Mais um cubano a mandar o 'paraíso socialista' dos Castros às favas

Deserta, em Paris, um dos principais jogadores de beisebol de Cuba

Francisco Vianna

O arremessador Odrisamer Despaigne aproveitou uma escala no aeroporto Charles de Gaulle e abandonou a sua delegação que seguiu sem ele para o Torneio de Rotterdam, na Holanda, dando adeus ao “paraíso comunista dos Castros”.

Odrisamer Despaigne faz um arremesso numa partida contra os Tigres de Hanshin, um amistoso em 27 de fevereiro último em Osaka, Japão. (Foto: KOJI WATANABE / GETTY IMAGES)

Enquanto a seleção cubana de beisebol comemorava, na volta de domingo de ontem, a sua primeira vitória no torneio de Rotterdam, um dos principais jogadores da equipe, o arremessador Odrisamer Despaigne Orué, também comemorou, embora por razões bem diferentes, sua vitória pessoal de se libertar da sua ilha natal transformada em ilha-cárcere pela ditadura comunista dos irmãos Castro, o que fez sem olhar para trás, aproveitando uma escala aérea em Paris. Não reembarcou e seu paradeiro atual é desconhecido.

Despaigne era um dos baluartes da seleção cubana que viajou para Rotterdam, na Holanda para participar da 14ª edição do torneio que já é uma tradicional competição europeia de beisebol. Atualmente com 26 anos, ele é filho do ex-arremessador Francisco Despagne, o desertor talvez esteja querendo viver com o pai que mora na Espanha e, quem sabe, sonhe em jogar beisebol nas Grandes Ligas, de acordo com um blog de beisebol de Cuba, que foi o primeiro a noticiar a fuga do atleta.

Mas Despaigne não é o primeiro jogador de beisebol a se mandar do “paraíso socialista cubano”. Antes dele, mais dois arremessadores destros, Aroldis Chapman e Gerardo Concepción, também resolveram mandar o ‘socialismo cubano’ às favas, aproveitando o mesmo torneio para abandonarem a seleção cubana nas edições de 2009 e de 2011, respectivamente. Chapman é, hoje, parte do elenco dos ‘Vermelhos de Cincinnati’ e Concepción assinou um contrato de cinco anos no valor de 6 milhões de dólares com os ‘Cachorros de Chicago’, em março de 2012.

Considerado um dos principais lançadores de Cuba da última década, Despaigne se destaca por sua coragem e explosão de impulso no terreno, no entanto, a mídia cubana não teceu qualquer comentário tanto quanto à sua atuação na vitória por 3 a 0 sobre a equipe de Curaçao, e muito menos sobre a sua defecção espetacular na França.

O torneio de Rotterdam se realiza de dois em dois anos, desde 1985, e as equipes classificadas nos dois primeiros lugares participarão da eliminatória pela medalha de ouro no próximo dia 7 de julho, com a equipe cubana tentando reconquistar o título perdido há dois anos contra Taipei, da China, outra forte equipe na competição.

Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia internacional), 01-07-2013