Vitor Cunha
Se eu fosse inglês era bem
capaz de votar pela saída da UE. Por dois motivos, que passo a explicar. O
primeiro e mais importante, por não ter qualquer interesse no ruído que
palerminhas pequeninos com ar de broeiro fazem “contra a austeridade” e “as
políticas neoliberais”. Já é difícil aturar os caprichos dos filhos
adolescentes, para quê aturar miúdos de 60 anos, oriundos de países exóticos
sem qualquer relevância estratégica para a Europa? Nenhum inglês perde tempo a
tentar perceber o inescrutável Costa e o seu discurso da província onde há uma
ou outra praia simpática. Mais depressa atirariam com duas ou três bolotas para
que o aborrecimento desaparecesse da mesa, deixando os adultos a conversar. O
segundo motivo é achar que, após a saída da UE, acaba o estigma da separação.
Isso permite que os adultos se livrem dos pirralhos quando insistirem em
chatear com a “voz grossa” de quem pedincha mais uns cobres para manter a balofa
da academia e os incompetentes dos jornais animados na dança dos falidos. Isto
nunca foi sobre o Estado Social ou a sustentabilidade da Segurança Social: isto
sempre foi pela união que a contestação permite. É como um arraial onde todos
partilham o chouriço e podem dançar um entesoado “apita o comboio” com a
cunhada.
Se a saída da UE se
concretizasse, convidaria ilustres académicos portugueses – José Reis à cabeça
– para virem até cá, às terras de Sua Majestade, para, após um caril a sério,
discursarem sobre as palermices que dizem lá na terrinha. Aposto que até
dançavam, se lhes atirasse mais duas ou três bolotas.
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 12-6-2016
Título e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 12-6-2016
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