quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O balde e a vela

José Manuel

Estas, provavelmente serão as nossas opções tecnológicas que restam daqui para um futuro não muito distante.
Para quem conseguiu chegar finalmente ao telefone visual (skype), a própria internet, ao smartphone, ao correio eletrônico, aos tablets, enfim a toda uma tecnologia que pseudo-ajudaria o homem moderno, será um retrocesso espetacular e digno de nota.

O balde, colheu o leite que alimentou Jesus, a vela iluminou a Santa Ceia, portanto, esses utensílios estão entre nós há mais tempo do que podemos imaginar e, ao que tudo indica, têm tudo para continuar, graças à incompetência administrativa que nos persegue sem dó nem piedade.

Incompetência essa que vem nos trazendo tragédias pessoais ano após ano, sem que possamos vislumbrar uma chama sequer de uma vela, um vislumbre de modernidade em nosso país, debalde a tudo o que fazemos.

Onde outros países já chegaram com a internet, por exemplo a níveis de velocidade altamente satisfatórios, nós patinhamos no pântano do atraso, com milhões de pessoas não conseguindo abrir sequer uma página, e quando conseguem, não tem velocidade suficiente para um trabalho adequado aos seus afazeres. Agora com a falta de luz cada vez mais recorrente, nem isso poderá acontecer.

Mas, vivemos em um reinado de altas cobranças financeiras, pois tudo é o mais caro do mundo, do alimento à gasolina, passando pelo custo de se ter um computador em casa, sem luz.

Chega-se a ficar 33 dias sem a internet cobrada regiamente, mas sem receber a menor satisfação por parte da operadora que nem mais se dá ao trabalho de responder a uma solicitação de um Procon da vida.

Resta-nos como última opção, a Justiça, que também vai mal das pernas e demora horrores para corrigir o incorrigível, apenas postergando o círculo vicioso que se arrasta pelas nossas vidas.

Isso, é o reflexo menos visível de um espelho que apenas reflete a imagem de uma administração central ineficiente e nefasta, somente conseguindo produzir o menos zero, caso isso exista em matemática ou estatística.

Finalmente chegou o tão adiado "estado crítico de vivência multifacetada" ou, abreviadamente, ecvm, que pode ser traduzido do pomposo para o simples pelo modesto, sem água e sem luz.

O governo central tão árdua e eficazmente trabalhou, que conseguiu o inconcebível para os que trabalham cotidianamente e pagam impostos, e também para os que nunca trabalham, por apadrinhamento bolsista, e não sabem, nem querem tampouco saber o que é isso.

Enquanto perdurar o ecvm, nós, da primeira opção, ou seja, os que pagam impostos, estaremos posicionados em  um estado limite ao desconforto, sem oportunidade de reclamar de nada, pois somos os maiores culpados pelo descalabro em que vamos viver.
Afinal, nós da elite branca com ou sem olhos azuis estamos no estado classe média crítica, porque além de trabalhar, pagar os impostos, só temos deveres e obrigações, segundo o Estado.

Portanto, a nós, resta a maneira multi-facetada de tentar tomar banho em baldes, se os houver, após uma jornada de trabalho, subir andares e andares de escadas e finalmente jantar com a família à luz de velas.

Quem sabe um "radinho" de pilhas para quebrar a monotonia do escuro e ouvir os horários eleitorais gratuitos, talvez possam vir a ser distribuídos.

Trabalho, exercício e lazer familiar, este é o grande trinômio e desafio que nos faz a pátria educadora, ao ter deixado chegar ao ponto que chegou a não admitida "crise hídrica" e o "desconforto termo-elétrico" .



Aos segundos, os apadrinhados bolsistas, a eterna condescendência naturalmente eleitoreira, nada faltará pois os gatos de água e luz estarão aí mesmo para serem usados, porque pertencem a uma classe não privilegiada pelo trabalho, placidamente protegidos  pelo Estado e sustentados pelos primeiros.

Certamente estamos vivenciando o nosso período Bíblico, não pela quantidade de igrejas evangélicas que a cada dia caiem dos céus, mas pelas pragas Bíblicas que nos afligem.
Com certeza, são muitas e mais do que as do Egito, porque depois da praga do planalto central, teremos a praga hídrica, a praga elétrica, a praga inflacionária, a praga monetária, a do petróleo, a trabalhista, a dos impostos, sem esquecer a dos políticos que devasta mais do que a dos gafanhotos, já tão conhecida no livro Santo.

E por falar em gafanhotos e chegando a época do carnaval, como estamos mesmo em nosso momento retrô, que tal cantar a marchinha dos gafanhotos com o Albertinho Fortuna em 1947?


E assim, ao sol de um verão escaldante, sem a chuva de Deus que optou por outra nacionalidade, num calor saariano, e quando achávamos que vivíamos o êxtase internacional de um momento BRICs com futuras intenções a Davos, retornamos ao marco zero de um país de pragas, baldes e velas.
Título e Texto: José Manuel - sem banho e lendo à luz de velas, 4-2-2015

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