ONU afirma impossibilidade de
provar relação entre armas e homicídios
Um estudo das Nações Unidas
sobre os homicídios em âmbito mundial está tirando o sono dos defensores do
desarmamento como política de segurança pública. De acordo com o estudo, não há
como se estabelecer cientificamente uma relação entre a quantidade de armas em
circulação e as taxas de homicídio, sendo possível, inclusive, que esta
correlação se opere de forma inversamente proporcional.
O relatório, no início deste
mês, é fruto de um acurado estudo do Escritório da ONU para Drogas e Crimes
(UNODC) e vem sendo considerado por especialistas em segurança pública um
importante marco para a desmistificação da tese de incremento da violência em
face do acesso às armas de fogo. “É a primeira vez que um documento oficial das
Nações Unidas reconhece inexistir comprovação científica de que a redução na
quantidade de armas em circulação possa reduzir a criminalidade, fato que, até
então, vinha, equivocadamente, sendo tomado como verdade absoluta”, é o que
afirma Bene Barbosa, especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil.
Para Barbosa, alguns aspectos
do relatório são cruciais para o entendimento do fenômeno da violência:
“primeiro, temos que considerar a contundente afirmação registrada no relatório
de que a absoluta maioria dos proprietários de arma de fogo não tem nenhuma
correlação com atividades criminosas e usam estas para finalidades lícitas,
como instrumento de defesa. Isso já demonstra uma forte mudança conceitual da
ONU, ao admitir que armas são, sim, também destinadas à preservação da vida das
vítimas, para o que, inclusive, foram considerados estudos até então renegados,
como os do Professor Gary Kleck”. O especialista prossegue frisando o
levantamento de dados sobre locais em que há muitas armas e poucos crimes, ou o
oposto: “o segundo aspecto é o também inédito registro, em um estudo da ONU, de
que a relação entre armas e homicídios é completamente falha, pois são vários
os exemplos de locais em que o acesso àquelas é facilitado e as taxas de
homicídio são baixas, da mesma forma que, em outros locais com armamento
escasso, os homicídios são altíssimos”.
Já para o pesquisador em
segurança pública Fabricio Rebelo, que coordena a ONG Movimento Viva Brasil na
Região Nordeste, o estudo, embora realmente deva ser considerado uma significativa
quebra de paradigma na abordagem do assunto, há de ser recebido com
naturalidade: “desde a divulgação do ‘Mapa da Violência 2011’, em fevereiro, já
havia ficado claro que, no Brasil, a relação entre a quantidade de armas em
circulação e a de assassinatos é imprópria, pois que a região do país campeã em
tais crimes é exatamente a mesma onde há menos armas em circulação: o
Nordeste.” Para o pesquisador, “o relatório da ONU é a ratificação, em âmbito
mundial, do quanto todos os estudos sérios sobre o assunto já vinham
demonstrando, ou seja, que não há qualquer relação entre a facilidade de acesso
do cidadão às armas de fogo e o aumento nas taxas de homicídios, os quais, em
verdade e como também registra o estudo, estão diretamente relacionados às atividades
criminosas, como o tráfico de drogas”.
“As informações contidas no relatório, tendo como origem justamente a entidade que mundialmente mais vinha se empenhando pelo desarmamento, deve, no mínimo, promover uma profunda reflexão técnica naqueles que, até hoje, defendem a tese apenas por uma questão de ideologia”, conclui o Rebelo.
“As informações contidas no relatório, tendo como origem justamente a entidade que mundialmente mais vinha se empenhando pelo desarmamento, deve, no mínimo, promover uma profunda reflexão técnica naqueles que, até hoje, defendem a tese apenas por uma questão de ideologia”, conclui o Rebelo.
O relatório do estudo, na
íntegra, pode ser acessado na página oficial do Escritório da ONU para Drogas e
Crimes – UNODC (http://www.unodc.org).
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Informações adicionais para a
imprensa
Comunicação +
Colaboração: Jorge Cunha
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