Alberto José
Em 1978, se não me engano,
fizemos um voo para Frankfurt. Durante a viagem, a tripulação fazia planos para
assistir à corrida da Fórmula 1, em Zandvoort,
na Holanda. Um colega nosso, entusiasta de carros de corrida, era o mais
animado.
Ele soube que o comandante já
estava com convite (do Emerson Fittipaldi) e, como ele conhecia um mecânico da
"escuderie" estaria tudo ajeitado quando a tripulação chegasse lá.
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Emerson Fiitipaldi, Autódromo de Jacarepaguá, 1978.
Imagem daqui
|
No hotel, no dia da partida
ficamos aguardando o comandante para "descolar" alguma informação ou
até mesmo um convite, mas ele já havia sumido em direção à Zandvoort!
Nós alugamos dois carros e,
depois de mapear a viagem e colocar mantas e travesseiros, partimos em busca da
aventura.
Faziam parte do grupo duas
Comissárias gaúchas, muito queridas (elas vão lembrar da estória!).
Quando chegamos na cidade, o
céu estava "overcast" e fazia um frio dos "pampas"! Ficamos
mais de uma hora no ponto de encontro esperando o mecânico do Fittipaldi, amigo
do colega!
Então, como ele não apareceu
decidimos procurar um abrigo pois a temperatura estava cada vez mais baixa!
Hotéis e albergues estavam lotados; nas portas das casas, só se via o aviso
"voll" que traduzimos por, "não tem lugar!"
Começamos a fazer planos para
dormir dentro dos carros! Imaginem! Uma tripulação completa dentro de dois
carros com aquela temperatura!
Então, eu falei: Eu vou
arranjar um lugar para dormir! Aí, os colegas (homens) começaram a debochar!
Vai nada, você não fala o "flamenco" e não conhece ninguém aqui! Animado
pela falta de apoio eu saí do carro e andei uma quadra pois eu tinha visto a
torre de uma igreja.
Quando entrei na igreja, falei
em francês com o padre, perguntando se poderíamos dormir na sacristia! Ele,
muito contente, exclamou: "Ah, Deus seja louvado! Eu também sou brasileiro
e terei prazer em hospedar pessoal da Varig nos dormitórios atras da igreja!
Tem banheiro e café da manhã!”
Voltei para o carro e, quando
eu contei o que tinha acontecido, foi um misto de alegria e deboche. Alegria
por não ter que passar a noite na rua, e deboche de alguns colegas que se
sentiram frustrados por eu ter conseguido resolver o problema (esse deboche,
muito mais explícito, vai se repetir no fim dessa estória!).
Depois de uma confortável
noite de sono, saímos para tratar da vida. Alguns ainda esperavam encontrar o
Comandante, que disseram ser convidado do Fittipaldi! O fato marcante é que só
havia ingresso para ficar nas áreas de areia, distante da pista. Alguns
compraram; eu me recusei a pagar para levar areia na cara! Nesse momento,
chegamos em frente ao portão das "autoridades".
Eu tive uma ideia luminosa e
chamei a galera para vir comigo! Quando olhei para trás, todos estavam parados
me olhando. Segui em frente e, quando fui passar pelo portão, o fiscal pediu a
minha credencial. Mostrei a carteirinha da VARIG e falei: "Ich bin von
VARIG brasilianisch press". O fiscal agradeceu e deu uma credencial que
pendurei no pescoço! Nesse momento, ouvi uma vaia entremeada de xingamentos.
Eram os colegas (homens) que ficaram chateados por não terem (pela segunda vez)
acreditado na minha ideia!
Fui para a cabine da Globo
onde contei como eu havia entrado, eles ficaram admirados (ah… você deve ser
carioca!) e me convidaram para tomar um ótimo café da manhã e assistir tudo lá
de cima!
Quando terminou a corrida, o
pessoal da Globo me levou para o box para conhecer o Fittipaldi e o Piquet, que
estava começando a carreira de piloto!
A bem da verdade, quero
registrar que eu vi o Comandante e a esposa saindo do areal!
Enfim, a VARIG me proporcionou
uma viagem inesquecível!
Título e Texto: Alberto José, 19-6-2016
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