Isabel Stilwell
Não ouvimos mais nada senão
profecias de um futuro negro. A certa altura, desalentados e paralisados,
acabamos por autocumprir as profecias, deixando passar por nós as oportunidades
e escorregando para um discurso de vitimização, encontrando bodes expiatórios
para todos os nossos males. Sócrates, Cavaco, a Troika, os EUA, a senhora
Merkel, a banca, os ricos, não faltam personagens para preencher o lugar do
carrasco... Mas, se apurar responsabilidades e entender os erros cometidos é
fundamental, até para que não se voltem a cometer, a verdade é que esse imputar
de culpas, só por si, não nos leva a lado nenhum.
A revista Psychology Today dedica a edição deste mês às
formas como nos boicotamos a nós mesmos o que, convenhamos, associado ao
boicote da crise, resulta num beco sem saída.
No artigo principal faz-se o
diagnóstico das quatro formas mais frequentes de auto-sabotagem. A primeira é
quando para resolver um problema assumimos comportamentos que nos trazem novos
problemas (comendo demais, gastando o que não temos, bebendo para esquecer as
mágoas etc., etc.). A segunda consiste em adiar, adiar, adiar, deixando sempre
para amanhã o que devíamos resolver hoje. Mas a procrastinação não só não leva
a lado nenhum, como deixa uma sensação de falhanço. A terceira é não fazer
valer as nossas competências, muitas vezes por insegurança excessiva, que
impedem de mostrar o que valemos. Por fim a dependência, de que o dependente
não se liberta, porque inventa as desculpas mais esfarrapadas para evitar tomar
a única decisão que importa: cortar definitivamente e mudar de vida.
Título e Texto: Isabel
Stilwell, Destak, 14-10-2011
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