Senador tucano reafirma que
não irá abdicar do papel de oposição e que PT enfrentará “oposição conectada
com a sociedade”
Maria Lima, Lydia Medeiros e
Silvia Fonseca
![]() |
Aécio diz que vai ser oposição
vigilante e fiscalizadora para que os escândalos não sejam “varridos para
debaixo do tapete. Foto: O Globo/Pablo Jacob
|
Aécio Neves chega caminhando
sozinho pela rua. Vem do pediatra e entra na casa do amigo onde daria
entrevista, em Ipanema, contando que os filhos gêmeos, nascidos prematuros,
engordaram. Diz que depois de olhar tanto no olho da adversária que o derrotou
na campanha mais acirrada da História não abdicará de seu papel de fazer
oposição. Admite erros. Mas diz que, pela primeira vez, o PT enfrentará uma
“oposição conectada com a sociedade, e isso os assusta”.
Como o senhor viu a
entrevista da presidente Dilma, que chamou de lorota o corte de ministérios e
de ideia maluca sua proposta de choque de gestão?
A candidata Dilma estaria
muito envergonhada da presidente Dilma. Para a candidata, aumentar juros era
tirar comida da mesa dos pobres. Três dias depois da eleição, o BC aumentou os
juros. Para a candidata, não havia inflação. A presidente agora admite que há e
que é preciso controlá-la. A candidata dizia que as contas públicas estavam em
ordem, e descobrimos que tivemos um setembro com o pior resultado da história.
A candidata dizia que cumpriria o superávit fiscal, e agora se prepara para
pedir a revisão da meta de 1,9%. Estamos assistindo ao maior estelionato
eleitoral da História. O choque de gestão, que incomoda tanto o PT, nada mais é
do que gastar menos com o Estado e mais com as políticas fins. É o contrário do
que o PT pratica. O próximo mandato, que se inicia, já começa envelhecido. A
presidente não se acha no dever de sequer sinalizar como será a política
econômica. E é curioso vermos a presidente correndo desesperada atrás de um
banqueiro para a Fazenda. Eu hoje chego na minha casa, coloco a cabeça no
travesseiro e durmo com a consciência muito tranquila. Fiz uma campanha falando
a verdade, não fugi dos temas áridos, sinalizei na direção da política
econômica que achava correta. Não sei se a candidata eleita pode fazer o mesmo.
A oposição também não está
envelhecida?
A oposição sai extremamente
revigorada da eleição. A campanha teve duas marcas muito fortes. A primeira,
protagonizada pelo PT e pela candidata que venceu: a utilização sem limites da
máquina pública, do terrorismo eleitoral, aterrorizando beneficiários do Bolsa
Família, do Minha Casa Minha Vida. Inúmeras regiões ouviram durante meses, isso
sim uma grande lorota, que, se o 45 ganhasse, seriam desfiliados dos programas.
Infelizmente, essa é uma marca perversa. Mas há uma outra, extraordinária, que
é um combustível para construir essa nova oposição. O Brasil acordou, foi às
ruas. Minha candidatura passou a ser um movimento. Nosso e desafio é manter
vivo esse sentimento de mudança, por ética.
(…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-