sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

"Em Portugal, o Estado é o Querido Líder."

Escultura cerâmica, de Lucas Strey
Os portugueses abriram a boca de espanto quando viram os norte-coreanos a chorar pela morte do Querido Líder. Não se percebe o espanto. Em Portugal, o Estado é o Querido Líder. Só assim se explica a comoção com a transferência para a Holanda da participação de Soares dos Santos na Jerónimo Martins. Segundo as carpideiras, o empresário devia ter ‘consciência social’.
Na cabeça desta gente, a ‘consciência social’ não passa, como diria Adam Smith, por procurar o seu próprio interesse e, no processo, prestar serviços, gerar riqueza e garantir emprego. A ‘consciência social’ significa sacrificar-se por um Estado predatório, aceitando a extorsão fiscal em que somos únicos e um quadro legislativo que tem a estabilidade de um pudim flan. Soares dos Santos é o vilão da história; o Estado, pelos vistos, o grande injustiçado.
Eu, se fosse o governo, aproveitava o fervor patriótico e capturava desde já o 12º mês. Os portugueses têm ‘consciência social’.
Título e Texto: João Pereira Coutinho, Correio da Manhã, 06-10-2012
Relacionados:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-