segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aprenda a ser assertivo, mas com educação


Há pessoas que nos tornam a vida muito mais difícil. São aquelas que percebem que não gostamos de confrontos, nem conflitos, e usam essa fragilidade para impor a sua vontade. Estão conscientes de que a sua proposta ou pedido nos vai deixar entre a espada e a parede, mas aproveitam-se claramente da dificuldade que temos em dizer que não.
Em tempos de crise estes “oportunistas” desenvolvem-se como cogumelos (dos venenosos), porque percebem que o ambiente profissional nos dá ainda menos margem de manobra – “afinal, não temos todos de remar para o mesmo lado?”, diz o chefe, enquanto nos pede que dispensemos um fim-de-semana para resolver um problema que só a sua incompetência criou, ou afirma o colega que se aproveita da nossa bondade (ou idiotice).

Mas a lição a tirar não é a de que é preciso eliminar os oportunistas, tarefa impossível, mas que é urgente mudarmo-nos a nós mesmos. Porque, convenhamos, somos os únicos que estamos a desempenhar mal o nosso papel. Por algum defeito de educação, impingiram-nos a ideia de que temos de ser bonzinhos e colaborantes sob risco de que os outros deixem de gostar de nós, ou nos rotulem de pessoas difíceis, complicadas ou com mau feitio. Sempre que tememos um desses rótulos, recuamos e cedemos, como se a única alternativa fosse partir a cara ao provocador.
O pior é que depois nos roemos por dentro, engrossando a lista dos doentes de úlceras de estômago. Aquilo que ninguém nos ensinou foi a ser “assertivos com boas maneiras”, como diz o Eduardo Sá. A defender os nossos direitos e intuições, com firmeza, mas sem ofender ninguém, a dizer Não, por razões que acreditamos ser as certas, sem temer magoar os outros, ou melhor com a consciência de que mais vale sermos verdadeiros, no momento certo, do que arrastar mal entendidos. É um exercício que demora, é preciso desaprender muito do que nos ensinaram, mas é possível. Pode começar já hoje a treinar.
Isabel Stilwell, Destak, 06-12-2010

2 comentários:

  1. Esse assunto é interessante.
    Minha experiência pessoal me mostrou que, quando somos mal compreendidos é porque falhamos na comunicação. Quer dizer, quem erra não é quem não compreende mas quem não foi capaz de se fazer compreender.
    Muitas vezes, por mais que queiramos ser educados, o interlocutor não consegue compreender. Assim, devemos usar a 'linguagem' que ele entende. Seria o ideal podermos escolher com quem nos relacionar em todos os ambientes que precisamos frequentar mas, o ideal é o ideal, não existe.

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  2. Às vezes, a "educação" é mal compreendida...

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