dos metroviários de São Paulo. Nem poderia ser diferente! A
categoria obteve um reajuste bem acima da inflação — 8,7% contra 5,2% — e teve
elevados benefícios indiretos, o que, na prática, majora seus ganhos em mais de
13%. Mais: o sindicato não cumpriu a determinação de manter 100% dos trens
funcionando nos horários de pico. Muito bem! Chegou a hora de começar a botar
os agitadores na rua, com demissão por justa causa. Acabou a farra! Se os
nababos que estão empregados — e recebem quase R$ 1 mil por mês só de
vale-refeição e vale-alimentação — não querem trabalhar, há quem queira. No
mais, quero chamar a atenção de vocês para uma coisa interessante: a Linha
Amarela, que é privada — operando sob concessão do Estado — está funcionando
normalmente e, portanto, está servindo ao público. As linhas azul, vermelha e
verde, que são públicas, hoje servem apenas aos interesses dos sindicalistas e,
portanto, estão privatizadas.
Entenderam a inversão, que já
é um clássico do estatismo? Sim, meus caros leitores; sim, meus caros
brasileiros; sim, meus caros paulistanos: no Brasil e em qualquer lugar do
mundo, quem serve ao interesse público é a economia privada; a economia
estatizada só serve aos interesses privados — e isso é uma verdade absoluta,
pouco importa a questão que se analise.
Vocês acham que a soma de
sem-vergonhices que vemos lá na Petrobras, cometidas ao longo dos anos, seria
possível numa empresa privada? Não! Seus dirigentes não apenas seriam demitidos
como jamais arrumariam um novo emprego — se é que não iriam parar na cadeia.
Não obstante, a cultura do estatismo — e contra a iniciativa privada — avançou
estupidamente nestes 12 anos de petismo. Vejam o tempo que demorou Dilma
Rousseff para privatizar aeroportos — boa parte não ficará pronta para a tempo
para a Copa do Mundo. As estradas federais continuam a ser uma soma de buracos,
interrompidos, de vez em quando, por asfalto. Por quê? Porque o governo prefere
fazer favores ao capital privado em vez de colocá-lo como agente do
desenvolvimento. Mas já me desviei um pouco. Volto ao ponto.
Os sindicalistas do Metrô
atuam como se o bem público fosse propriedade privada. Para eles, a empresa
existe não para atender aos interesses da população de São Paulo, mas para
servir a seus próprios anseios. Não custa lembrar: além do PSTU, que é o
partido ao qual pertence Altino Prazeres, presidente do sindicato, também o PT
resolveu dar suporte à greve. A CUT, a centra sindical petista, emitiu uma nota
se solidarizando com os grevistas.
Para encerrar
A Justiça arbitrou multa de R$
500 mil por dia caso a greve seja mantida. Infelizmente, a realidade tem
demonstrado que esse instrumento tem sido inócuo. Sempre aparece um juiz para
conceder uma liminar e suspender o pagamento. Os sindicalistas não estão nem
aí. Estão acostumados a operar num país sem lei.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 08-06-2014
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