domingo, 19 de dezembro de 2010

O poder musculado da Bielorrússia

Bandeira nacional da Bielorrússia

Na Europa, resiste uma ditadura cujos métodos autoritários são factos. A Bielorrússia é dominada pelo antigo comunista Alexander Lukashenko, que a sorte levou à presidência em 1994. A sua maior promessa foi a luta contra a corrupção, mas, segundo um telegrama divulgado recentemente pela WikiLeaks, a fortuna pessoal já ascende a sete mil milhões de euros. Hoje há eleições presidenciais na Bielorrússia, mas dois candidatos da oposição já vieram acusar que se prepara uma fraude em larga escala semelhante à que terá ocorrido no escrutínio de 2006, que Lukashenko venceu com 83%, apesar dos protestos domésticos e internacionais. O problema estará no controlo da contagem dos votos antecipados, um terço do total.

Implacável na relação com os adversários, com domínio total das instituições, economia e meios de comunicação, Alexander Lukashenko é tratado de forma branda pelas potências europeias. A União Europeia teme que a Bielorrússia caia totalmente na esfera de Moscovo e o ditador bielorrusso use as rivalidades dos vizinhos para garantir que continua a governar sem grandes incómodos: a Polónia tem de se moderar, a Ucrânia dá uma ajuda.
A confirmar-se o que dizem os opositores, Lukashenko prepara-se para cumprir mais um mandato. No poder há 16 anos, ser-lhe-á fácil ficar indefinidamente, face à tradicional "simpatia" diplomática da UE e às suas necessidades de equilíbrio de poder entre as potências, que proclamam uns princípios enquanto aplicam outros, apostando na política do facto consumado.
Editorial, Diário de Notícias, 19-12-2010

Alexander Lukashenko

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