terça-feira, 25 de outubro de 2016

A aula duríssima que a ditadura Venezuela deu para o mundo. Vamos aprender?

Luciano Ayan


Faça o papel de besta e compre um bilhete “premiado” da loteria. Você terá uma lição dolorosa ao tentar receber o prêmio na Caixa Econômica e descobrir que não havia prêmio algum. Você também pode fazer o papel de trouxa e dar o número e a senha de seu cartão de crédito para um desconhecido alegando que iria te colocar em um programa de pontos. Terá outra lição dolorosa ao descobrir que o limite de seu cartão foi estourado contra sua vontade e que você não receberá nenhum dos produtos.

Esse tipo de aula dura fornecida pela vida sempre vale como aprendizado. Por sorte, nunca comprei um falso bilhete premiado de loteria. Também nunca entreguei o número e a senha de meu cartão para um desconhecido. Mas na vida sempre alguém tenta nos engabelar, resultando em aprendizado em seguida.

Aquela parte da direita que mantém a fé cega na crença provavelmente continuará tratando o que aconteceu na Venezuela como um “equívoco econômico”. Na verdade, foi a consecução de um plano à risca para tomar o poder totalitário e dar vida boa a Nicolas Maduro e todos seus aliados. Mas e se o povo venezuelano sofre? Isso não importa, para Maduro. O que importa é o poder. Assim como o que importa para os fraudadores de bilhetes premiados e cartões de crédito é o teu dinheiro, e não tua satisfação.

Os socialistas de Maduro, os vendedores de falsos bilhetes premiados e usuários indevidos de cartões de créditos não são “coitados enganados, que precisam aprender sobre como ajudar os outros”. Ao contrário: eles demonstram o sucesso de ações de fraude, perpetradas por espertos que se valem de trouxas.

Na quinta-feira (20), cinco juízes aparelhados bloquearam o referendo na  Venezuela. Tudo conforme o plano. Em seguida, foi aplicado um golpe no Congresso. Novamente, tudo conforme o plano.

É triste reconhecer, mas precisamos ser adultos. O fraudador que limpou as contas não é o exemplo de um “fracasso” na gestão de tuas finanças, mas um exemplo de sucesso da iniciativa de um esperto mal intencionado fazer um bobalhão de trouxa. A situação da Venezuela também não é um exemplo do “fracasso do socialismo”, mas uma prova cabal de como ele é a melhor tecnologia do mundo para que tiranos sádicos consigam construir um totalitarismo.

A Venezuela é um caso perdido. Mas pessoas de nações civilizadas ainda podem aprender com isso. Antes de tudo, porém, será preciso que a direita corrija a doença mental de achar que o socialismo é “fruto de engano na condução da economia”. Cérebros assim adotam o “conselho de pai” e não a visualização dos socialistas como eles são.

Se você escolhe ver os fraudadores de cartão de crédito como “pessoas que querem gerenciar tua conta adequadamente”, como sua mente poderá se proteger deles? Se você escolhe ver os socialistas como “pessoas com boas intenções na economia, mas que normalmente erram” como sua mente conseguirá nos proteger de barbáries como as que ocorrem na Venezuela?

Que a situação da Venezuela sirva para que consigamos aprender, de uma vez por todas, o que de fato querem os socialistas. Passar a rotulá-los de “enganados quanto à economia” já deveria ser considerado até imoral.


Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 24-10-2016

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