Alberto José
Era noite de sexta-feira. A
bordo do DC-10 a música ambiente e a discreta iluminação da cabine. Um colega
nosso, gente boa, muito delicado, estava de plantão na Executiva que só tinha
dois passageiros. A Comissária avisou para ele que um passageiro veio da
Econômica e estava dormindo no último assento da Executiva. Ele foi até lá,
acordou o passageiro e pediu que ele voltasse para o seu assento na Econômica.
O passageiro alegou uma série de razões, que estava muito cansado, que lá atrás
estavam fazendo muito barulho, etc.
O colega foi irredutível:
"Não é possível, o senhor não pode ficar aqui"!
Então, o passageiro virou para
o colega e decidiu: "Para me tirar daqui tem que ser muito homem!"
Aí, o colega, sem alternativa,
respondeu: "Bem, então dessa vez o senhor fica!"
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Eu era Supervisor da Executiva
do DC-10 que iria seguir para Paris. Havia um problema na Econômica e o avião
não fechava as portas. Então, dois colegas me avisaram que o Comandante queria
falar comigo. Eu fui ao "cockpit" e o Comandante falou o seguinte: "Está
havendo uma confusão com um passageiro que colocou bagagem na porta e não quer
tirar! Ele xingou e tentou empurrar o Chefe de Equipe. Me disseram que você
consegue resolver esses problemas. Vai lá e convence o passageiro, sem
violência"
"Tá ok, chefe, vou ver
isso."
Três Comissários me
acompanharam para ver o que eu iria fazer.
Cheguei no passageiro, francês,
e pedi que ele retirasse três bolsas grandes da porta 3L. Ele me mandou à
merda, em francês!
Eu fui para o meio do corredor
e falei em inglês, bem alto para todos ouvirem:
"Senhoras e senhores,
este senhor aqui colocou a bagagem bloqueando a porta de emergência. Quando o
avião decolar, se acontecer uma emergência, vocês vão ficar presos dentro do
avião e não vão poder sair! Obrigado pela atenção."
Na mesma hora, vários
passageiros levantaram e foram em cima do cara e pegaram as bolsas e jogaram em
cima dele.
Fiquei até com pena do medo
que ele sentiu!
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Eu saí de Nova Iorque na época
do Natal. Alguns GC's pediram carona no ônibus. Quando estávamos chegando ao
JFK, eu pedi que os caronas dessem uma gorjeta para oferecer ao motorista. Eu
peguei o dinheiro e coloquei no bolso. Pegamos as malas e levamos para pesar.
Fomos para o avião, que estava na remota e seria rebocado até o portão. Quando
o avião estava sendo rebocado, coloquei a mão no bolso e achei os 40 dólares de
gorjeta. Coloquei a mão no outro bolso, e vi que eu tinha dado 600 dólares das
minhas economias!
A Comissária que estava falando
comigo disse que parecia que eu estava enfartando.
Quando o avião parou, corri
para o Despacho e pedi para ligar para a empresa do ônibus e avisar pelo rádio
o que tinha acontecido. Vinte minutos depois, o motorista voltou e me entregou
o dinheiro. Ele falou:
"Bem que eu vi que alguma
coisa estava errada; apesar de ser Natal era muita gorjeta para um motorista."
Dei a ele os 40 e mais 50 dólares de gratificação pela honestidade!
Texto: Alberto José, 21-6-2016
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