Diana Garrido
O Dia Mundial da Gentileza foi
criado em 1998 pelo World Kindness Movement, nos EUA, e comemora-se amanhã, dia
13. A ideia é que sejamos todos bons e gentis uns para os outros neste dia.
Bonito era sermos assim todos os momentos do ano mas dentro da imperfeição
humana esta foi a solução que se arranjou.
Como não há tempo para dar 45
mil flores a estranhos, como se fez em Singapura em 2009, decidimos criar um
guia de boas práticas e boa educação nesse mundo virtual que é o Facebook. Se
acha divertido publicar vídeos de gatinhos a falar ou macacos a tocar pandeireta
nos murais dos outros, pense outra vez. Se não vê mal nenhum em identificar
amigos em fotografias sem lhes pedir autorização, o melhor é ler este texto
todo até ao fim antes que perca todas as amizades que conseguiu adicionar até
hoje. Seja gentil, tanto na vida, como na Internet. Mas atenção, antes de
começar a insultar toda a gente que o enerva no Facebook, investigue bem as
definições de privacidade. Sabe que basta um clique para bloquear quem não
gostar ou impedir que estranhos vejam as suas fotografias em biquíni ou de
sunga. Pode ser uma boa ajuda nesta luta pela gentileza.
01 - Tags
Identificar pessoas em fotografias sem pedir
autorização aos visados não só é rude, como pode ser perigoso: “Não estavas
doente? Porque é que apareces na fotografia da festa de ontem da Sociedade
Recreativa de Carrazeda de Ansiães com umas cuecas na cabeça?” E pimba,
acaba-se o namoro. Culpa de quem? Sua.
02 - Fotografias
Adicionar fotografias
embaraçosas de outras pessoas também não é boa ideia e pode provocar tensões e
discussões numa bela amizade. Se aquelas fotografias datadas de 1989, quando as
poupas e os chumaços estavam na moda, estão guardadas no fundo de uma caixa, é
porque é lá que pertencem, para sempre. Não seja desagradável nem meta o nariz
onde não é chamado.
Evite mudar de “numa relação
com” para “solteiro” sem discutir primeiro o assunto com a outra pessoa. A
falta de consideração pelo outro é uma coisa muito feia. Muuuuuuito feia.
04 - Amizades
Lá por ter visto a pessoa uma
vez durante cinco minutos numa saída à noite e por ela fazer parte da lista de
amigos de um dos seus amigos, não significa que a possa adicionar. Não tem de
ser amigo de todos os seres humanos do universo. Não se imponha, nem ponha as
pessoas numa situação desconfortável.
05 - Privado
Se souber o significado da
palavra “privado” compreenderá que fazer perguntas como “esse furúnculo que
tinhas no queixo já passou?” ou “já acabaste com o Luís?” no mural de alguém, à
vista de todos, não cabe na definição de “privado”. E, à semelhança das
fotografias identificadas, também pode criar problemas.
06 - Vamos a votos
Pedir a toda a lista de
contactos do seu Facebook que faça “gosto” 30 vezes por dia numa fotografia sua
para que consiga ganhar aquele frigorífico tão bom, não é razoável. Pedir que
votem em coisas suas, mais do que uma vez por semana, também não. É, até,
extremamente chato e corre o risco de ser bloqueado. E com razão.
07 - Chat
Não aborde pessoas no chat com
quem tem apenas uma relação profissional, muito menos para falar de trabalho. A
última coisa que se quer no Facebook, esse intervalo do labor, é discutir
orçamentos, entrevistas ou festas de Natal da empresa.
08 - Inimizades
Ah que boa pareceu a ideia de
criar um grupo intitulado “O Zé cheira mal dos pés, vamos odiar o Zé” até ao
dia em que o Zé foi esbofeteado na rua por um bando de entusiastas dos grupos
de ódio. O ódio é feio. O ódio não é bonito.
09 - Bombardear
Por favor, evite o blitz
virtual. Bombardear os murais alheios com vídeos e curiosidades que mais
ninguém além de si acha incríveis é irritante e pode dar direito a dura
retaliação. Respeite o espaço dos outros.
10 - As férias
Não é preciso fazer o upload
de 300 fotografias de si à beira de um mar azul-turquesa, de si encostado a uma
palmeira, de si numa espreguiçadeira, de si com uma bebida exótica na mão, de
si com bicho perigoso ao pescoço, de si bronzeado, para se perceber que esteve
de férias num país tropical. E se a inveja (dos outros) é uma coisa muito feia,
a ostentação também. Não tem de mostrar aos outros que não podem viajar as suas
aventuras além-fronteiras, está bem?
Texto: Diana Garrido, jornal “i”,
12.11.2011
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