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Congresso Nacional
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Almir Papalardo
Ficou seriamente manchado as sessões da Câmara e do Senado do dia 15 do corrente, onde as duas Casas Legislativas deram o pior exemplo de como não se deve governar uma nação da realeza do Brasil.
A sessão da Câmara composta por 317 deputados praticamente pouco discutiu quanto ao reajuste dos parlamentares, ministros e presidente da república, com índices inaceitáveis de correção, incompatíveis com o momento atual. Existia aí interesse político, mesmo quando falavam somente em cortar despesas. Foi vapt-vupt.
279 deputados oportunistas votaram favoravelmente ao acréscimo de seus parcos(?!?) vencimentos, abocanhando mais 61,8%. Contrariamente, 35 deputados conscientes de que o momento não era propício, preferiram abrir mão do favorecimento, votando peremptoriamente contra o aumento. Houve ainda abstenção de 03 deputados que preferiram não se comprometer.
Um pouco mais tarde, só um pouquinho, era o Senado Federal que confirmava aquela aprovação na Câmara, justamente o Senado que tem se mostrado uma Casa um pouco mais responsável e coerente.
Naquele momento de discussão não vimos aparecer os deputados Cândido Vaccarezza, José Genoíno e outros intransigentes petistas, se pronunciarem contrários ao aumento, fugindo das suas características normais de ferrenhas muralhas quando se trata de aumento para aposentados. Aí os recursos financeiros do país não sofrem abalos com esses vultosos aumentos salariais, podendo perfeitamente o governo assumir aquelas despesas para favorecer privilegiados(!?).
Não ouvimos também os ministros Paulo Bernardo, Guido Mantega e Carlos Eduardo Gabas se pronunciarem contra o absurdo aumento, como fazem quando trata-se de aumentar o salário mínimo e diminuir um pouco a defasagem existente nas aposentadorias!
Igualmente não vimos comentaristas políticos como Mírian Leitão e Fábio Giambiasi, escreverem artigos tachando de irresponsáveis aqueles insensatos parlamentares. Nem tampouco o jornal O Globo estampou na capa de suas edições, em letras garrafais: - Irresponsabilidade do Congresso Federal vai afundar de vez o Brasil -, como o fez quando o Senado aprovou projetos que traria um pouco mais de justiça para os velhos aposentados. Na minha santa ingenuidade, ainda acreditei que o presidente Lula, pródigo em vetar projetos de aposentados, mencionasse que também iria vetar aquele comprometedor aumento. Lêdo engano. Lula se pronunciou de forma irônica, lamentando que não receberia tal aumento por estar no fim do mandato. Soou-me mais como um deboche!
Aí vai a relação dos deputados que votaram contra seus próprios aumentos, mostrando que a austeridade ainda existe e para os quais mandamos calorosos aplausos:
Alfredo Kaefer (PSDB-PR) Assis do Couto (PT-PR) Augusto Carvalho (PPS-DF) Capitão Assumção (PSB-ES) Chico Alencar (PSOL-RJ) Cida Diogo (PT-RJ) Décio Lima (PT-SC) Dr. Talmir (PV-SP) Eduardo Valverde (PT-RO) Emanuel Fernandes (PSDB-SP) Ernandes Amorim (PTB-RO) Fernando Chiarelli (PDT-SP) Fernando Gabeira (PV-RJ) Henrique Afonso (PV-AC) Gustavo Fruet (PSDB-PR) Iran Barbosa (PT-SE) Ivan Valente (PSOL-SP) José C.Stangarlini (PSDB-SP) Lelo Coimbra (PMDB-ES) Luciana Genro (PSOL-RS) Luiz Bassuma (PV-BA) Luiz Couto (PT-PB) Luiza Erundina (PSB-SP) Magela (PT-SP) Major Fábio (DEM-PB) Marcelo Almeida (PMDB-PR) Mauro Nazif (PSB-RO) Paes de Lira (PTC-SP) Paulo Pimenta (PT-RS) Raul Jungmann (PPS-PE) Regis de Oliveira (PSC-SP) Reinhold Stephanes (PMDB-PR) Suelí Vidigal (PDT-ES) Takayama (PSC-PR) Vander Loubet (PT-MS)
No Senado Federal, três senadores votaram contra o inaceitável aumento. São eles: Marina Silva (PV-AC) Álvaro Dias (PSDB-PR) José Nery (PSOL-PA)
Não se pode deixar de registrar também a austeridade do PSOL, único partido que mostrou-se contrário a aprovação do vergonhoso aumento. Outro fato digno de registro foi a satisfação de aposentados notarem que 09 deputados petistas mostraram austeridade, também rejeitando o aumento em questão, com toda a certeza, desobedecendo as orientações do PT. Prevaleceu a ética e a responsabilidade. Parabéns a esses petistas.
FELIZ NATAL PARA TODOS E UM ANO NOVO REPLETO DE PROSPERIDADE. Almir Papalardo
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