Era só o que nos faltava
Durante seis anos, os governos do eng. Sócrates apresentaram uma quantidade incomensurável de medidas de estímulo à economia. Em consequência, afundaram-na com estrondo. Ao que parece, as medidas de estímulo à economia anteriormente apresentadas não incluíam as 50 medidas de estímulo à economia apresentadas agora. Estas 50 é que contam, e se a salvação da pátria delas evidentemente depende apetece perguntar qual o motivo de tamanha demora na respectiva apresentação.
Mas não apetece ouvir a resposta, quer a hipócrita (as circunstâncias mudam, etc.), quer a sincera (a Europa e os "mercados" exigem um simulacro de juízo, etc.). Mesmo porque as 50 medidas em causa não estimulam nada e não respondem a coisa nenhuma. Se ultrapassarmos a propaganda e o português atroz que as embrulham, constatamos tratar-se de medidas que de facto já existiam, medidas que nunca chegarão a existir, medidas de fiscalização impossível, medidas de implementação improvável, medidas com efeitos a longuíssimo prazo, medidas destinadas a financiar clientelas, medidas irrelevantes, medidas insuficientes, medidas absurdas, medidas prejudiciais, medidas assustadoras e, decerto por inércia, medidas razoáveis.
A única medida de estímulo à economia que o Governo deveria apresentar seria a jura de que não voltaria a apresentar mais medida nenhuma e deixaria a economia em paz. Isso, porém, não se espera de um Governo socialista. Ou, no infeliz caso nacional, de qualquer outro.
Alberto Gonçalves, Sociólogo, Diário de Notícias, 16-12-2010
Cédula Profissional |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-