Segue o artigo desta semana,
primeiro do novo ano.
Procurei enumerar/analisar
alguns traços marcantes do primeiro ano de governo da Sra. Rousseff que,
lamentavelmente, confirma o que muitos brasileiros pensavam quando da eleição.
Muita fanfarra para um músico
não preparado para o desafio de dirigir uma orquestra sinfônica..., ao que se
soma a incompetência ou a má-fé de alguns.
O noticiado nos jornais de
hoje sobre o Min. De Integração Nacional, que destinou 90% das verbas de seu
ministério para Pernambuco, seu Estado natal, sendo ele pretendente a se tornar
prefeito da capital, é indicativo de tudo o que ruim em um político. Não serve
como Ministro!
Grande abraço a todos.
Peter
A presidente Sra. Rousseff
Quando a Sra. Rousseff assumiu
a Presidência da República, resolvi não emitir qualquer julgamento sobre seu
governo nos primeiros meses de sua administração (no que copiei o costume dos
americanos do Norte), pois é normal que nesse período um novo administrador,
mesmo sendo o mandatário de uma nação, necessite de certo tempo para tomar o
pulso da situação.
Consequentemente, não me
manifestei naqueles meses, apesar de sentir que as coisas não iam bem. Aliás,
sentia que estavam indo muito mal!
Penso que seu primeiro
(primeiro mas monumental) erro foi aceitar todas as indicações de seu
antecessor para o Ministério.
A Sra. Rousseff não era nova
na política. Tinha sido funcionária da Câmara de Vereadores de Porto Alegre,
como Diretora Geral da mesma. Tinha sido Secretária de Minas e Energia do
Governo do Estado do RGS. Foi Ministra de Minas e Energia inicialmente e, em
seguida, Ministra-Chefe da Casa Civil sob a Presidência do Sr. da Silva.
Mais, foi nomeada responsável,
Gerente se quisermos chamar assim, do tristemente famoso PAC-I e, algum tempo
depois, do PAC-II.
Logo, com esse currículo,
tinha a obrigação de saber exatamente o que se esperava dela como Presidente
como, igualmente, o que a esperava quando assumisse a Presidência. Mais:
conhecia todos os ministros!
Logo, não poderia alegar que o
Sr. da Silva havia espalhado cascas de banana por todos os lados.
Pois então, apesar disso tudo,
seus primeiros doze meses de mandato presidencial foram uma tremenda decepção
para todos (mas não devem ter sido surpresa para a Sra. Rousseff!).
Durante uns tantos meses,
manteve no Governo alguns Ministros cuja corrupção era notória, sabida de
todos; mas contra toda a lógica e bom senso, levou muitos meses para despachar
o primeiro. E, em relativamente pouco tempo, despachou outros cinco, batendo
todos os recordes brasileiros e quiçá mundiais no quesito demissão de
ministros.
Penso que deixou de lado
alguns outros, que ainda não disseram a que vieram, para adquirir algum fôlego
antes de continuar a faxina.
Mas, e sempre há um mas, pecou
lamentavelmente ao elogiar, e em alguns casos até fortemente, as “qualidades e
virtudes” dos demitidos.
Gente que prejudicou o País de
forma lamentável, locupletando-se e/ou sua corriola às custas do tesouro
nacional, não merece elogios.
Seria mais adequado para todos
se a Sra. Rousseff se houvesse limitado a, em seu gabinete, dar um até logo ao
ministro que estivesse saindo e um “boas vindas” ao substituto. Rapapés
desnecessários e descabidos são perfeitamente dispensáveis.
E deprimente foi o espetáculo do
Ministro do Trabalho, em uma sessão na Câmara dos Deputados, berrar (sim, eu
escrevi “berrar”) “Dilma, eu te amo”. E “isso” era um Ministro de Estado!
Tenho muito respeito pelos
jornaleiros brasileiros, como tenho certeza de que nenhum de nossos jornaleiros
aprovou esse comportamento do ex-colega Carlos Lupi...
Tão triste quanto o episódio
acima, é o estado em que se encontram as obras dos famosos PACs.
Para citar dois exemplos
apenas: no Sul, a duplicação da BR-101, que deveria ter ficado pronta há mais
de três anos, continua em passo de cágado. A mais recente estimativa é que leve
mais três anos para ser terminada!
No Nordeste, a famosa
transposição das águas do Rio São Francisco está completamente parada. Trechos
importantes, que já estavam concluídos, estão ruindo, despedaçando-se criminosamente!
Apenas dois exemplos, mas de
obras muito importantes e visíveis! Como estarão as obras não tão importantes e
não-visíveis? Provavelmente, se tiverem sido iniciadas, devem estar em situação
ainda mais lamentável.
Quando tomamos conhecimento da
eficiência japonesa em reparar os estragos causados pelo tsunami no ano
passado; da eficiência chinesa na construção da mais extensa ponte sobre o mar
(42,5 km de extensão) só podemos chorar e sentir vergonha com as obras públicas
brasileiras.
E enfiar na viola nosso
orgulho pela ponte Juscelino Kubitschek sobre o lago Paranoá em Brasilia...
Para terminar, como
frequentemente sou perguntado porque sempre me refiro à Senhora Presidente como
Senhora Rousseff (como sempre me referi a seu antecessor como Sr. da Silva),
faço-o porque sou de opinião que o(a) Presidente da República merece esse tipo
de referência respeitosa.
Apesar de ser muito informal
em meu trato com a maioria das pessoas, tenho para mim que em público, ou
diante de terceiros em reuniões menores, é de bom-tom manter a formalidade.
Título e Texto: Peter Wilm
Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 04 de janeiro de 2012
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