quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Contra a Força não há Argumentos

Almir Papalardo
Acatando recomendações expressas do meu cardiologista que acaba de me dar outro puxão de orelhas por teimar em ignorar seus conselhos e orientações, vou me afastar temporariamente, ou talvez definitivamente, desta luta inglória e depressiva, que vimos nos defrontando. Já é o terceiro governo que emprega com arbitrariedade toda a sua força contra velhos aposentados, negando-se a ouvirem os queixosos mas justíssimos argumentos de antigos trabalhadores, agora, pela idade, totalmente desamparados. Defrontamo-nos com homens que coordenam as leis, responsáveis por adaptá-las às necessidades reais do povo, a sua segurança, a sua saúde, a sua educação, o seu bem-estar e, principalmente, garantindo seus direitos à cidadania e a uma justiça plena. Entretanto, para infelicidade dos trabalhadores brasileiros, vimos que três safras de presidentes (FHC, Lula e Dilma), cada qual pior, não possuem um mínimo de habilidade necessária, sem nenhuma visão de liderança e justiça para guiar uma população ordeira, como a brasileira. E o bode expiatório dos três mandatários, foi sem dúvida, o aposentado brasileiro que é o setor mais fragilizado do mercado trabalhista.
Ouvindo as reclamações dos aposentados do INSS
Comprometem o que poderia ser uma equilibrada e profícua governabilidade, como mereceria uma nação como o nosso Brasil. Como uma “gralha enfeitada com penas de pavão”, vemos estes governos cercados de aliados usando antolhos, gabarem-se de sua gestão, classificando-a, pretensiosamente, como a melhor que já existiu. < O Brasil nunca nadou num mar cor de rosas, como nada agora >, se vangloriam. Não se dão conta de que tudo de bom que possam ter feito pelos pobres, como a bolsa família por exemplo, fica seriamente comprometido pela perversidade que fazem contra o idoso aposentado, um trabalhador que sempre foi sugado pelo valor total do seu salário. Isto quer dizer em outras palavras: pagava cada vez mais para o INSS, para agora receber cada vez menos. Infeliz é o país onde seus idosos ou crianças não são devidamente protegidos e respeitados. Tiram do pobre para darem aos mais pobres (tomam do aposentado que ganha dois, três ou quatro salários mínimos, para darem ao aposentado que ganha apenas um salário mínimo. (Que estranha distribuição de renda, não?) Seus aliados, que tem tudo de mãos beijadas, estão fora dessa sandice!
Sinto-me enojado, frustrado, com os nervos a flor da pele, super injustiçado, causando-me descontrole da pressão arterial, daí as necessárias recomendações do meu cardiologista. Triste, frustrado, amargurado, mas anestesiado, me afasto temporariamente da luta. Não agüento mais ver tanta covardia direcionada contra um segmento determinado de ex-trabalhadores, que como premio pelos anos trabalhados, pela ajuda no engrandecimento do Brasil, hoje, por ser velho e inútil para a pátria, é esquecido, descartado, quase todos virando-lhe às costas. São assim os nossos homens públicos.
Porém, deixo aqui registrado toda a minha indignação, toda a minha revolta denunciando que tudo que construí na vida ativa está sendo impiedosamente derrubado por três governos turrões, que definitivamente não gostam de cidadãos aposentados. Aposentei-me com 7,18 salários mínimos e hoje recebo apenas 3,25 pisos mínimos, sumindo já dos meus proventos conquistados no início quase quatro salários mínimos. Daqui a pouco, estarei, como estará todo o aposentado do RGPS, ganhando apenas 01 salário mínimo. Deixo aqui também registrado toda a minha desaprovação, acusando nossos poderes públicos, nosso Senado Federal que já votou nossos projetos, mas lavam as mãos, incapazes de exigirem da Câmara que coloquem também aqueles projetos em votação. Acuso enfim a Câmara dos Deputados de obstruírem nossos projetos; incluam as nossas inoperantes oposições ao governo, enfim, todos inertes e permissivos às maldades que há muito, de modo contínuo, há 15 anos, são aplicados aos segurados do RGPS.
Deixo veemente reprimenda a todos que poderiam ter feito alguma coisa a favor do aposentado e, por omissão, insensibilidade, covardia e comodismo, deixaram de fazer. Censuro enfim, a todos os homens públicos que possuem poderes de decisão, pela falta de coerência, justiça, ação e patriotismo. Deixaram o massacre chegar ao ponto em que chegou, impassivelmente, contra ex-trabalhadores brasileiros. Espero ainda, aguardando justiça que tarda mas não falha, que os aposentados que continuarão na luta, pela recuperação de nossos direitos, que se revistam de brios, coragem e muita reação para proceder de modo correto e eficiente. APOSENTADOS SOLTEM A VOZ CADA VEZ MAIS FORTE... Vocês serão os heróis de amanhã.
Um abraço a todos.
Título e Texto: Almir Papalardo

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