Valdemar Habitzreuter
O povo inglês optou pela
separação do bloco europeu – bloco econômico formado por vários países da União
Europeia. Aliás, a Inglaterra sempre posicionou-se diferentemente em relação
aos outros países em várias questões inerentes à vida cotidiana do cidadão.
O British Imperial System para medidas, por exemplo, é diferente de
outros países. Temos aí a medida pé (foot = 30,48cm); jarda (91,44cm); galão
(4,546 litros); milha (1,61km); inch ou polegada (2,54cm); hand ou mão
(10,16cm); libra (450g, também sendo a designação da moeda corrente com seu
penny ou centavo). Isso tudo para medir diferentes coisas. Relutam ainda hoje
em usar o sistema decimal que é muito mais fácil e prático de ser aplicado.
Não é de pasmar então que o
país dos reis e rainhas queira um certo distanciamento do resto do continente
europeu com o plebiscito de ontem. Sempre foram diferentes em muitos aspectos
sociais e culturais. A própria religião católica foi estatizada pelo rei
Henrique VIII separando-se do papado de Roma e passou-se a chamar Igreja
anglicana em que o rei ou a rainha fazem o papel de papa.
O estudante de filosofia, por
certo, saberá distinguir a filosofia insular (inglesa) da filosofia
continental. A característica marcante da insular é que ela se volta ao
resultado pragmático: a verdade filosófica tem a ver com sua aplicabilidade na
vida prática, daí o empirismo filosófico inglês e seus representantes: Lock,
Hume, Pierce, Wiliam James, etc.
Em contrapartida, a filosofia
do restante do continente europeu era animada pelos grandes sistemas teóricos
debatendo-se em volta de questões metafísicas. Kant é a referência central da
filosofia continental. A partir dele um novo filosofar tem início em que a
metafísica tradicional ou medieval (culto ao transcendente) é colocada em
cheque e não mais considerada, por causa da delimitação da razão humana em
abarcar supostas verdades transcendentais. O idealismo alemão (Fiche Shelling e
Hegel), a seguir, pautou-se sobremaneira na filosofia kantiana e é ainda
considerada na contemporaneidade.
O que vai acontecer à Europa
como um todo, com essa decisão da Inglaterra de sair do bloco, ainda é difícil
de deslumbrar. Esta aversão dos ingleses aos imigrantes (a razão principal do
plebiscito) é, minimamente dizendo, egocêntrica. E se outros países do bloco
seguirem o exemplo, a Europa e o resto do mundo terão consequências sérias
segundo analistas econômicos e políticos. Vamos aguardar o que virá por aí com
esse pragmatismo xenófobo inglês...
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 24-6-2016
Valdemar vou tentar deixar de ser poético. Há limites para a imigração. Não podemos criar filhos dos outros além de nossas posses. Esta crise me lembra quando os ingleses , vieram salva nosso império, que nem papel moeda tinha. O então Evangelista ficou milionário com os pagamentos em libras. Todo o câmbio da época estava em suas mãos. A Inglaterra veio financiar a guerra do Paraguai , país de economia forte. A economia baseada em trabalho escravo e exportação primária esgotou-se na época. Os ingleses são excelentes monetaristas, agora o mundo todo compra libras 30% mais barato fortalecendo o Reino Unido, em alguns meses, os ingleses retomam seu crescimento , com muitos dólares e euros em sua balança comercial. Nosso país continua com economia primária, mas o preço quem decide é os compradores. Nosso trabalho e mão de obra continua sendo escravo. Duzentos anos lá se vai. Povos de países fragmentados invadem os supostos países ricos, e começam a derrocar suas economias. Para mim o fato é que deveriam se unir e acabar com o regime sírio, estabilizar o país para que seu povo volte. A imigração descontrolada transfere ao país escolhido atribuições sociais que seu povo nativo vai pagar.
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