Rui A.
Nem a PIDE, a verdadeira,
chegava tão longe na intromissão na vida privada dos cidadãos. Esta nova PIDE, que recebe o entusiasmo
das esquerdas, quer passar a saber tudo, mas absolutamente tudo, a seu
respeito, incentiva a denúncia e a delação, não lhe permitirá qualquer reserva
de privacidade.
As esquerdas justificam-se com
a patriótica necessidade de combater a «fuga ao fisco», mas o fisco certamente
teria, ou melhor, tem outros meios para se fazer respeitar. Já hoje a
autoridade tributária compõe os sonhos maus dos portugueses, que apenas aspiram
a não terem de se incomodar com ela, muito longe, portanto, de a tentarem
defraudar.
Este animus intrusivo
reflecte bem uma mentalidade política, revolucionária e jacobina, para a qual
não existe reserva de privacidade e tudo deve estar ao dispor do estado, do tal
«interesse público» de que as esquerdas extremadas costumam arvorar-se em
intérpretes e representantes.
Em nome desses «elevados»
princípios – que eles enunciam, interpretam e dizem defender – desrespeitam-se
os fundamentos mais elementares da liberdade individual. É nestas ocasiões de «exaltação
patriótica» que convém recordar o velho princípio segundo o qual quem troca
liberdade por segurança acabará por perder as duas. Em Portugal já sobra muito
pouco de ambas.
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