quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A presidente Sra. Rousseff

Amigos, todos,
Segue o artigo desta semana, primeiro do novo ano.
Procurei enumerar/analisar alguns traços marcantes do primeiro ano de governo da Sra. Rousseff que, lamentavelmente, confirma o que muitos brasileiros pensavam quando da eleição.
Muita fanfarra para um músico não preparado para o desafio de dirigir uma orquestra sinfônica..., ao que se soma a incompetência ou a má-fé de alguns.
O noticiado nos jornais de hoje sobre o Min. De Integração Nacional, que destinou 90% das verbas de seu ministério para Pernambuco, seu Estado natal, sendo ele pretendente a se tornar prefeito da capital, é indicativo de tudo o que ruim em um político. Não serve como Ministro!
Grande abraço a todos.
Peter

A presidente Sra. Rousseff
Quando a Sra. Rousseff assumiu a Presidência da República, resolvi não emitir qualquer julgamento sobre seu governo nos primeiros meses de sua administração (no que copiei o costume dos americanos do Norte), pois é normal que nesse período um novo administrador, mesmo sendo o mandatário de uma nação, necessite de certo tempo para tomar o pulso da situação.
Consequentemente, não me manifestei naqueles meses, apesar de sentir que as coisas não iam bem. Aliás, sentia que estavam indo muito mal!
Penso que seu primeiro (primeiro mas monumental) erro foi aceitar todas as indicações de seu antecessor para o Ministério.
A Sra. Rousseff não era nova na política. Tinha sido funcionária da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, como Diretora Geral da mesma. Tinha sido Secretária de Minas e Energia do Governo do Estado do RGS. Foi Ministra de Minas e Energia inicialmente e, em seguida, Ministra-Chefe da Casa Civil sob a Presidência do Sr. da Silva.
Mais, foi nomeada responsável, Gerente se quisermos chamar assim, do tristemente famoso PAC-I e, algum tempo depois, do PAC-II.

Logo, com esse currículo, tinha a obrigação de saber exatamente o que se esperava dela como Presidente como, igualmente, o que a esperava quando assumisse a Presidência. Mais: conhecia todos os ministros!
Logo, não poderia alegar que o Sr. da Silva havia espalhado cascas de banana por todos os lados.
Pois então, apesar disso tudo, seus primeiros doze meses de mandato presidencial foram uma tremenda decepção para todos (mas não devem ter sido surpresa para a Sra. Rousseff!).
Durante uns tantos meses, manteve no Governo alguns Ministros cuja corrupção era notória, sabida de todos; mas contra toda a lógica e bom senso, levou muitos meses para despachar o primeiro. E, em relativamente pouco tempo, despachou outros cinco, batendo todos os recordes brasileiros e quiçá mundiais no quesito demissão de ministros.
Penso que deixou de lado alguns outros, que ainda não disseram a que vieram, para adquirir algum fôlego antes de continuar a faxina.
Mas, e sempre há um mas, pecou lamentavelmente ao elogiar, e em alguns casos até fortemente, as “qualidades e virtudes” dos demitidos.
Gente que prejudicou o País de forma lamentável, locupletando-se e/ou sua corriola às custas do tesouro nacional, não merece elogios.
Seria mais adequado para todos se a Sra. Rousseff se houvesse limitado a, em seu gabinete, dar um até logo ao ministro que estivesse saindo e um “boas vindas” ao substituto. Rapapés desnecessários e descabidos são perfeitamente dispensáveis.
E deprimente foi o espetáculo do Ministro do Trabalho, em uma sessão na Câmara dos Deputados, berrar (sim, eu escrevi “berrar”) “Dilma, eu te amo”. E “isso” era um Ministro de Estado!
Tenho muito respeito pelos jornaleiros brasileiros, como tenho certeza de que nenhum de nossos jornaleiros aprovou esse comportamento do ex-colega Carlos Lupi...
Tão triste quanto o episódio acima, é o estado em que se encontram as obras dos famosos PACs.
Para citar dois exemplos apenas: no Sul, a duplicação da BR-101, que deveria ter ficado pronta há mais de três anos, continua em passo de cágado. A mais recente estimativa é que leve mais três anos para ser terminada!
No Nordeste, a famosa transposição das águas do Rio São Francisco está completamente parada. Trechos importantes, que já estavam concluídos, estão ruindo, despedaçando-se criminosamente!
Apenas dois exemplos, mas de obras muito importantes e visíveis! Como estarão as obras não tão importantes e não-visíveis? Provavelmente, se tiverem sido iniciadas, devem estar em situação ainda mais lamentável.
Quando tomamos conhecimento da eficiência japonesa em reparar os estragos causados pelo tsunami no ano passado; da eficiência chinesa na construção da mais extensa ponte sobre o mar (42,5 km de extensão) só podemos chorar e sentir vergonha com as obras públicas brasileiras.
E enfiar na viola nosso orgulho pela ponte Juscelino Kubitschek sobre o lago Paranoá em Brasilia...
Para terminar, como frequentemente sou perguntado porque sempre me refiro à Senhora Presidente como Senhora Rousseff (como sempre me referi a seu antecessor como Sr. da Silva), faço-o porque sou de opinião que o(a) Presidente da República merece esse tipo de referência respeitosa.
Apesar de ser muito informal em meu trato com a maioria das pessoas, tenho para mim que em público, ou diante de terceiros em reuniões menores, é de bom-tom manter a formalidade.
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 04 de janeiro de 2012

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