Francisco Vianna
Foi-se o ano de 2013. Um ano
que nos ensinou pelo avesso a ver a desordem institucional petista-peemedebista
avançar neste país gigante ‘deitado eternamente em berço esplêndido’ e sem
capacidade de fazer nada de digno e de proveitoso.
Aprendemos, com um amargor
estranho na goela, que a corrupção no Brasil parece ser uma maldição
incontornável, talvez a nos vitimar para sempre. Esse pecado destrutivo parece
já fazer parte da nossa “cultura”, talvez, melhor dizendo, da nossa “falta de
cultura”.
A corrupção está tão em
evidência e de tal modo entranhada na alma dos brasileiros, e principalmente
daqueles que entram para a rendosíssima profissão de “político”, que parece
impossível que um dia possamos dela nos livrar, ou pelo menos tornar a sua
incidência apenas pontual.
Infelizmente, a corrupção
norteou a construção do Brasil de hoje, a partir do eufemismo do “milagre
brasileiro”, nos anos 60s, onde erigimos no meio do nada, no ermo do cerrado
goiano, uma cidade-monumento a ela: Brasília, onde os políticos rapidamente
aprendem a fazer, na vida pública, o mesmo que fazem na privada...
Daí nasceu a nossa república
clientelista, patrimonialista, antifederativa, que acabou com as ferrovias para
favorecer o ‘lobby’ da indústria automobilística, que passou a produzir
carroças motorizada para trafegarem em asfalto do tipo “casca de ovo” que se
rompem em buracos à passagem do primeiro caminhão.
JK vendeu a preço de banana
todo o manganês que existia na Serra do Navio, no Amapá, para construir
Brasília e tornar aventureiros que lá chegaram com um caminhão velho nas
grandes empresas construtoras de hoje, trabalhando inclusive com países
ideologicamente “afins” com a esquerda encravada no planalto e recebendo
recursos do Banco do Brasil e do BNDES.
Em 2013 ficamos sabendo que
apenas 30 por cento da população brasileira é realmente alfabetizada e que, o
resto ou é analfabeto absoluto ou analfabeto funcional que mal sabe desenhar o
próprio nome e não é capaz de ler um texto a ponto de interpretá-lo
adequadamente. Mas isso é ótimo para eleições, pois um eleitor ignorante é
fundamental para perpetuar a escoriocracia em que vivemos ao eleger apenas
canalhas e incompetentes populistas e demagogos. E canalhas como esses abundam
hoje na política tupiniquim.
Aprendemos e investir mais em
pão e circo, criando belos estádios de futebol e mantendo um enorme contingente
de brasileiros na ociosidade remunerada do ‘bolsa família’, ‘fome-zero’, e
outros mecanismos de lavagem de dinheiro e compra de votos, do que em
infraestrutura, em assistência médica e hospitalar, em educação
profissionalizante de qualidade, em segurança pública decente, em transporte
público que não existe.
As cenas de pugilato e
vandalismo nos estádios de futebol, nos tornam especialistas em “insegurança pública”,
o que será o maior estímulo para que o turista estrangeiro desista de vir ao
Brasil assistir a Copa e as Olim... Piadas. Somos hoje uma universidade de
renome mundial naquilo que deve ser feito para se desconstruir um país... Até
Obama já andou por aqui aprendendo alguma coisa.
O Brasil parece desenvolver um
capitalismo para os ricos e para o politiburo instalado em Brasília, de modo a
torná-los cada vez mais ricos, e um socialismo para os pobres, de modo a
torná-los perenemente pobres, igualitariamente miseráveis, mesmo que essa
enorme maioria venha no futuro englobar a classe média consigo. Quando isso
ocorrer, acabará o socialismo, pois acabará o dinheiro... Dos outros.
Aprendemos a ver que o nosso
sistema carcerário é lamentável, indigno e ineficiente, mas isso somente após a
condenação e prisão dos mensaloneiros. Nenhum deles quer ficar na cadeia
e, para tanto, alegam tudo que podem, desde falsas doenças ‘incapacitantes’ às
condições ‘desumanas’ das penitenciárias.
No Brasil, o idealismo é a
primeira vítima da corrupção institucionalizada. A segunda é o bolso de quem
trabalha como um cão para sustentar essa joça.
A Internet concitou as pessoas
de bem a irem às ruas protestar contra essa desordem de coisas, e os canalhas
petistas e peemedebistas criaram os “black blocs” e os arruaceiros
mercenários de sempre para desencorajá-los; e conseguiram.
O brasileiro que enxerga pelo
menos um palmo adiante do nariz, assiste pela TV paga (porque em canal aberto
só há programas idiotas para uma audiência não menos, e vislumbra a
desconstrução nacional posta em prática pela horda vermelha que invadiu o
estado brasileiro. Tem hoje sua esperança arrasada num futuro melhor, mas, por
outro lado, vai adquirindo sabedoria e ânimo de lutar por uma ‘cidadania constitucional
superior e mais qualificada’. No rastro da realização dessa esperança, surge a
miragem de políticos minimamente qualificados e moralmente aptos a postularem
cargos eletivos e de confiança.
As lições de 2013 estão aí
para quem quiser aprender e elas nos indicam claramente o que fazer em outubro
desse ano de 2014 que começa, ou seja, o brasileiro parece que começa a crer
finalmente que o número 13 é aziago e agourento, embora ainda tenha
pouquíssimas esperanças nas outras ‘dezenas’ partidárias.
A resposta nas urnas aos black blocs, uma horda de punks imbecis contratados pela cúpula
ativista petista-peemedebista e pelo Foro de São Paulo para assustar qualquer
cidadão de bem que se entusiasme e vá para a rua protestar pacificamente, está
cada vez mais clara e evidente. Mas irá se impor?
Aprendemos ainda que "a
infraestrutura caótica ‘desse País’ é obra dos governos anteriores", como
disse a nossa hipodotada presidente, com a maior cara de pau, depois de mais de
uma década de governo do seu próprio partido.
Por fim, os pedagogos do
planalto nos ensinaram que o Plano Real não foi obra do FHC, como afirma a
“mídia golpista” da direita, mas que foi Lula o seu criador, com uma mãozinha
do Mantega, o menos respeitado dos economistas tupiniquins.
Como dizia o melhor presidente
que os EUA já tiveram na era atual, Ronald Reagan, “os socialistas são aqueles
que leram Carl Marx e Engels, e os antissocialistas são os que, além de lê-los,
os entenderam muito bem”... Mas os socialistas, unidos agora pelo Foro de São
Paulo – que inacreditavelmente muitos brasileiros simplesmente desconhecem e
nunca ouviram falar – tentam decadentemente restaurar aqui na América latina, o
que perderam no leste europeu... Seguem agora a tática desconstrutiva de
Antônio Gramsci, o comunista italiano que prega que o socialismo deve se
estabelecer a partir das fraquezas da própria democracia, de dentro dela, e por
um trabalho de desmonte mediante anulação dos princípios morais e
civilizacionais judaico-cristãos.
Há um movimento de esquerda
(sinistra) de antinacionalismo, que privilegia as metas do Governo Mundial, e o
“entreguismo” e a “privatização”, que antes eram armas dialéticas da nossa
“esquerda caviar”, hoje se resumem na palavra ‘concessão’, principalmente
daquilo que não temos competência de explorar – como o petróleo ‘offshore’, por
exemplo – e o lucro oriundo da “mais valia” passou a ser admitido pelos
socialistas tupiniquins, desde que o “partido” – e não necessariamente o estado
– leve uma boa fatia dele.
Aprendemos também que o estado
brasileiro é o maior cabide de emprego do mundo e que a camarilha no poder acha
que ele deve continuar inchando, para desespero dos que pagam impostos, diretos
ou indiretos, em cascata.
Neste ano, aprendemos que a
escola pratica lavagem cerebral marxista em nossos adolescentes e que o
importante não é capacitá-los a ter uma profissão profícua para o seu sustento
e a geração de sua riqueza, mas para dar a eles o treino da reivindicação e da
militância nos ‘movimentos sociais’ que lhes propiciem conseguir bolsas
governamentais pagas por quem trabalha e produz para que vivam em seu “dolce far niente”.
Assim, ficamos sabendo, neste
ano que terminou, que a nossa justiça não é capaz de caminhar com seus próprios
pés uma vez que os próceres de seu tribunal de mais alto escalão são nomeados
diretamente pelo “partido” através da caneta estulta e obediente de seus
presidentes da república, ao invés de serem profissionais de carreira
representando o que há de melhor no nosso Direito. Com isso, ela é extremamente
morosa, prolixa, cheia de brechas especialmente criadas para que advogados
espertalhões ludibriem a lei, e o resultado disso se traduz na frase que diz:
“uma justiça tarda e incompleta é uma completa e rápida injustiça”...
Aprendemos que o MERD... Digo,
MERCOSUL, nunca foi, de fato, um bloco econômico, mas apenas uma corriola
política, em nome da qual estamos metidos no financiamento de ditaduras e no
perdão de suas dívidas.
Aprendemos que o legislativo é
um dos mais caros e ineficientes do planeta e só teme, ligeiramente, as ameaças
das manifestações populares. Seus elementos, com raríssimas exceções, estão
amplamente despreparados para ocupar os cargos que ocupam e a maioria não tem
reputação de pessoas de bem. A forma como trataram a chamada “lei da ficha
limpa” é uma flagrante demonstração do seu desprezo pela probidade e pela
decência.
Com isso, constatamos ao longo
do ano que acabou ontem um rosário de escândalos que a cada ano se torna mais
longo e mais pesado para a consciência nacional, se é que ainda existe alguma.
Em função dessa triste decadência, os fatos perdem a consistência, e apenas as
versões, principalmente as dos implicados, são consideradas.
A história do país está sendo
reescrita ao bel-prazer de tais versões espúrias e mentirosas. O Brasil é cada
vez menos um país mais rubro de vergonha das mentiras oficiais, porque a
vergonha está acabando ou já se esgotou por completo.
Nossas Forças Armadas têm cada
vez menos poder de dissuasão em relação a potenciais inimigos externos, que nos
consideram mais “imperialistas”, do que assim considera, os americanos, a
esquerda brasileira. A compra de meia dúzia de caças a jato para soltar fumaça
em rasantes de comemoração em Brasília se tornou um jogo de política
internacional, isso se não esbarrou no entrave usual do
“quanto-é-que-eu-levo-nisso”.
Ou seja, aprendemos em 2013 a
viver mais ainda no nosso mundinho subdesenvolvido de “faz de contas”, onde o
crescimento é pífio e a roubalheira é galopante e onde as coisas que precisam
ser feitas para que o Brasil emerja de fato como uma grande potência mundial
são deixadas de lado, pois isso exige governo de elite real, de meritocracia e
de uma cidadania de qualidade que a possibilite.
A todos um 2014 focado
principalmente, não da Copa do Mundo, mas no mês de outubro, onde o país terá
mais uma oportunidade – talvez a última – de dar a volta por cima e construir
uma nação justa, livre, produtiva, meritocrática, e acima de tudo conservadora
de seus valores morais e civilizacionais.
Título e Texto: Francisco Vianna, 01-01-2014
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