Muitos diagnósticos foram feitos, muitas páginas escritas, muitas
conversas animaram (ou deprimiram) cafés, lares e escritórios, acordos
foram assinados e orçamentos aprovados. As opções estão definidas (ou
impostas), cabe agora executá-las com o rigor e a qualidade que nos tem
faltado em muitos momentos da nossa história. Temos de nos superar e
inspirar para … “concertadamente consertar” Portugal. Os próximos anos
implicarão um empobrecimento do país e muito das certezas e seguranças
que tínhamos, desvanecer-se-ão. Os jovens que dever(i)ão ser futuro do
nosso país, a braços com uma taxa de desemprego jovem de 30%, uma das
maiores da Europa, colocam o seu talento ao serviços de outras
economias. Muitos não voltarão, a oportunidade passou, a nossa bacia de
talento esvaiu-se. As empresas que incorrectamente incentivadas
beneficiaram de rendas monopolistas, vêm-nas diminuir. Cabe-lhes
arregaçar as mangas, reestruturar-se, privilegiar uma cultura de
meritocracia, competir com menos ajuda e menos “condições garantidas”,
no mercado global. O acordo de concertação social alcançado durante a
semana passada, pese embora o esforço requerido às famílias, num período
em que a taxa de desemprego pode atingir valores próximos dos 15%, é
por princípio um bom sinal, um gesto de boa vontade de agentes políticos
e económicos a aguardar reciprocidade – aumenta-lhes a
responsabilidade, clamando por democracia, também económica.Temos de
recuperar a nossa soberania, e isso cabe-nos a nós, em parte, sociedade
civil, através de uma mudança de atitude pela exigência, pela
adaptabilidade e pela união, que se reflicta, concertadamente, nas
organizações e no país.
Título e Texto: Nuno Duarte Martins, PwC – Senior Manager, jornal “i”, 23-01-2012
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