quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As mentiras que transitam para 2014

Luis Moreira
Que não vivemos acima das nossas possibilidades. Mas então a que se devem a dívida pública e privada? A dívida não é a prova que andamos a gastar o dinheiro que não tínhamos e que, por isso, andamos de mão estendida a pedir empréstimos até os credores dizerem que não havia mais?

Que não houve obra pública a mais. Mas então o facto de os automobilistas terem voltado para as antigas estradas principais não é prova que não podem pagar as portagens das autoestradas e, que, por isso são inúteis e estão vazias? E os estádios que estão às moscas e que o Estado e as Câmaras querem implodir? E as rançosas rotundas que na sua maioria só atrapalham?

Que o trabalho é mais precário. Mas há mais precariedade do que nas obras públicas que duram dois ou três anos e, que, ao fim desse período vai tudo para o desemprego a não ser que se vá construindo sempre mais, como se fez por cá? Com as consequências no desemprego e no crescimento da economia profundamente negativas.

Que o Estado não é um monstro gordo e gastador. O Estado ter ido à bancarrota por três vezes em quarenta anos, único caso no mundo, não é prova bastante? Gastar 50% de toda a riqueza produzida bem acima do que gastam os países mais ricos e mais justos não é suficiente?

Que nunca o país esteve tão mal. Mas quem conheceu as condições em que viviam os cidadãos deste país há 20,30,50 anos é capaz de defender essa falácia sem vergonha? Que Portugal com a entrada na UE e no Euro deu um salto extraordinário na qualidade de vida dos seus cidadãos? Que o Portugal democrático, apesar dos erros repetidamente cometidos, é um caso extraordinário de sucesso?

Que nunca houve tamanha emigração. Mas então Portugal não foi sempre um país de emigrantes? Que nos anos sessenta a emigração era a emigração da pobreza e da fome e agora é o país da emigração de gente culta e bem preparada?

Mentiras que são diariamente repetidas com a esperança de, tão repetidas, se tornem verdade aos olhos dos Portugueses. Quanto a mentiras ficamos entendidos.
Título e Texto: Luis Moreira, Banda Larga, 01-01-2014

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